365 DNI - Sariette

Senti saudades

"Respire" ouvi a voz como se viesse de dentro de uma caixa. "Juliette, respira, você está me ouvindo?"

Senti meu estômago subir na garganta e comecei a vomitar.

"Graças a Deus! Pequena, você está me ouvindo?" perguntou Sarah, acariciando meus cabelos.

Abri os olhos com dificuldade e vi a Mulher de preto com água pingando pelo corpo, estava com roupa apenas sem os sapatos.

Eu olhava, mas não conseguia dizer uma palavra, minha cabeça doía e o sol me cegava, Fabio entregou uma toalha e a mulher de preto me enrolou com ela e me pegou nos braços.

Ela me carregou pelos deques, até que entrou no quarto e me deitou na cama.

Eu ainda estava atordoada e não tinha ideia do que tinha acontecido, Sarah secou meus cabelos, olhando para mim com os olhos cheios de preocupação e raiva.

"O que aconteceu?" perguntei numa voz baixa e rouca.

"Você caiu da ponte do convés. Graças a Deus que não estávamos navegando mais
rápido, e você caiu ao lado do iate, o que não muda o fato de que você quase se afogou"

Sarah se ajoelhou ao lado da cama. "Porra Juliette, eu queria matar você, e ao mesmo tempo estou muito grata por você estar viva."

Toquei sua bochecha.
"Você me salvou?"

"Ainda bem que eu estava bem perto, nem quero pensar no que poderia ter
acontecido com você, por que é tão desobediente e teimosa?" suspirou.

O álcool ainda zumbia na minha cabeça e eu sentia o gosto da água do mar na minha boca.

"Eu queria tomar um banho" disse e tentei me levantar.

A mulher de preto me segurou pelo braço.

"Não vou deixar você fazer isso sozinha agora, porque não faz cinco minutos que
você não estava nem respirando, Juliette, se você quiser, eu mesma vou te dar um
banho"

Olhei para ela com o olhar cansado, não tive forças para me opor, além disso, ela já tinha me visto nua e não só me viu como também me tocou, então nenhuma parte do meu corpo era segredo para ela.

Eu balancei a cabeça concordando.

Ela sumiu por um momento e, quando voltou, pude ouvir o barulho da água correndo no banheiro.

A mulher de preto tirou toda a roupa, em circunstâncias normais, vê-la assim me deixaria muito excitada, mas não naquela hora.

Ela abriu a toalha que eu estava enrolada e tirou minha blusa com delicadeza, desabotoou meu short e ficou surpresa ao descobrir que eu não estava usando calcinha.

"Você não está usando calcinha?!"

"Observação muito valiosa!" sorri. "Não achava que a gente ia se ver."

"Por isso mesmo deveria usar!" Falou.

Ela me carregou até o banheiro que ficava a poucos metros da cama, a enorme banheira já estava parcialmente cheia de água.

Ela entrou, sentou, depois me virou e me colocou entre suas pernas, de modo que minha cabeça repousava em seu peito.

Primeiro ela me lavou toda, sem esquecer nenhum lugar, depois começou a lavar minha cabeça, fiquei surpresa com a delicadeza que soube lidar comigo, por fim, me tirou da banheira, me enrolou em uma toalha e me carregou para a cama.

Sarah apertou um botão no controle remoto e cortinas enormes cobriram completamente as janelas, proporcionando uma escuridão agradável, nem sei quando adormeci.