8 - Sangue tem gosto de ferro

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- Quebra de tempo... -

Se o dia estava lindo? Não, estava exuberantemente lindo, - se é que essa palavra existe - não haviam tantas nuvens no céu, mesmo assim o calor não era escaldante, mas não estava frio, um clima ameno é o certo a se dizer. O Danvers mais novo estava tomando o seu café matinal, que consistia em panquecas com mel, croissant's e um suco de laranja. Estava tudo calmo até ele escutar o som do alarme de uma joalheria. Um roubo a uma joalheria, clichê? Claro, mas não é como se fossem parar de acontecer.

Às vezes o kriptoniano se perguntava o porquê dos criminosos insistirem em quebrar as leis, sendo que ele sempre acabava salvando o dia, patético.

- Uhm... esperem por mim panquequinhas, daqui a pouco eu volto, não saíam daí. - fez o seu traje se materializar no seu corpo e foi em direção aos mal feitores.

- Ei vocês aí, poderiam devolver as jóias? Se sim eu pego leve com vocês. - disse depois que pousou. Suas botas vermelhas encontraram o chão em pura imponência, as mãos na cintura enquanto o vento matutino dançava pelos seus fios loiros. SuperBoy parecia gigante naquele trage, sinônimo de força e poder. Nas escolas seu nome seria posto de lado com Alexandre o grande, Cleópatra e Michael Jackson.

- Que tal você ir embora agora, aí Eu pego leve com você? - diz o criminoso com uma arma diferente em suas mãos. O loiro suspirou, seu café da manhã estaria frio se não voltasse logo.

- Você tá falando sério? - questionou.

- Você nem sabe o quanto... - o homem respondeu com um sorriso sínico nos lábios finos. Aquele olhar fez o loiro ficar em alerta. Seu instinto o avisava que coisas ruins viriam. O homem apertou o gatilho e ele sentiu um arrepio correr e se arrastar pela linha da sua coluna e os fios dourados se eriçando. Viu o verde brilhante andar lentamente na sua direção, não teve reação, mil pensamentos atropelaram seus atos que deveriam acontecer em resposta. Sentiu-se impotente, fraco a cada centímetro que o raio se aproximava, até lembrar-se que podia reagir. Esquivou quando já estava perto de mais, sentiu a kryptonita queimar a sua pele de raspão, não perfurou a roupa, mas sentia seu estômago borbulhar em angústia ao toque rasteiro.

- AH... - um grito de dor saiu como um rugido, foi alto, alto o suficiente para ser ouvido a um longa distância. Os vidros da joalheria tremeram ao alcance do som e os homens com as sacolas cheias de joias se assustaram e correram.

Point of view : Karther Danvers

Essa não, de novo não. Essa dor de novo não. É como se houvessem facas separando a minha pele dos meus ossos, de dentro pra fora. O meu corpo latejava em agonia. Dor, uma palavra tão pequena não seria suficiente para que eu pudesse explicar essa angústia física. Me vi caindo, a vista embaçando, tudo tornando-se negro, mas não poderia desmaiar aqui. Meus joelhos se chocaram com o chão, meu corpo tremulou com o impacto. Olhei para minhas mãos e minhas veias estavam verdes e saltando para fora, por um segundo fechei os olhos.

Quando abri, os vi entrando em uma vã preta. Me sentia fraco, vulnerável, acho que estava desacostumado. Com custo, me levantei, mas sentia que iria despencar de novo, quando meu corpo cedeu para trás, não senti o impacto com o chão. Braços me seguraram.

- Ei, Ei, Ei. Vamos, não pode desmaiar. - me fizeram sentar. - Como se sente? - algumas pessoas me olhavam com preocupação, todas se uniram ao meu redor.

O restart (Supercorp)Onde histórias criam vida. Descubra agora