um mundo chamado poesia

76 Poema blindado

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Cair em um mundo de monstros
Sem saber aonde me metia
Por onde ia
Sair conhecendo cada um
Sem saber o que tinha por baixo de suas carnes
Não sentia o cheiro do que era pobre
Queria fugir da realidade sem me machucar
Sem ferir meus sentidos
Me apoiei em um mundo de papel
Amando cada experiência
As coisas que eu gostava não me importavam mais
Sair roubando cada personalidade que conseguia encontrar
Achei legal ser o que eu não era
Achei legal me apegar a coisas que não eram pra ser
Os mocinhos que eu me apaixonava não existiam na vida real
Mas eu gostava da ilusão de ter o que era inalcançável
Me escondendo do que eu sabia que não podia me tocar
Com medo de um abraço
De ser contaminada com seus ódios
Não me toquem com suas sujeiras
Não me façam tão infeliz
Não nasci pra limpar seu lixo
Ou lavar sua dor
Não vou ser rasgada em pedaços por monstros sem coração
Eu não sou inocente
Meus atos não são verdadeiros
Eu tenho meu lado doce
Mas não se engane com ninguém
Ninguém é tão bom
Ninguém é tão mal
Todos nós levamos essa mistura de trevas e luz na gente
Mostre o que você quer que as pessoas vejam sobre você
Só não jogue seu veneno em mim
Porque eu não vou me deter
Sou uma Taylor em movimento querido
Eu não consigo parar o que penso
Eu como aquelas balinhas azedas mesmo que elas machuquem minha língua
Eu arranho as paredes de concreto com essa síndrome enraizada em mim
Eu as encaro com vergonha me perguntando
" O que está havendo comigo?"
Tirando a pintura perfeita daquele lugar imperfeito
Salivando por mais
E meu peito aperta com aquela ansiedade que me consome por dentro
Aquele suor de pânico quando saio
Sou uma aleatoriedade andando sem sentir o que sou
Me perguntando como vou prosseguir no amanhã
Fui nesse lugar procurando encontrar sentimentos compatíveis com o meu
Mas era tão cansativo ver aquela coisa artificial
Um mundo de monstros querendo sua carne
Quanto de lágrima preciso doar pra ser feliz?
Um mundo de espectros sem coração
Me pergunto porque ainda estou procurando nessa tela coisas bonitas e verdadeiras sendo que só vejo coisas vazias
Caixas em cima de caixas
Se empilhando até cair
Eu não sou uma adulta ou qualquer coisa do tipo
Eu não quero ser algo sangrando em cima de você
Essa paranóia que me cerca as vezes é demais pra mim
As vezes parece que eu não existo em mundo nenhum
Escute querida
Eu já tive inveja daquilo que você tem
Já tive inveja da sua pequena vida privilegiada
Sei que nada é perfeito
Mas até aquele momento tudo era perfeito pra mim
Eu poderia ser a rainha da inveja
Vestindo aquele vestido verde escuro que eu tanto queria rasgar por não ser meu
Pode me chamar de má
Mas eu sei que você também já se sentiu assim
Com a prata me sufocando enquanto ando de cabeça erguida querendo ser alguém que não sou
Mergulhando nas ideias patéticas de pessoas sem imaginação
Escute garota
Você me levou pra fora daquela inocência doce
Por que foi tão má comigo?
Me sujando com seu pecado
Me viciando na perdição
Você era uma verdadeira bruxa do leste
Escute querida
Seu cabelo não é lilás
Você nunca foi uma Barbie perfeita
Pare de querer ser algo tão falso
Eu sei do seu lado narcisista
Não pense que me engana
Mostrando sua vida "perfeita" pras pessoas
É só uma névoa cobrindo sua faceta tão impura
O mundo não é um conto de fadas com finais felizes
Não me tranco de propósito
Não gosto de usar
Não quero que me usem
Não sou um objeto
Quero escolher por mim algo bom
Eu não sou boa como pensam
Quero o toque daquele que carrega o fogo do despertar
Não quero o vazio na vida sendo que a morte um dia virá pra mim
E eu sei que a morte nada tem de luz
Procurar por aquilo que te completa no mundo é ir por uma caminhada de caos
Acho que nunca vamos está preparados pro mundo
Pode me chamar de anti-heroína
É isso que todos somos
Essa arma invisível sempre me ataca sem que eu perceba
O barulho que escuto é dor pura
Seja boa querida
Acho que você será a primeira a morrer nessa guerra de fúria
Afinal.