CAPÍTULO DEZENOVE

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AVISO INICIAL
Nunca vi necessidade de fazer um aviso desses antes, mas lá vai: se você é crente e se sente incomodada com o conteúdo deste livro a respeito de religião, este capítulo não é para você. Pule ele e aguarde pelo próximo. Ultimamente não estou mais com saco para ler crente chata reclamando nos comentários de um livro que respeita e preza a putaria e que discorda da imposição de castidade. A putaria deste livro também é livre para ressignificar símbolos nas vidas das personagens, o que acontece neste capítulo.
Às que não se incluem neste grupo de incomodadas, espero que gostem! Boa leitura!

***

TÉO

Onde eu tava com a cabeça quando lembrei Sofia daquela porra de aposta?

Ah, certo...

Na boceta dela.

A última vez que tinha sentido o cheiro dela foi há quatro dias, então pensar com a cabeça de cima já não funcionava mais comigo. Piorou quando, na aula de Biologia, Sofia se inclinou para dizer algo a Ana Luísa e o cós da sua calça desceu, revelando a renda da calcinha. Imediatamente a inspiração me bateu, e não consegui mais parar de pensar naquela peça cheirosa dentro do meu bolso, enquanto visualizava a sua boceta peladinha.

O que prometi na capela do Mão de Deus prometi no puro impulso. Agora estava só sofrendo as consequências.

― Sofia... Porra! ― Eu agarrei o volante das suas mãos, e o carro deu um solavanco quando ela tirou o pé do acelerador de uma vez. Antes, a porra louca contou que o seu pai tinha tentado ensiná-la a dirigir, mas não passou de uma vez... Agora eu entendia as razões do velho. ― Esse é o seu jeito de pisar de boa?!

Girei a chave da ignição antes que ela tentasse mais outra vez. O Opala não era carro pra aprendiz, e Sofia não estava nem perto de ser uma boa.

― Você que disse pra eu pisar mais depois da partida! ― ela me rebateu, virando o tronco na minha direção.

― Porque, com você, ou é oito ou oitenta! Tem que ter equilíbrio! Não pode deixar o pé mole nem meter tudo de uma vez!

Estávamos numa rua deserta com lotes de gramas rasteiras, onde eu pensei que pudesse ter algum tipo de controle. Quando deixamos o restaurante, eu ainda tinha as minhas pobres ilusões...

Sofia encostou no banco e cruzou os braços no peito, o rosto avermelhado de repente. ― Nunca mais aposto nada com você.

Ela que socou com o Opala diversas vezes e agora ficava brava comigo?!

― A questão aqui não é a aposta, Müller... ― Relaxei os ombros, com o carro finalmente longe das mãos dela.

― Quando eu paguei a minha parte, não fui nem um pouco grossa do jeito que você tá sendo comigo ― ela falou, ainda mais puta ao me encarar. ― Pode devolver a minha calcinha agora. Tô há horas sem por sua causa, que nem merecia!

Levei a mão ao bolso do moletom e senti a renda nos meus dedos. Se eu ganhei, foi porque mereci! ― Ela é minha.

― E vai fazer o que com ela, hum? ― Sofia ergueu a sobrancelha. ― Botar? Igual fazia com as calcinhas das suas ficantes?

Num primeiro momento, não entendi do que ela estava falando... Até lembrar que o Japonês contou a ela, ainda na excursão, que me desafiou a colocar a calcinha de uma garota com quem fiquei umas poucas vezes.

― Vou bater uma hoje à noite com ela, já que a sua boceta eu não tenho ― rebati em vez de potencializar ciúme de porra louca.

A safada quis sorrir, mas, ruim de esconder, colocou os lábios um no outro e se segurou.

Sua loucura (Vol. 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora