Vai ficar tudo bem

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Cheguei a mansão da tia Lili, em Paris. Me matriculei na escola mais cara. Eu disse a ela que não precisava de tanto mas ela estava tão decidida a me curar que acreditava que uma boa escola e boas roupas poderiam apagar o que eu passei desde de que nasci. Foi lá que aprendi francês, inglês e estava me preparando para o italiano. Minhas notas eram as melhores da sala.
Era para ficar apenas 1 ano em Paris, acabou sendo 2... bom eu gostava da França, tinha amigos e pessoas que se importavam comigo.
Fui para um internato francês na cidade de Nice, pois ganhei uma bolsa e a escola já estava ficando pesada demais para tia Lili. Me apeguei muito a ela porém tive que partir, me acostumei com mudanças, sendo elas trágicas ou não.
Em Nice conheci Isaac (ou Zac para os chegados), foi amizade a primeira vista. Ele cuidou de mim, me apoiou quando precisei e me ajudou a lidar com a depressão e transtornos alimentares. Eu me dediquei a ser uma menina bonita, magra e suficientemente feliz, para que todos me aceitassem. Apesar disso, eu ainda sofria com humilhações das garotas que se consideravam superiores a mim (e a todos). Zac sempre dizia que elas não tinham porque achar isso, já que além de ser linda também era carinhosa e meiga. Eu não conseguia me ver através dos olhos dele, para mim sempre seria aquela garota esquisita do orfanato. Eu mantive meus costumes antigos, pesava a comida, media minha cintura e calculava meu peso diariamente.

Só mais uma morteOnde histórias criam vida. Descubra agora