— PARA COMEÇAR, por que você se importa tanto em me ajudar a ressuscitar minha parceira? O que isso te dará? - ele perguntou enquanto enchia minha taça com ainda mais vinho.
Senti as memorias daquele dia começando a reaparecer como um flash em minha mente, então peguei a taça de vinho e tomei um grande e longo gole. Deixei o taça de vinho quase vazia sobre a mesa e tentei encará-lo.
— Perdi há algum tempo alguém que me era muito querido e não consegui me despedir. Então, tudo que eu quero é o que você quer, Grão-Senhor: conseguir vê-lo apenas mais uma vez.
Ele ficou quieto mais uma vez enquanto olhava para mim.
Minha resposta foi suficiente para ele?
Ele tomou um gole de seu vinho e fixou seus olhos violetas em mim como nunca antes.
—Rhysand. - disse ele.
Eu pisquei levemente, achando que provavelmente ouvi errado.
— O que disse? - Eu perguntei, confusa.
—Meu nome é Rhysand. Se vamos ficar juntos por um tempo a partir de agora, você pode me chamar pelo meu nome.
Pisquei novamente, concordando levemente com a cabeça. Rhysand...
— Tudo bem, Rhysand. - testei seu nome em minha boca, me surpreendendo em como parecia certo dizê-lo.
Quase parecia proibido, chamá-lo pelo primeiro nome. A intimidade disso me fez corar, o que era ridículo. Ele apenas olhou para mim com uma leve diversão.
Limpei a garganta mais uma vez.— Rhysand, não podemos atravessar para nenhuma das cortes.
— Por quê? - ele perguntou.
— Você sabe por quê.
— Traços de magia?
— Exatamente, nós não podemos deixar rastros. É muito arriscado considerando que ainda existem feéricos por aí procurando pelas relíquias e... por mim.
— Como você sabe que ninguém já as encontrou? - ele perguntou.
— Acredite em mim, até você saberia se fosse esse o caso. Felizmente, não é. - eu disse a ele enquanto terminava o último gole de minha taça.
Tinha que parar de beber. Eu já estava começando a ficar um pouco tonta.
— Além disso, eles não podem fazer nada sem o amuleto - eu disse a ele.
— E onde está o amuleto?Eu ri um pouco. Talvez porque eu não tinha contado a ele, talvez porque eu estava um pouco bêbada com o vinho. Ele me olhou confuso, mas com um leve sorriso.
— Este é o amuleto. - puxei o amuleto antes escondido entre meus seios, o metal gelado agora não mais esfriava minha pele.
Rhysand encarou a íris esverdeada no centro do colar e depois voltou-se para mim.
— Certo, eu vou nos levar para onde quer que tenhamos que ir primeiro.
— Eu acho que, já que este é seu território, seria sábio deixar a Corte Noturna por último, então se algo der errado, nós podemos apenas voltar aqui e encontrar a última relíquia. Também acho que devemos começar pela corte que está mais próxima de nós agora. - sugeri.
— Isso seria ótimo tendo em vista que Helion nos aceitaria facilmente, mas tenho assuntos para discutir com Tarquin na Corte Estival. Então esse terá que ser nosso primeiro destino.
— Tudo bem - eu disse. — Mas você vai ter que inventar uma desculpa do porquê de estarmos procurando algo na Corte dele. Você pode fazer isso?— Você se importa de atuar um pouco? - ele me perguntou, seu olhar me dizendo que já tinha algo tramado.
Dei de ombros levemente. Era óbvio que não, faço isso desde o dia em que criei consciência de meus atos. E isso foi muito, muito cedo.
— Na verdade, não. - tentei ser o mais simples possível, mas tive certeza que ele notou algo a mais.
Ele olhou para mim então com um pequeno sorriso, como se dissesse: Então está feito.
— Nós estamos indo para a Estival, então. Pegue suas coisas e me encontre lá fora.
. . .
Como não tinha nada comigo, decidi que precisaria ir em algum banheiro antes de ir para qualquer outro lugar. Rhysand me disse o caminho para o mais próximo e quando entrei, a primeira coisa que vi foi um espelho enorme. Caminhei em direção a ele e dei uma boa olhada em mim mesma. Meu cabelo estava um desastre, meus olhos pareciam cansados, de alguma forma eu tinha sujeira no meu rosto e o vestido preto que usei no funeral estava rasgado na parte inferior por algum motivo. Talvez quando eles me amarraram na masmorra eles não tenham tomado tanto cuidado e...
Reparei em como meus olhos estavam pesados e avermelhados.
A exaustão me atingiu naquele momento. Foi um dia muito longo e eu não esperava que fosse ser do jeito que aconteceu... Eu jogada no chão com um Grão-Senhor, depois em uma masmorra e depois em Velaris, a cidade secreta, para discutir minha missão ainda mais secreta. Mas eu não estava chateada com isso, fiquei realmente feliz por Rhysand ter aceito se juntar a mim em minha busca.De repente, senti uma lágrima rolar pelo meu rosto.
Mais e mais caíram até que as lágrimas rolavam como se fossem um riacho.
Peguei o amuleto entre meus dedos e deixei um pequeno selar com meus lábios.— Estou chegando.
...
Ao sair do banheiro, vi uma biblioteca da minha visão periférica e não pude deixar de ir em direção aos livros. A sala estava aberta, então não tive culpa que os livros tenham chamado minha atenção.
Haviam centenas de livros dentro do lugar, intocados e muito bem organizados. Me segurei para não ver todos eles. Queria tocá-los, senti-los, cheirá-los e, claro, lê-los. Eu sempre adorei um bom livro, mas desde Amarantha e Hybern, eu não tive tempo para sentar e realmente apreciar um livro.
Eu estava tão perdida admirando o lugar que não notei a jovem feérica que estava lendo dentro da biblioteca. Ela usava um lindo vestido azul escuro que mostrava sua figura esbelta. Seus cabelos eram de um tom de castanho dourado e ela os tinha trançados na cabeça como uma coroa. Seu rosto era lindo apesar de ter traços tão marcantes, mas o que me chamou a atenção foram seus olhos. Eles estavam cheios de uma crueldade poderosa e astuta que eu só tinha visto em reis de lugares muito distantes.
Me afastei rapidamente assim que a vi fechar o livro. Caminhei em direção à saída, onde Rhysand me esperava.
Aquela mulher era uma das irmãs da Grã-senhora? Porque se fosse esse o caso...
Feyre devia ser simplesmente linda.
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𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓𝐌𝐀𝐑𝐄𝐒 | ACOTAR
FanficRhysand x fem.oc fanfic Todos os direitos do enredo original desta história vão para @karamorrdraws do Tumblr; eu apenas traduzi para o português e adaptei da melhor forma possível, levando em consideração as diferenças linguísticas e o fato de que...