ALGO GRITOU EM MINHA mente, berrando para que eu fugisse o mais rápido possível, mesmo que tivesse que deixar Rhysand para trás. Queimava meu peito como se estivesse disposto a tudo para nos impedir de adentrar este lugar esquecido pela própria Mãe.
A relíquia.
O colar em meus seios estava nos avisando que isso não seria fácil. Estava nos dizendo para ter cuidado, para desistir.
O amuleto pulsou novamente, parecendo quase tão ansioso quanto eu para acabar logo com tudo isso.
Eu rapidamente virei minha cabeça para Rhysand.— Pode sentir isso? — Eu perguntei a ele.
Ele estava olhando para seus pés, que agora estavam cobertos pela água verde e cheia de musgos.
— O mal... — ele franziu a testa e apontou para baixo. — Não é esse o símbolo no amuleto?
Olhei confusa para ele, e ao me agachar ao seu lado, vi que, de fato, o eclipse solar e o olho estavam ali. Exatamente o mesmo símbolo do amuleto.
— O que você acha que isso significa? — perguntei.
Ele ficou quieto enquanto olhava para o símbolo, talvez tentando obter respostar que nem mesmo eu possuía.
— O que o amuleto... — ele foi cortado quando toquei o símbolo, de repente movendo um tijolo um pouco, revelando uma entrada secreta.
— Pelo Caldeirão! — eu disse enquanto empurrava o tijolo para mais longe para abrir espaço para que pudesse entrar.
A magia era tão forte que eu mal conseguia movê-lo. Precisávamos que um poder tão forte quanto o que estas paredes possuíam, adentrasse as mesmas.
— Deixe-me ajudá-la. — Rhysand disse enquanto se agachava também.
— Sim... — eu sussurrei enquanto pegava sua mão.
Rhysand ficou surpreso quando eu a segurei, mas eu sabia que ele entendia o porquê eu tinha feito aquilo.
Sua mão era áspera, mas de alguma forma, ainda macia. A primeira coisa que senti foi uma sensação de formigamento, o que assumi ser causada pela quantidade ridícula de poder que ele tinha. Mas... eu não queria pensar em como era bom segurar a mão dele.
Como tinha sido bom antes, quando eu estava a poucos centímetros de seu rosto, tocando sua bochecha, respirando seu cheiro, memorizando cada pequeno detalhe dele.
Concentre-se.
A única coisa que estava me permitindo mover o tijolo de lugar era o próprio amuleto. Eu podia sentir seu poder fluindo através de minhas mãos para a entrada recém descoberta, então usei o poder de Rhysand apenas para amplificar isso. Tentei fazer com que o amuleto absorvesse seu poder, e de alguma forma, isso me permitiu mover as pedras um pouco mais.
— Você acha que pode segurar a mente da Hidra e pará-la enquanto eu entro lá? — perguntei a ele enquanto continuava empurrando os tijolos.
Cheguei a algumas conclusões naquele momento:
1. A entrada se fecharia assim que eu parasse de tocá-la com o amuleto.
2. Não haveria como voltar depois que eu estivesse dentro.
3. Isso significava que eu tinha que dar o amuleto a Rhysand e ele tinha que segurar a porta aberta para mim, já que sua magia era claramente mais forte que a minha.
4. Esta missão nunca foi feita para uma só pessoa cumprir.Eu aprendi isso do jeito ruim.
Se Kallias não estivesse lá quando entrei no ninho dos vermes de middengard...— Eu não posso parar a hidra, não daqui. Talvez eu deva entrar. — disse Rhysand.
— Você não pode entrar. — eu disse a ele. — Eu não posso manter a porta aberta para você. Eu não sou tão poderosa quanto você, Grão-Senhor. Sua magia pode manter a porta aberta para mim, mas você nunca sairá de lá se for eu quem tentará abri-la.
Nós nos encaramos em silêncio, verde contra violeta.
— Se a hidra estiver lá dentro, você pode morrer. — alertou.
Quando finalmente empurrei os tijolos o suficiente para me deixar entrar, olhei para ele. O oceano fez seus olhos brilharem ainda mais do que o normal. Uma visão tão bonita que eu quase me esqueci, mesmo que por um segundo, do porquê estávamos aqui.
Concentre-se em sua tarefa.
— Eu sei. — eu disse. — A questão é que estou disposta a correr esse risco para trazer de volta o que perdi. Não somos tão diferentes nesse aspecto, Rhysand.
Ele ficou quieto por um segundo enquanto olhava para mim, os lábios entreabertos. E então ele
realmente olhou para mim.— A Hidra... Não será fácil derrotá-la por conta própria, mas você é uma daemeti, você certamente pode destruir sua mente quando a vir.
Eu balancei a cabeça, concordando.
Diga a ele que sua magia não funcionará lá dentro.
A noite explodiu ao nosso redor enquanto ele fazia meu traje desaparecer. Agora eu estava usando uma armadura de couro illyriano que lembrava a dele. A armadura parecia leve, confortável, e mais adequada para o que eu estava prestes a fazer do que um vestido.
Fazia tempo que eu não usava armadura...— Obrigada, Rhysand.— eu sussurrei.
Ele assentiu.
Sem soltar os tijolos e a mão dele, comecei a forçar minhas pernas à entrarem. O templo estava cheio de água, então eu tinha que ser rápida ou a Hidra me mataria, ou eu simplesmente me afogaria.
Eu sabia que este não era um bom plano de forma alguma, mas não havia tempo para pensar em um melhor.— Eu seguro a porta para você. Basta pegar a relíquia e sair de lá o mais rápido que puder. — ele me disse enquanto me ajudava a descer um pouco mais.
Engoli em seco quando a metade inferior do meu corpo estava agora dentro do templo, a água gelada me causando arrepios.
— Você vai ter que tirar o amuleto de mim rapidamente e tocar o tijolo para manter a porta aberta. — eu disse.
Ele assentiu.
Olhei para o fundo do templo, onde a escuridão me esperava.
Eu me virei para vê-lo.— Apenas me prometa que não vai me deixar aqui dentro para me afogar e morrer.
Ele sorriu suavemente.
— Eu posso fazer melhor que isso.
Ele pegou meu braço com a outra mão e de repente uma lua crescente preta e pequena apareceu no meu pulso.
— O que é isso? — perguntei, surpresa e confusa.
— É como minha Corte faz promessas e acordos. Você voltará de lá viva e eu estarei aqui esperando. Não vou deixar nada acontecer com você.
Engoli em seco mais uma vez e olhei para ele.
''Pegue o amuleto, Rhysand'', eu disse dentro de sua cabeça.
Ele pegou o colar e rapidamente tocou os tijolos para manter a porta aberta. Eu soltei os tijolos e então sua mão era a única coisa que me mantinha parcialmente fora d'água.
''Se eu morrer, você terá que continuar com isso, não desista.'' pensei enquanto olhava para ele.
Ele pareceu entender.— Não morra. — ele sussurrou.
Olhei para seus lindos olhos violeta. Se eu fosse morrer lá embaixo, seu rosto bonito e lindos olhos violeta seriam a última coisa boa que eu veria.
De alguma forma, isso era triste e reconfortante.Eu soltei sua mão, afundando completamente nas águas escuras e densas.
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𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓𝐌𝐀𝐑𝐄𝐒 | ACOTAR
Fiksi PenggemarRhysand x fem.oc fanfic Todos os direitos do enredo original desta história vão para @karamorrdraws do Tumblr; eu apenas traduzi para o português e adaptei da melhor forma possível, levando em consideração as diferenças linguísticas e o fato de que...