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Minha cabeça girava, eu não conseguia acreditar no que estava vendo, e eu jurava que se tivesse dormido junto de Steven estaria numa situação muito pior.
Poxa! Eu sou uma semideusa, meus sentidos são apurados pra batalha mas eu ainda tinha que lidar com o TDAH e isso me deixava parada em busca de respostas mas ao mesmo tempo atenta a qualquer ataque vindo do homem e do deus pombo.
— Vocês não vão me fazer perguntar novamente, alguém pode me explicar que merda está acontecendo aqui? Cadê o Steven? — perguntei ainda brandindo a espada na direção dos dois.
O silêncio pairou por alguns instantes que mais pareciam horas, os dois me encaravam e se olhavam entre si, como se estivessem decidindo em uma reunião silenciosa.
— EU AINDA ESTOU AQUI PORRA! – quebrei mais uma vez o silêncio já começando a ficar sem paciência.
O deus Khonshu encarou o homem que claramente não era meu doce Steven e fez um gesto como um adolescente irritado, e foi então que ele desapareceu.
— Hey, calma, eu sei que pode parecer estranho, mas eu vou lhe explicar tudo o que está acontecendo Luna. — ele finalmente diz, até sua voz era diferente de Steven, o sotaque americano assim como o meu, com o tom mais grave e denso.
Mas de certa forma eu tinha gostado da maneira que ele disse meu nome, parecia bastante sonoro em sua voz com a diferença de sotaque e era muito atraente.
— Sou todo ouvidos então. Pode começar a contar. — minha voz saiu um pouco mais inquisidora do que gostaria, mas era necessário, eu precisava de respostas, e era urgente.
Com isso me sentei na cama com as pernas cruzadas esperando que ele imitasse meu gesto e então o homem o fez, mas ficando distante como se eu fosse uma ameaça à sua vida.
De fato eu era, se ele fosse um inimigo ou tentasse me atacar, mas duvido que consiga, mesmo com a expressão e o olhar diferente ainda me parecia Steven ali, e eu nunca o machucaria.
— Steven é uma parte de mim, não tem muito o que explicar, mas ele não sabe que eu existo. A propósito, eu sou Marc, Marc Spector. — ele estendeu a mão e mesmo um pouco reticente aceitei seu contato.
Era a mesma sensação de tocá-lo, mas também era diferente, Steven era delicado e não apertaria minha mão desse jeito, nem sustentaria seu olhar nos meus por tanto tempo.
— Então, se ele não sabe de você, isso explica o distúrbio do sono... ele nunca foi um sonâmbulo, ele tomava o controle e por ventura as vezes você não estava em casa. — contei a minha teoria, que devia ser verdade, afinal era a única explicação possível.
— Algumas vezes, isso não era muito frequente antes, tudo passou a acontecer depois... — e então Marc parou de falar subitamente, como se tivesse dito algo errado, como se ele não quisesse tocar em certo assunto.
