Inesperado

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As coisas entre Amélia e Caius ainda estavam delicadas. A vampira ainda tinha receio em se expor para o mestre e ficar tão frágil diante dele. Mas, ao mesmo tempo, ela sentia que também precisava daquilo.

Caius ansiava em saber do passado dela, queria poupa-la e protegê-la de tudo, só não entendia o porquê de querer tanto isso. Ele refletia o tempo todo se Amélia seria sua verdadeira "La cantante".

Aro havia percebido a distância entre os dois, mas não quis se intrometer. Já que segundo Marcus, os dois já estavam fortemente ligados, no entanto, outro vampiro também estava interessado por ela, mas Marcus não conseguiu decifrar quem.

Após o ataque que aconteceu no chalé, Aro reforçou a segurança do Castelo e a alta guarda estava mais atenta que o comum, deixando Alec, Jane, Demetri e os outros ocupados o tempo todo. Amélia ficava o dia todo praticamente sozinha no jardim lendo algum livro, ou no museu do castelo. Aro pensou em colocar Amélia na torre com as esposas, mas sabia que seria arriscado e Caius não concordou também, tinha medo que acontecesse o mesmo que com Athenodora.

Amélia tinha acesso à quase todas as áreas do Castelo, exceto duas na ala norte, que apenas os mestres e os membros da alta guarda mais importantes podiam frenquentá-la. Ela não se importava muito com isso, já que Aro deixou a biblioteca do Marcus e do Caius aberta para ela, mas claro que depois dela argumentar e implorar muito.

Tudo por lá havia se tornado uma rotina, Amélia assistia julgamentos ou ficava no jardim, missões estavam restritas e fechadas, Aro não podia arriscar ficar sem suas armas especiais.

Após um longo julgamento, os Volturis receberam uma visita inesperada. Uma visita que tirou a paz e a calma de Aro e abalou Caius. Os outros vampiros da guarda apenas se entreolhavam e Amélia olhava confusa com o clima que havia se instaurado, até Marcus estava inquieto.

Amélia encarava de pé a pequena vampira de cabelos curtos e tingidos de vermelho, que deixou Aro mal-humorado e Caius tão desestabilizado. Foi então que a vampira ouviu Caius dizer quase inaudívelmente:

- Athenodora?

O peito de Amélia parecia se rasgar ao ouvir aquilo, a esposa estava de volta. Frente a todos, Amélia queria fugir, não podia acreditar no que via.

- O que faz aqui? - Aro pergunta diplomático mas agressivo.

- Sou uma esposa, não sou? Só tirei umas férias, agora voltei para o "meu amor". - Ela diz cinicamente e Aro cerra os olhos.

O clima é de pura tensão, Amélia sente como de sua garganta rasgasse ao ouvir chama-lo de "meu amor" e pela primeira vez ela começa a sentir o veneno invadir seus olhos. A vampira se mantém estática e faz o possível para que ninguém perceba. Jane que está do seu lado, olha para ela com pena e aflição. Aparentemente ninguém estava entendendo aquela repentina volta.

Caius permanece em silêncio, preso em seu próprio caos, em sua própria mágoa. Ele não olha para ela, nem para ninguém, seu olhar está fixo no chão. Aro parece pensar no que fazer e como agir, já que ele não pode expulsar uma esposa de qualquer jeito.

Aro então quebra o silêncio que já parecia perdurar a uma eternidade:

- A guarda está liberada por hoje. - E Amélia suspira aliviada e sai de lá rapidamente, mas ainda acompanhando o ritmo dos outros.

Antes de passar pela porta, ela olha para trás fixamente para Caius, que retribui com um olhar vazio, ele estava bem longe de lá.

Após passar pela porta, Amélia corre para o seu quarto e se tranca no mesmo. Tudo que ela queria era sua banheira com água bem quente para ficar embaixo dela por horas e horas, como se não existisse. "Por que ela tinha que voltar?" "Como eu pude pensar que um homem era confiável? Me entregar assim?" E então Amélia se deixou levar por todos os seus sentimentos medos e traumas, deixando-os sair. Ela gritava com toda sua força embaixo d'água como se deixasse toda a dor ir.

Ela ficou assim por um dia, até que ouviu baterem em sua porta, era Jane.

- Amélia? Eu sei que não é a melhor das ocasiões, mas o mestre está te chamando. - A vampira dizia suavemente.

Amélia então se levantou de seu limbo, mas se levantou como outra vampira. A vampira que havia entrado nesse castelo.

Ela se arrumou como antes, apenas mantendo as vestes oficiais, mas sua maquiagem era impecável e linda, deixou seus cabelos com belas ondas e passou seus perfumes caros.

Então, a mesma se olhou no espelho e disse para si mesma:

- Eu renasço todos os dias e nada pode me afligir.

Esse era seu mantra, que estava sendo esquecido por causa Caius e agora relembrado justamente por causa dele.

A vampira saiu com uma postura totalmente superior, seu ar esbanjava elegância e grandeza. O que surpreendeu Aro ao vê-la entrando no salão.

- Amélia, você está divina. - Ele decide ressaltar. Com a volta de Athenodora não podia arriscar perder Amélia.

- Obrigada, mestre. - Amélia da um belo sorriso, que transparece sinceridade, mas é apenas uma atuação impecável.

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