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Marc não me deixou fechar os olhos em momento nenhum, ele seguiu comigo em seus braços até a saída do museu enquanto não calava a boca na tentativa de não me deixar desmaiar.
— Você não vai morrer, o Steven me mataria se eu te deixasse morrer, vai ficar tudo bem ouviu? Você não ouse morrer agora! — ele olhava diretamente em meus olhos e diferente dos outros momentos ele parecia genuinamente preocupado comigo mesmo com aquele seu jeito bruto e meio grosso de ser.
No lado de fora do museu pude avistar Khonshu, minha visão estava uma bagunça e eu me sentia fraca demais pra poder ouvir o que ele dizia, só que provavelmente ele estava irritado com alguma coisa mas aceitou a súplica de Marc pra me levar pra casa.
Quando pisquei meus olhos estava em meu tão lindo, querido e aconchegante apartamento, Marc caminhou um pouco sem rumo até encontrar meu quarto e tentar me colocar na cama.
— Não... não, vai sujar os lençóis de sangue, me coloque no tapete! — pedi e pude ver sua expressão incrédula, e como era Marc ele claramente não acatou meu pedido me colocando acima do tão convidativo colchão macio de minha cama que agora provavelmente iria ficar manchado de vermelho com o meu sangue.
— Nem quase morrendo você para de falar! Me diga, o que Steven viu em você? Sinceramente? — ele reclamou andando por meu quarto e voltou de meu closet com alguma coisa em mãos, era lá onde estava minha companheira fiel, minha mochila com todos meus equipamentos e o kit de semideusa de primeiros socorros.
— Faz parte do meu charme e está no pacote pelo visto, já eu precisava um namorado pra cumprir a profecia e ganhei três. — ops, eu acho que falei demais.
Jake nunca devia ter me confiado seu segredo, menos ainda quando eu tinha que conviver com Marc por um período de tempo grande, minha única arma contra ele era o meu sarcasmo, já que eu me sentiria culpada se o ferisse em alguma possível luta.
— O quê? Como assim três? — a voz de Marc foi ouvida, e também a de Steven e Jake, haviam dois espelhos nas extremidades de meu quarto, um do guarda roupa e outro na porta do banheiro e daqueles reflexos podia enxergá-los perfeitamente.
Steven estava com uma expressão muito preocupada por conta de meu ferimento, e Jake parecia lutar entre ficar chateado comigo revelando seu segredo e rir da provocação que fiz com Marc.
— Marc será que dá pra você você costurar a porcaria do corte em meu braço e depois eu explico tudo o que você quiser sobre suas personalidades? — exclamei, não aguentava mais senhor dor, era a segunda vez em menos de três dias que eu feria meu braço direito.
Marc por um segundo pareceu tão sem jeito quanto Steven mas logo sua expressão fria tomou conta de seu rosto, ele abriu minha mochila pegando tudo o que pudesse pra costurar e fazer o curativo em meu braço.
Tentava manter meu olhar no seu apenas pra suportar a dor agonizante, nós semideuses estávamos acostumados com a dor, mas geralmente eram alguns cortes de espada das batalhas e do capture a bandeira, nunca que eu tinha sido atacada por um chacal.
