Noite de negócios

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O Nostro refletia perfeitamente a personalidade da Sarah.

Dois guarda-costas grandes cuidavam da entrada, o piso era tomado por tapetes roxos, depois de descer as escadas, via um lugar elegante e escuro.

Grandes cortinas de tecido escuro e pesado separavam os boxes, as paredes e a iluminação à luz de velas tornavam o lugar sensual, erótico e muito atraente.

Mulheres quase nuas, com máscaras em seu rosto, se contorciam em duas plataformas.

O enorme bar preto era servido apenas por mulheres vestindo bodies justos e sapatos de salto agulha, nos punhos elas usavam pulseiras de couro imitando braçadeiras. Sim, você podia definitivamente sentir Sarah naquele lugar.

Passamos pelo bar e as pessoas na multidão se esfregavam umas nas outras no ritmo da música.

O enorme guarda-costas, que abria a
passagem entre as pessoas, abriu uma cortina e eu vi uma sala, as esculturas monumentais de madeira pareciam mostrar corpos unidos, mas fiquei mais impressionada com seu tamanho do que com o que o autor quis expressar, no canto da sala em uma plataforma levemente protegida com tecido translúcido, havia um espaço para o qual fomos conduzidos.

Era definitivamente maior do que os outros e eu fiquei imaginando o que acontecia ali, já que havia um pole no meio.

Sarah estava sentanda, mas antes que sua bunda pudesse tocar o sofá, já estavam trazendo bebidas alcoólicas, petiscos e uma bandeja coberta com uma tampa de prata.

Meu primeiro instinto foi pegar, mas Guilherme agarrou meu pulso balançando a cabeça.

Ele me serviu champanhe.
"Não estaremos sozinhos hoje", ele começou, cautelosamente, como se temesse o que iria dizer.

"Estaremos acompanhados por algumas pessoas com quem temos de resolver certos assuntos."

Fiz que sim com a cabeça e repeti:
"Algumas pessoas, certos assuntos, ou seja, vocês vão se divertir com a máfia."

Esvaziei meu copo e entreguei a ele para encher novamente.

"Vamos fazer negócios, se acostume"

De repente, seus olhos ficaram arregalados, ele olhava atrás de mim.

"É agora que vai começar" ele disse passando a mão pelos cabelos.

Virei e vi vários homens entrando no cômodo, e Sarah entre eles.

Quando me viu, ela ficou paralisada, me examinando com o olhar frio e zangado de cima a baixo, engoli seco e pensei que minha ideia de me vestir como uma prostituta hoje não tinha sido a melhor idéia.

Seus acompanhantes passaram por ela e caminharam em direção a Guilherme enquanto Sarah permanecia imóvel.

"Mas que merda é essa que você está vestindo?" falou, me agarrando pelo
cotovelo.

"Alguns dos seus milhares de euros" falei, afastando sua mão.

Minhas palavras a fizeram ferver como água na chaleira, eu quase podia ver o
vapor saindo de suas orelhas.

Então um dos homens gritou algo para ela, que respondeu sem tirar os olhos de mim.

Sentei à mesa e peguei outra taça de champanhe, se vou ter que fazer papel de poste, pelo menos serei um poste bêbado.

O álcool estava descendo maravilhosamente bem naquele dia.

Entediada, eu observava as outras salas e ouvia o som das palavras ditas pela mulher de preto, quando ela falava italiano, era muito sensual.

365 DNI - Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora