95: Cabelos da noite

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Cabelos negros carvão
Castanho café
Caindo cascatas lisas como um rio fluido
Caindo até sua cintura nada tão violão ou vaso de planta
Caindo tão sem graça quanto um dia tedioso
Caindo em um balanço irritante
Cabelos lisos de Amazonas
Cabelos da noite
Cabelos de uma lua não muito brilhante
Confundida com muitas estrelas, mas nunca a escolhida, nunca a mais bonita
Cristal que nasceu pequena, um verdadeiro polegar
Correndo contra ela mesma
Contra a correnteza do belo arrebatar
Como nunca gostando demais
Como nunca se achando demais
Como nunca sabendo beber de seu potencial
Pele pálida de um não branco, de um não amarelo, de um nem todas as cores
Faltando o sangue que lhe falta
Sendo uma lua sem graça
Cabelos da noite, a pequena lua de cristal que nunca cresceu pra ser top model
Cabelos da noite, com sua coluna desgastada de ler pela varanda
Cabelos da noite sem estrelas
Nunca tão bela
Nunca tão brilhante
Sempre o meio
Cachoeira de decepções, sempre cheia de porquês
Compressão de um tanto faz
Olhos entristecidos, carregados de nebulosas
Cabelo da noite
Caindo, nem tão bela, e nem a tão brilhando
Só no meio
Com um pouco de arranhões na sua casca
Caindo como a noite mais escura
Caindo sem estrelas
Cabelo da noite
Com seu olhar penetrante
Com sua voz ressoando estranha
Como um fantasma procurando luz
Olhos da noite, castanho café
Não tão bonita, não tão brilhante
Sempre no meio.

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⏰ Última atualização: Jan 17, 2023 ⏰

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