1 - Um novo início

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Depois das crises das infinitas terras, quando todos voltam para os seus devidos lugares, parece que nem tudo continua o mesmo.

Point of view : Kara Danvers •

Despertei com a luz adentrado no meu quarto, ainda estava com os olhos fechados, mas reconhecia o âmbito do meu apartamento. O lençol abraçava meu corpo e me aquecia mais do que precisava. A cama estava tão confortável que é um sacrifício apenas ter que me levantar. Estava aliviada, pois se estou no meu apartamento tínhamos conseguido salvar o mundo... a galáxia... enfim, estamos vivos.

Abro meus olhos com o cenho franzido por estar divagando demais. Olho para o meu quarto percebendo que tudo ainda estava no seu devido lugar, olhado por cima. Me sento na cama sonolenta, parece que toda essa confusão drenou os meus poderes. Me sinto cansada, no nível de não querer levantar a bunda da cama macia para mais um dia maluco - o que já é normal.

Com custo, decido fazer minha higiene matinal, porque realmente estou precisando, estou pingando de suor como se houvesse corrido uma maratona e não passado horas deitada. Olhando para o meu relógio em cima da escrivaninha, vejo que já está na hora de me arrumar para o trabalho, sabendo como é a Cacto, lá deve estar uma loucura sem tamanho. Se estivesse com os meus poderes poderia dormir mais, mas como não estou, vou ter que ir a luta. Me levanto e vou em direção ao banheiro de olhos praticamente fechados.

- Nossa... que sono. - digo em um tom choroso e bochechando logo em seguida. Soltei meu bafo na mão e realmente está péssimo, tenho que escovar os dentes urgente.

Tenho que falar com a Alex e avisar que estou sem os poderes, quando estou assim ela costuma ser BEM PROTETORA. Peguei a minha escova, molhei primeiro e coloquei a pasta azul bem devagar, havia visto em algum lugar que tem que molhar a escova antes de tudo. Coloquei na boca e comecei a escovar os dentes, me apoiando na pia, em movimentos leves e preguiçosos. Quando finalmente me olho no espelho para ver minha cara sonolenta, levo alguns instantes observando a imagem a minha frente, com a escova cheia de espuma na boca e olhar azul. Quando meu cérebro processa o que estou vendo, me assusto e grito, deixando a escova cair no chão.

- Droga. - praguejei, me abaixando para pegar a escova no piso do banheiro e bati minha cabeça na pia quando levantei. Só escutei o barulho do choque, mas por conta da adrenalina não me importei muito com a dor que logo viria. Choraminguei colocando a mão no local da batida e quase me deitei no chão e fui dormir pelo cansaço. Depois do meu pequeno surto de desastre, paro e observo a figura na minha frente e tomo como conclusão que é o meu reflexo, mas não sou eu.

Começo a prestar mais atenção no ambiente em que estou e com certeza é o meu apartamento, o que não descarta a hipótese de que eu troquei de corpo com alguém, como naquele filme em que a filha vira a mãe e vice e versa, filme que eu não me lembro do nome agora...

- Foca Kara... - bati de leve no meu próprio rosto e tive uma ideia. Liguei a torneira de novo e joguei água na face, tentando acordar de fato, pensando que talvez seja um sonho, meus sonhos costumam ser bem malucos e sem sentido. Mas não adiantou de nada, ainda estava do mesmo jeito, peguei a toalha e me sequei.

Volto para o banheiro, de que eu havia saído para fazer uma vistoria no apartamento e aproveitando pra olhar para a janela, para constatar que tudo parecia normal, tendo em vista que as pessoas andavam tranquilamente na rua e o céu ainda era azul. Observo a imagem na minha frente com bastante atenção e eu vejo um homem, onde seus olhos são azuis bem parecidos com os meus, não... são os meus olhos, eu acho. Esse cara tinha uma pele clara, como a minha, cabelos em um tom de loiro um tanto escuro. Parecia de algum jeito estranho com o meu pai, mas não era ele, também lembrava a minha mãe.

O restart (Supercorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora