A Mulher de Preto

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Quando abri os olhos, já era noite, olhei ao redor do quarto e percebi que não tinha a menor ideia de onde estava.

Eu estava deitada numa cama enorme iluminada apenas por uma claraboia.

Minha cabeça estava doendo e eu queria vomitar.

Que merda aconteceu, onde estou?

Tentei me levantar, mas estava completamente impotente, como se eu pesasse uma tonelada e nem minha cabeça quisesse sair do travesseiro.

Fechei os olhos e voltei a dormir.

Quando despertei de novo, ainda estava escuro, não sei quanto tempo dormi.

Será que já era a noite seguinte?
Não havia um relógio, e eu estava sem a bolsa e o telefone.

Dessa vez consegui me levantar e me sentar na beira da cama, esperei um pouco para que minha cabeça parasse de girar.

Percebi o abajur junto à cama, quando sua luz inundou o quarto, dei conta de que aquele lugar era, provavelmente, bastante antigo.

As janela eram enormes e ricamente ornamentadas, em frente ao pé da cama de madeira havia uma enorme lareira de pedra parecida, eu só tinha visto em filmes.

No teto, havia vigas antigas, que combinavam perfeitamente com a cor das esquadrias das janelas.

O quarto era aquecido, elegante e muito italiano, fui à janela e saí por um instante pela porta da sacada, que tinha vista para um jardim de tirar o fôlego.

"Que bom que acordou."

Ao ouvir tais palavras, congelei de susto e meu coração pulou para a garganta.

Virei e me deparei com um jovem italiano.

O seu sotaque, ao falar em inglês, era
inegável, além disso, sua aparência me confirmou definitivamente essa convicção.

Não era muito alto, assim como a maioria dos italianos que vi, tinha cabelos escuros traços delicados e lábios grandes.


Pode-se dizer que era um rapaz lindo. Apesar de estar vestido impecavelmente com um ternoelegante, ainda assim parecia um adolescente.

Evidentemente, praticava exercícios físicos, e não pouco, porque seus ombros alargavam sua silhueta de maneira desproporcional.

"Onde estou e por que estou aqui?!", perguntei com raiva enquanto ia na direção dele.

"Por favor, depois que a senhora se reanimar, virei buscá-la, e aí a senhora vai saber de tudo", disse e sumiu, fechando a porta atrás de si.

Ficou parecendo que ele tinha fugido de mim bem quando eu estava apavorada com a situação.

Xinguei baixinho, estava me sentido perdida.

Ao lado da lareira havia outra porta.

Acendi a luz e diante dos meus olhos surgiu um banheiro sensacional.

No meio, havia uma banheira enorme, num dos cantos estava a penteadeira e, a seu lado, a pia com espelho, no outro lado, vi a ducha, sob a qual caberia, com facilidade, um time de futebol.

365 DNI - Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora