De volta ao lar

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Abri os olhos, a sala estava clara e o sol brilhava tão forte que eu quase não conseguia ver nada, levantei a mão tampando o sol e arranquei do braço o soro que gotejava ao lado.

O que está acontecendo? pensei. Quando meus olhos se acostumaram com a luz, olhei tudo em volta, os aparelhos indicavam que eu estava num hospital.

Tentei me lembrar do que havia acontecido e então me lembrei.

Sarah, ela...
pensar nisso fez meu coração acelerar novamente, e todos os dispositivos ao lado da cama começaram a apitar.

O médico e a enfermeira apareceram na sala, seguidos por Guilherme, quando eu vi Guilherme lágrimas inundaram meus olhos, e os soluços não me deixavam pronunciar uma única palavra.

Enquanto eu estava sufocando, agitando meus braços, a porta se abriu novamente e a mulher de preto apareceu.

Ela passou por todos e caiu de joelhos na minha frente, agarrou minha mão e a
apertou contra seu rosto, olhando para mim com olhos apavorados e cansados.

"Desculpa" sussurrou. "Meu amor, eu..."

Movi minha mão para tampar sua boca,
não agora e não aqui, pensei, e as lágrimas escorreram ainda mais pelo meu rosto.

"Dona Juliette" começou a falar calmamente o senhor de jaleco, olhando para o prontuário pendurado na cama.

"Tivemos que realizar um procedimento de restauração arterial, porque sua vida estava em risco, por isso inserimos um tubo em seu corpo, daí o curativo na virilha. Um catéter foi conduzido pela abertura até o coração, o que nos permitiu reparar a artéria, isso de modo bem resumido. Estou ciente de que, apesar do seu excelente conhecimento da língua inglesa, seu entendimento da nomenclatura médica não me permite fornecer explicações mais detalhadas, definitivamente desnecessárias no momento, de qualquer forma, deu tudo
certo."

Eu ouvi o que ele dizia, mas não conseguia tirar os olhos da Sarah, ela estava ali sã e salva!

"Juliette, está me ouvindo?!" Senti que alguém forçava minhas pálpebras a abrirem.

"Não faça isso comigo, senão ela vai me matar."

Abri meus olhos lentamente, eu estava deitada no tapete e Guilherme tremia de nervoso à minha volta.

"Graças a Deus" suspirou enquanto eu olhava para ele.

"O que aconteceu?" perguntei confusa.

"Você desmaiou de novo! Que bom que aqueles comprimidos estavam na gaveta, você está se sentindo melhor?"

"Onde está a Sarah? Eu quero vê-la agora mesmo!" gritei enquanto tentava me levantar. "Você disse que toda vez que eu quisesse, você me levaria até ela, então eu quero que você faça isso agora!"

Ele me olhava, como se procurasse uma resposta para a minha pergunta.

"Eu não posso" sussurrou. "Ainda não sei o que aconteceu com ela, mas sei que algo deu errado, Juliette, se lembra de que a mídia nem sempre fala a verdade, mas hoje você tem que sair da ilha e voltar para a Polônia, essas foram as orientações de don Sarah e são para a sua segurança, o carro está esperando, em Varsóvia, tem um apartamento
para você e também uma conta em um dos bancos das Ilhas Virgens, e pode usar o dinheiro nela disponível o quanto quiser."

Eu olhava para ele e não acreditava no que estava ouvindo.

Guilherme continuou:
"Todos os documentos, os cartões e as chaves estão na sua bagagem de mão, um motorista irá buscá-la no aeroporto e levá-la ao seu novo apartamento, haverá um carro para você na garagem, todas as suas coisas compradas na Sicília serão transportadas como você pediu."

365 DNI - Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora