Quando abri os olhos, o quarto já estava claro, estava deitada na roupa de cama
branca, de camiseta e calcinha pelo que me lembrava, eu tinha adormecido de
roupão.Será que a Mulher de Preto trocou minha roupa? Para ter feito isso, primeiro
teve de tirar o roupão, o que significava que tinha me visto nua, esse pensamento não me parecia muito agradável, apesar de Sarah ser uma mulher irresistivelmente bonita.Diante dos meus olhos, passavam os acontecimentos da noite anterior.
Inspirei profundamente de medo e cobri meu rosto com o edredom, todas aquelas
informações, os 365 dias que ela tinha me dado, minha família, a infidelidade do Rodolffo e a morte daquele homem tudo aquilo era demais para uma noite só.“Não fui eu quem trocou a sua roupa”, ouvi a voz que chegava abafada pelo
edredom.Puxei devagar a colcha que cobria meu rosto para poder ver a Mulher de Preto.
Estava sentada em uma enorme poltrona ao lado da cama, dessa vez, vestia um traje realmente menos oficial calça preta de ginástica e um top, que deixava a mostra sua barriga definida.
“Foi Maria quem fez isso”, continuou.
“Eu quase nem fiquei no quarto depois, eu te prometi que sem a sua permissão nada aconteceria, embora não possa negar que fiquei curiosa e tive vontade de ver, especialmente porque você estava inconsciente, tão vulnerável e, por fim, porque tinha a certeza de que não levaria outro tapa na cara.”
Ao dizer isso, levantou as sobrancelhas de forma divertida, e, pela primeira vez,
vi seu sorriso, estava despreocupada e satisfeita, parecia que de forma alguma se lembrava dos dramáticos acontecimentos da noite anterior.Levantei e me encostei na cabeceira de madeira. Sarah, ainda com um sorriso
divertido, ajeitou de leve na poltrona, cruzou a perna direita sobre o joelho
esquerdo e aguardou que saíssem as primeiras palavras da minha boca.“Você matou um homem”, cochichei, e dos meus olhos escorreram lágrimas.
“Você deu um tiro nele e fez isso de uma forma tão natural, como quando eu compro um par de sapatos.”
Os olhos da Mulher de Preto novamente se tornaram frios, e o sorriso foi embora do seu rosto, foi substituído pela máscara de seriedade e intransigência que eu já conhecia.
“Ele traiu a família, e a família sou eu, então ele me traiu.” falou se inclinando um pouco.
“Eu falei para você, mas parece que você julgou que era uma piada, eu não tolero
contrariedades e desobediência, Juliette, e nada é mais importante para mim do que a lealdade, você ainda não está pronta para tudo, e, provavelmente, nunca estará preparada para uma visão como a de ontem.”Então ela se calou levantou da poltrona, foi até mim e se sentou na beirada da cama.
Passou os dedos pelos meus cabelos, como se quisesse confirmar que eu era real, em certo momento, enfiou a mão por baixo dos cabelos e os agarrou
fortemente, bem perto da raiz, jogou a perna esquerda sobre o meu corpo e montou nas minhas pernas, me imobilizando.
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365 DNI - Sariette
FanfictionBaseada no filme e livro 365 dias, agora uma versão sariette 👀 Me sigam no twitter: @Galegadaju