❆Capítulo dezoito: Peças.

140 18 5
                                    


       - Elli... Ei, acorde. - Uma voz baixa e serena preenchia meus pensamentos enquanto abria os olhos morosamente. - Está na hora de irmos...

       - Mamãe...? - Ela colocou seu indicador na frente de seus lábios.

       - Fale baixo, seu pai está nos esperando. - Ela me ajudou a levantar e vestiu-me com um enorme casaco de pelo. - Vamos, precisamos fazer silêncio. - Minha mãe abriu a janela do quarto em que estávamos. Havia uma corda amarrada em suas alças que descia até o solo da grama do jardim do lugar. Ela desceu primeiro, e logo após, eu desci. Fomos furtivamente para os fundos da grande casa e atravessamos uma espécie de buraco apertado que ficava atrás dos arbustos perto das grades que rodeavam o casarão. Passamos para o lado de fora nos encontrando com um homem alto e barbado, haviam mais pessoas, todas com agasalhos, luvas e toucas.

       - Não conseguirei levar todos de uma vez, mas irei voltar para buscar quem ficou quando nos estabelecermos nas montanhas. - Todos assentiram com as cabeças. - Darcy, tem certeza que vai ficar?

       - Sim, tenho... - Respondeu a Sra. Wimon. Ele apenas assentiu. O homem que aparentemente lideraria o grupo se aproximou e colocou a mão em meus cabelos.

       - Ei, aguente firme, ouviu? Será uma longa viagem. - Seu toque sutil era quente e passava-me uma segurança inexplicável. Eu sorri timidamente para ele enquanto afagava minha cabeça. Ele se afastou e começamos todos a caminhar pela madrugada. Minha mãe suspirou e no instante seguinte segurou em minha mão.

       - Iremos embora, Elliot. Iremos Embora.

❆━━∴━━━⊱❆⊰━━━∴━━❆

       Abri meus olhos e acordei com um vento frio em meu rosto. O tempo estava nublado e algumas nuvens cinzentas anunciavam a chegada de uma possível tempestade. O sonho que havia tido... Tentei organizar as informações em minha cabeça. Então... Meu nome era Elliot? Tudo parecia-me mais estranho do que o habitual. Precisava contar para Sucrose. Me levantei e a procurei, mas não estava mais no quarto, então me vesti com algumas peças limpas de roupa e fui para o corredor.

       Ao caminhar pelos corredores, vi uma funcionária da casa encostada em uma das paredes, então me aproximei da mesma em busca de informações.

       - Olá, bom dia, você poderia me ajudar?

       - Ahn... O quê? - Ela levantou seu olhar para mim, seu rosto estava pálido e ela parecia confusa.

       - Oh... Está tudo bem? - Ela passou alguns segundos me encarando e repentinamente começou a tremer. - O quê? Ei...! - Ela se segurou forte em meu braço e caiu de joelhos no chão. O que era aquilo? Será que meus cristais estavam a afetando? Mas não poderia ser... Eu estava com o campo elemental ativo. Comecei a me apavorar com a situação, então chamei por socorro. As lembranças de Margôt e Marjorie em Mondstadt surgiram em minha mente no mesmo instante. Aquilo tudo me assustou ainda mais, não sabia o que fazer além de chamar por ajuda. Um minuto depois, um guarda da mansão surgiu e segurou a mulher em seus braços, logo, tampou seu nariz com uma espécie de tecido.

       - O que você...?

       - Não se preocupe com ela, ficará bem. Não é a primeira vez que algo assim acontece. - O guarda sem dar mais explicações sumiu com a funcionária em meio aos corredores. Não soube ao menos o que pensar daquilo, mas me pareceu muito uma das situações que já havia presenciado. Ao virar-me para frente, bati meu rosto no peito de alguém que segurou-me rapidamente pelos ombros.

       - Oh, Oliver, me perdoe. - Olhei para cima, era o Sr. Festhus.

       - Tudo bem, eu quem não prestei atenção. - Sorri brevemente.

Nossa AlquimiaOnde histórias criam vida. Descubra agora