Capítulo Cinco - Contrato Vitalício

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A noite de sono foi ótima. Acordei disposta a correr dez quilômetros ininterruptamente. Mas ao acordar, senti falta do Emanuel. Me sentei na cama ainda sonolenta e dolorida, lembrando de horas atrás quando eu ainda estava sendo devorada com gosto por ele. Sorri com a lembrança recente.

— Nem pra me acordar e dizer que tá indo. — disse olhando em volta, vendo o quarto extremamente bagunçado — Cafajeste.

Meus travesseiros e lençóis estavam espalhados pelo quarto, minha cama desforrada... Pelo menos ele teve a decência de fechar a porta da varanda juntamente das cortinas pretas, que impediam a claridade de entrar cem por cento no quarto.

— Que bom que pensou no meu sono e fechou tudo pra luz não entrar. — ri.

Me levantei e um banho foi necessário pra me acordar completamente, ainda estava em êxtase. Obviamente eu não estava apaixonada pelo Emanuel, mas puxa... Que pegada, que foda gostosa, a melhor da minha vida disparadamente. Ele foi o único homem que passou pela minha vida e deixou explícito que antes se dar o prazer, preferia me dar o prazer. Nossa... Cada toque, cada tapa, cada prosa safada... Sorria sozinha me olhando no espelho e percebendo que algumas partes do meu corpo estavam roxas, mas por um ótimo motivo.
O toque do meu telefone atrapalhou meus pensamentos e me tirou do transe, me fazendo ir correndo atender a chamada. Pensei ser algo importante mas era só...

— Oi, mãe. — disse simpática — Bom dia!

Não que minha mãe não fosse importante pra mim, ela era e muito. Mas ela também não era um acordo a ser combinado que me faria lucrar mais de trinta mil por mês.

— Bom dia, minha flor! — disse afável — Vai vir hoje?

— É... — ainda estava raciocinando, esqueci por alguns instantes que era domingo — Sim! Esqueci que hoje é domingo. — ri — Daqui a pouco eu chego, tá bom?

— Tá bom. Estou te esperando, fiz bolo de milho, o seu favorito! — disse animada.

— Ai, mãe. — fechei os olhos, grata — Muito obrigada, eu tava morrendo de vontade de bolo de milho. — ri — Te amo, já já tô aí.

— Um beijo, amor. Te aguardo.

Ela desligou a chamada e no mesmo instante aproveitei que estava ali com meu telefone na mão e liguei pra casa do Emanuel. Ele demorou um pouco a atender, mas quando atendeu, atendeu completamente aéreo, falando com a voz embargada e perdida.

— Tava dormindo? — ri.

— Quem é? — perguntou rouco.

— Esqueceu da minha voz? — perguntei divertida.

— Ah. — não pareceu surpreso — Elis.

— Elisandra. — o corrigi, odiava ainda precisar o corrigir — Levanta e se veste. Você vai me levar nos meus pais. — disse autoritária.

— Ah, Rosa, tô cansado. — disse melancólico — Você não pode pedir pra alguém da firma, não?

— Não, quem eu pago pra ser meu segurança é você. — fui curta, sorrindo ao escutando seu bufar.

— Eu acabei de deitar, tô exausto. — rebateu.

— Poderia ter dormido aqui mas preferiu ir embora na surdina... — o alfinetei sutilmente — Trinta minutos e sem atraso, ouviu? Eu vou te pagar, pode fica tranquilo. — desliguei a chamada.

Sorridente me pus a pensar. Uau, eu havia deixado ele cansado? Mesmo sem quase ter feito nada? É, eu não estava fraca.
O sexo com ele era aquele típico sexo de rainha, sem preocupações, eu apenas relaxava e deixava ele fazer todo o trabalho pesado. Ele sequer me dava chances de comandar e sinceramente eu amava, era ótimo. Pensando melhor, de fato ele tinha motivos pra estar moído.
Sem mais pensar na nossa noite, voltei ao quarto e me vesti com uma calça jeans marinheiro e uma regata azul índigo, a colocando por dentro da calça. Quis evitar que meus pais falassem besteira de mim por causa de um pedaço de pano. Nos pés, pus saltos pequenos e de maquiagem, apenas um hidratante labial. Em vinte e cinco minutos escutei a buzina do carro do Emanuel, pontual como sempre.
Desci as escadas, saí de casa e quando estava pra entrar em seu carro, uma mulher do outro lado da rua me chamou com a mão. Era minha vizinha.

Dois AmoresOnde histórias criam vida. Descubra agora