Cartas

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Amélia já conhecia toda a rotina do castelo e usou isso a seu favor para fugir. No entanto, ela não quis parecer ingrata nem mal educada e deixou uma carta para o clã e uma especial para Caius. Ela não sabia se aquilo seria definitivo ou não, mas agradeceu a hospitalidade de qualquer forma.

A carta para o clã todo foi deixada no salão principal e a de Caius em seu quarto. Ambas foram um choque para todos.

Aro abriu o envelope sofisticado em cima de seu trono e já assustou quando viu o remetente: Amélia.
Só de ler sem o nome do clã, ele já começou a imaginar o que era e sua mente foi a milhões, se prontificou logo a ler o papel em sua mão.

"Queridos Volturis, agradeço-lhes toda a hospitalidade que tiveram comigo e todo o cuidado pelo tempo que passei em seu clã. Mas, tive que partir por tempo indeterminado, algumas coisas ainda estão fora do lugar. Espero que não tenham ficado ofendidos ou chateados, não é nada pessoal e o castelo é belíssimo, no entanto, precisei me ausentar. Espero que entendam, Amélia."

A caligrafia impecável com certeza era realmente da vampira, só que Aro ficou possesso e os outros vampiros confusos.

- Como ela ousa?! - Disse o grande mestre indignado.

- Amélia é uma vampira de espírito livre, Aro. Ela fará falta. - Marcus explicou e acrescentou.

- Eu gostava dela... - Jane disse soando chateada, Amélia teria sido o mais próximo de uma amiga que ela teve, tirando Alec. Athenodora estava com um sorriso triunfante, já que seu ego soberbo levou ela a pensar que tudo isso era pela presença dela.

De todos, Demetri era o que parecia mais chateado já que Caius não estava lá e Aro observou isso, imaginando que tivesse uma carta exclusiva para Caius, que ele faria de tudo para descobrir o que era.

Caius estava em seu quarto, imóvel e imerso em seus pensamentos. Ele ainda não tivera coragem de abrir sua carta, já que Athenodora fez a mesma coisa quando o abandonou. Contudo, a ansiedade tomou conta dele e ele abriu o papel delicado que estava em sua escrivaninha.

"Caius, não entenda isso como uma despedida ou abandono. Só preciso de um breve tempo para pensar, tudo o que conversamos foi um pouco demais para mim, preciso passar um tempo sozinha para refletir sobre tudo e por as coisas em ordem na minha mente. Preciso voltar a ter minha liberdade ainda que isso tome minha existência. Não duvide de meus sentimentos por você, eu só preciso... Pensar, tire esse tempo para fazer o mesmo.
Obrigada pela hospitalidade e proteção, você foi ótimo para mim.
Com amor, Amélia."

Caius lia incrédulo, ela estava louca? Os Filhos da Lua com certeza a encontrariam e a matariam. A preocupação tomou conta dele e ele saiu mais do que prontamente atrás dela, mesmo que não fizesse ideia de onde ela teria ido.

Aro sabia como era irracional um vampiro apaixonado e pegou Caius bem no momento em que estava de saída.

- Onde vai, irmão? - Aro perguntou já sabendo a resposta óbvia.

- Atrás de Amélia, ela vai ser morta se continuar sozinha por aí. - Caius respondeu.

- É loucura, se ela quis sair de nossa proteção, ela que arque com a responsabilidade. - Aro diz tentando parecer indiferente.

Semanas se passaram desde que Amélia se foi e o castelo voltou a ser monótono como antes. Exceto por Athenodora o tempo todo atrás de Caius estava quase surtando já sem notícias de Amélia e não sabia mais o que fazer. Até que desesperadamente Jane entra em seu quarto:

- Mestre, venha para o salão agora!

Caius acompanha Jane rapidamente até o local e lá Aro segura um papel vermelho e fedido em suas mãos. "Lobos" ele pensou e então o seu semblante escureceu mais do que já estava.

- Estava esperando-o para abrir. - Aro diz olhando-o por cima do papel.

- Pois leia. - Respondeu secamente.

Aro então prosseguiu:"Obrigada pelo presente que encontramos perdido perto de Florença, os cabelos negros dela vão combinar com a decoração de nossa toca e vão se destacar na bela bandeja de prata que colocaremos sua cabeça. E ter um Volturi junto conosco, é uma honra e esperamos que seja só o primeiro de muitos." - Sean.

Assim que a leitura foi finalizada, Caius deu um estrondoso soco em uma mesa de madeira que estava à sua frente, despedaçando-a.

- Malditos! Eu sabia que devia ter ido atrás dela! - O mestre exclamou.

- Aí seriam dois para eles. - Aro revidou. - Seria burrice irmão e ela escolheu isso.

- Não. Foi minha culpa, minha culpa. - Caius respondeu e Aro olhou confuso.

- Tivemos uma conversa, ela me contou tudo. Questionei sobre o dom dela e... - Caius parou e Aro pediu sua mão, queria ver especificamente tudo.

Após algum tempo vasculhando as memórias de Caius, Aro respirou fundo e tomou uma decisão.

- Irmãos, teremos uma grande guerra.

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