um mundo chamado poesia

33 Mente falha

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Me vou com o vento livre pois sou mulher selvagem, dona de mim
E mulheres selvagens sempre tem aquele encanto de vida livre.

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Minha mente é tão inevitável
É tão instável
Memorável
E nem sempre confiável
Saindo de órbita
Fazendo anéis em momentos e mundos em lamentos
Destino
Inventado
Essa fui eu
Essa de agora
Essa do antes
E essa do depois
Me transformando em coisas demais
Me vou daquilo que foi roubado
Memórias de vidas
Vidas vividas
Ou nem tanto assim
Momentos
Me refazendo
Me deixando para trás
Me lembrando demais
Esquecendo demais
Será que aquilo realmente foi real?

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Parece vazio
Parece tão vazio a existência
As vezes me parece que vou sucumbir
A mente é tão grande e desconhecida
Me sinto perdida
Esse lugar que caí me aprisionou
Os dias passam rápido
E eu como estátua só observando o tempo passar, enquanto envelheço
Quando se perceber meus cabelos pretos já estarão brancos
E meu presente se transformando em passado
E meu futuro em morte
E vou chorar porque não vivi
Esse lugar que me prendi
Dizem que é fácil sair daqui
Mas a verdade é que é difícil para aqueles que sonham
Tudo vai se passando
A última vez que olhei para o espelho eu tinha 14
E hoje já tenho 22
Eu morri 9 vezes
E nem percebi...
Esse buraco negro que cai vai me tirando o que ganhei
Esse buraco negro que me suga às forças
Me rouba sonhos
Eu canto tão alto
Tão alto eu canto
Parece inútil
Jogada no chão cantando baixinho
Já desistindo
Eu canto
Canto porque sinto medo
Você acha que não tenho medo?
Tenho medo todos os dias
Eu sinto nos meus ossos
Na minha carne
Meu sangue esquenta
Meus olhos ardem
Minhas lágrimas se derramam
E isso é dor
Eu tenho medo
Medo de ser quebrada
Medo de profundidades
De não ver mais meu sol
De não ver mais as estrelas
De não ter significado em nada
De morrer para o nada...
Minha existência corre do tempo desde que nasci
Minha existência se esconde por aí
Ela grita para si
Ela chora como uma criança birrenta
E ela não sabe como agir
Ela parou em um enorme buraco negro
Mas não parou de existir
Ela luta todos os dias para sair
Para ver se um dia aquilo vai mudar
Se alguma coisa vai mudar
É tão vazio esse mundo...
É um buraco negro
Um que ela tenta sair
Suja de tinta
Tinta preta
Que grudou em seu corpo pequenino
Se repetindo
Sufocando
Lutando contra isso
Isso que é dor
E ela canta
É um enorme buraco negro
Um que ela luta todos os dias
Esperando um dia fugir dali
E morar em estrelas
E se resgatar
Resgatar a vida
A vida que roubaram de si
Aquela vida que está por aí
Só esperando voltar
E enfim sorrir.

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Eu comprei três doces
Eu comprei um e gostei
Então comprei três porque me viciei
Logo depois minha língua cor rosa da coloração do doce fez doer meus músculos da língua
Me fazendo parar um pouco...
Idiotice a minha eu disse
Mas é tão bom
Mesmo que machuque vou continuar com isso
Me entendes?
Pequenas coisas pedem socorro
Pequenas coisas são tão óbvias
Mesmo assim continuamos
Continuamos com aquela dor
Que idiotice.

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Eu tomei injeção mesmo estando apavorada
E mesmo com medo da dor estalada na mente eu fui sozinha...
Fui sozinha sem ninguém
As vezes precisamos passar pela dor
Precisamos
Mas não significa que tenha que está sozinha
Não precisa.

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Comprei demais
Eu deveria saber que aquilo nem sempre iria sustentar minha alma.

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O frio
O calor
Não amo nem detesto nenhum dos dois
Sou temperatura ambiente
Não consigo ficar nesse gelo
Não suporto o fogo que me queima...
Eu abro a boca e vejo a fumaça se formar
Eu olho as mãos e vejo o machucado me tomar
Os pés não tocam os chãos
Gelados como a morte
Se bem que o gelo deve fazer parte do inferno também
Ele mata
Ele isola
Ele te leva para outra dimensão.