67: Mentiroso

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Eu me apaixono tão facilmente por garotos dos livros e da TV
E fico imaginando se eles realmente existem
Mas se eles existem talvez não sejam pra mim.

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Eu vivia em uma torre esperando pelo meu príncipe
Suspirando pelos cantos
Me preparando para o dia que iríamos ter nosso
"felizes para sempre"
Me banhando de sonhos tão lindos
Fazendo pinturas de um dia feliz
Imaginando palavras jamais pronunciadas
De um " eu te amo " eterno de fé
Das minhas mãos em tremedeira no nosso casamento
E de nossos filhos sorridentes
De um castelo cheio de vida
E de promessas do destino

Eu vivia para esse momento lindo
Para esse momento de liberdade
Para um momento de sonhos

Eu estava lhe esperando até que você chegou
Eu sorrir tão intensamente
Tão puramente

Quando você entrou por minha janela eu nem acreditei
Finalmente estava acontecendo
Você veio me salvar

Você olhou para mim encolhida no canto ainda sem acreditar
Com aquele sorriso no rosto
Com um pouco de vergonha

Era a primeira vez que eu via o amor da minha vida...

Você veio até mim
Pegou em minhas mãos
Me provando confiança olhou em meus olhos
E...
Me puxou como um bruto
Me colocou em seus ombros e depois me amarrou
Roubou minhas coisas mais valiosas e me jogou da torre como uma boneca
Eu não morri com o impacto
Pois cair em ramos de espinhos
Mas não me impediu de sangrar
Ele poderia ter me deixado ali
Mas vendo que eu ainda tinha vida me levou com ele mesmo eu gritando e dizendo NÃO
Fiquei desacordada por dias
E quando percebi o cretino já tinha me levado para seu mundo
Me fazendo sua meretriz
Uma coisa qualquer
Eu que era sonhadora
Eu que era doce
Me tornei amarga e suja
E como sofri
Com olhares sujos e vulgares
Mas antes ter ficado em minha torre sem nunca ter sido tocada

Um dia ele me chamou
Com coragem eu fui
E quando ele me pediu para ser seu lixo eu corri
Roubei seu cavalo e fugir
Fui embora com medo
Mas sonhando com a liberdade
Ele veio atrás de mim
E atravessando aquele riacho congelante me desesperei
Será que morrerei aqui ?
Era meu fim
Ele chegava perto
No frio de inverno sem cor
Até que olhei para trás e não o vi
A água tinha o levado
Lavando a sujeira de mim
Livrando-me de um miserável
Que roubou tudo de mim
Então sorri para os céus
E agradeci
Por se lembrar de mim.

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