61 Quando em infância

13 6 18
                                    


🔆🔆🔅🔅

Quando em infância lembro
Quando em infância sofria
Quando em infância doía
Quando em infância aprendia

Quando lembrava sentia
Quando sofria nascia
Quando doía me escondia
Quando aprendia me perdia

Quando em infância chorava
Quando em infância gritava
Quando em infância guardava
Quando em infância me rendia

Quando chorava sangrava
Quando gritava me machucava
Quando guardava me prendia
Quando me rendia sentia

Quando em infância o tempo
Quando em infância eu não tinha
Quando em infância caia
Quando em infância corria

Quando em infância eu não entendia
Quando em infância eu via
Quando em infância nada aprendia
Quando em infância roubava

Quando em tempo fiquei e parei
Quando não tinha me conformava
Quando caia me levantava
Quando corria era por medo dos monstros

Quando não entendia fingia
Quando via guardava sem entender
Quando nada aprendia ia atrás do que me ofereciam
Quando roubava também roubavam de mim

Tudo em meio a uma grande fantasia
Fingia que nada via
Nada fazia
Nada ouvia
Quando em infância nada entendia
Perdendo a inocência aos poucos
E fingindo que aprendia
Fingia que me educavam
Sendo que não era assim
Tudo era só por mim
Aprendendo e errando
Aprendendo em não fazer o que de mal eu via e faziam
Aprendendo a não ser algo desprezível tão horrível

Quando em infância me perdia em tudo que poderia não se parecer com o mundo real
Que existiam  príncipes e fada do dente
Dragões e papai Noel
Tudo pra me tirar da realidade
Mas nada me libertava daquilo
Nada me libertava de perder a infância que eu poderia ter tido
Aos poucos se foi o brilho
Voltou com tempos atrasados
Tarde demais pra mudar coisas que eu nunca faria
Nunca jamais faria

Quando lembro daquela infância...
Me falha sentimentos

Quando lembro daquela infância...
Em um mar profundo mergulhava 

Quando lembro daquela infância...
Queria que alguém tivesse me libertado a tempo
De não correr pra correnteza do medo
Parando
No afogar

Quando lembro daquela infância me vem tempos confusos
Com pensamentos confusos
Sem amanhãs concretos
Me fazendo a pergunta...
Será que essas memórias um dia vão sumir de mim?
Será que existem mesmo , ou foi eu quem às inventou?

Mas quando em infância lembro
Só me resta esquecer os tempos terríveis
E lembrar daqueles que eu pude viver sem grandes estrondos .
Vivendo um hoje
Não sendo mais aquela garotinha adormecida
Perdida
E não sabendo o que fazer
Aprendendo no hoje
O que eu não pude aprender no ontem.

um mundo chamado poesia Onde histórias criam vida. Descubra agora