dezessete anos depois

187 15 35
                                    

        Dezessete anos depois
         Karol levantou-se de sua cama e começou a se preparar para seu último primeiro dia de aula,ela estava no terceiro ano do ensino médio, naquele dia em específico ela estava feliz como raramente costumava estar.

        Dezessete anos depois Ruggero estava de volta aquele colégio onde conheceu Carolina, mas dessa vez como professor, ele parou em frente o portão adimirou a fachada, estava um pouco diferente mas mesmo assim repleto de boas memórias, ele caminhou até a diretoria, precisava conversar com o diretor antes de ir para a sala de aula, o diretor passou todas as normas e lhe entregou a calendário de todas as aulas que teria que dar, todas nas salas de terceiro ano, ele gostava de lidar com adolescentes pelo fato deles estarem beirando a maior idade ele conseguia uma maior interação com os alunos e em todas as escolas onde ele trabalhou foi considerado um ótimo professor.
          Ele foi para a sala do terceiro ano B,alguns alunos já estavam lá,ele os cumprimentou e decidiu ficar por ali mesmo já que faltava apenas alguns minutos para a aula começar, o primeiro sinal tocou e os alunos começaram a entrar na sala,primeiro dia de aula os alunos costumam ser pontuais,havia apenas duas cadeiras vagas,Ruggero parou em frente a turma e os deu bom dia,mas algo tirou sua atenção,uma garota que entrou e deixou seu caderno cair.

— desculpe atrapalhar,ainda posso entrar? — questionou karol.

— claro, não está atrasada o segundo sinal ainda não tocou — disse ele lhe dando um sorriso.

— obrigada — ela agachou para pegar seu caderno que havia caído mas ouviu uma gracinha de um de seus colegas.

—que posição é essa em karol? — disse ele e todos riram.

— uma que você nunca vai conhecer, na verdade nada que dure menos que um minuto vai conhecer essa posição— ela disse e todos começaram a rir inclusive Ruggero.

— uma entrada um tanto caótica não?—Ruggero disse, naquela hora karol teve a sensação de já ter ouvido aquilo mas não sabia onde.

— desculpe,não quis atrapalhar, vou para o meu lugar — disse ela que logo caminhou até o fundo da sala e sentou-se.

— meu nome é Ruggero tenho trinta anos e sou professor de matemática — Ele pediu que um a um os alunos se apresentassem e eles assim fizeram,ao fim das apresentações Ruggero deu início a aula, ele havia começado a explicar a matéria e karol já não estava entendo nada, ele explicava como se aquilo fosse fácil, mas para karol até parecia que ele estava falando em outra língua, ela olhava concentrada para o quadro mas o esforço para entender estava sendo em vão.

         No intervalo todos saíram da sala e karol ficou,ela não estava lá com muito ânimo,antes de sair de casa havia discutido com sua mãe,a mãe dela era uma pessoa difícil,sempre a tratava mal e karol até então não entendia o motivo,já o padrasto dela mesmo não sendo carinhoso com ela e nem se portando como um pai a respeitava muito, ele era um homem bom,sempre tentava apaziguar as discussões em casa e as vezes protegia karol dos exageros de sua mãe, ela colocou os fones de ouvido pegou um livro e foi até o capítulo que tinha parado na noite anterior.

— não vai sair para intervalo junto com seus colegas? —Ruggero questionou ao ver que ela era a única ali na sala.

—hoje não,prefiro ficar aqui e ler meu livro,o silêncio é um ótimo amigo.

— “de todos os que não tem nada a dizer os mais agradáveis são os que fazem isso em silêncio” —disse Ruggero.

—nicolas chamfort.

—nossa,difícil alguém da sua idade conhecer esse poeta.

—difícil qualquer pessoa conhecer o trabalho dele,você é o primeiro que vejo que o conhece — disse karol

— verdade,para os que não conhecem,não sabem o que estão perdendo, vou deixar você com seu amigo silêncio, boa leitura, até as próximas aulas.

— até professor — ela disse e logo em seguida ele saiu da sala a deixando sozinha. Ela tinha a impressão de o conhecer de algum lugar mas não tinha ideia de onde poderia ser “vai ver o vi em algum lugar,a cidade não é muito grande” ela pensou e logo em seguida voltou sua atenção a seu livro.

         Ao fim das aulas karol voltou pra casa, ela passou pela porta e suspirou, não sentia como se ali fosse seu lar, e sua mãe não fazia muito para que ela se sentisse acolhida, mas bem, era a casa que ela tinha, se sentindo bem ou não teria que ficar ali.

— sabe por onde anda sua mãe?— perguntou Samuel seu padrasto ao vê-la.

— não, acabei de chegar — disse karol.

— acabei de chegar do trabalho tô morto e morrendo de fome, se me preparar algo pra comer te dou vinte reias — ele disse lhe mostrando a nota.

— pode deixar — ela disse pegando a nota de sua mão em seguida foi para a cozinha. Ela preparou a comida, montou seu prato em seguida caminhou pelo corredor ao passar em frente o quarto de sua mãe e de seu padrasto, ela gritou avisando que a comida estava pronta no fogão, ele respondeu dizendo que já ia comer, ela foi para seu quarto sentou-se em sua cama e começou a comer.

— até que não está ruim — ela disse a si mesma.

     Ela estava quase terminando de comer quando ouviu a voz de Luiza sua mãe,mais uma vez ela e seu padrasto estavam discutindo karol sabia que não demoraria muito, logo a discussão chegaria nela, e ela estava certa, logo a porta do quarto se abriu.

— aí está, por que não lavou a louça?— questionou a mãe de karol.

— acabei de preparar o jantar — disse karol e antes mesmo que pudesse terminar de falar foi interrompida pela mãe.

— preparou o jantar, isso não é mais que sua obrigação, Samuel trabalha o dia todo pra colocar comida dentro dessa casa, e ele não tem obrigação nenhuma de te sustentar, preparar a comida pra ele é o mínimo que pode fazer — disse sua mãe irritada.

— deixa a garota em paz, ela não tem obrigação nenhuma de preparar comida pra mim, ela não é empregada— disse Samuel ao passar pelo corredor.

— termina de comer e vai lavar a louça, eu vou tomar um banho e deitar, não quero ouvir nenhum barulho sequer — disse sua mãe e logo saiu fechando a porta. Karol todos os dias procurava um motivo para que sua mãe agisse de tal forma,mas ela nunca encontrou nenhum,então ela se conformou com a ideia de que sua mãe simplesmente não a amava.

Uhuuh karol apareceu🤗
Espero que gostem meus amores,amo vocês,beijinhos na testa 😘 💋

no te voy a fallarOnde histórias criam vida. Descubra agora