❆Capítulo dezessete: Voz.

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       Voltamos para a residência Festhus antes do anoitecer. Ao chegarmos, fomos recebidos por alguns funcionários que nos indicaram os quartos em que ficaríamos. Todos ficamos no mesmo andar, aparentemente era exclusivo para hóspedes. Todos os ornamentos e esculturas espalhados pela casa reforçavam o fato de que eram uma família com bastante dinheiro.

       - Ei, Oliver. - Albedo puxou minha mão discretamente antes que pudesse adentrar no quarto. - Quando a casa estiver silenciosa e todos estiverem dormindo, deixe a porta de seu quarto aberta, está bem?

       - Oh, tudo bem. - Ele me soltou e foi em direção ao seu quarto. Não parei para pensar no que queria, então apenas fiz questão de lembrar de deixar a porta aberta.

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       Me enxaguei e troquei-me de acordo com as normas da casa, eram um pouco específicas, mas não me importei. Fomos chamados para jantar junto com a família Festhus, então, nos dirigimos até o salão principal. Ao chegarmos no cômodo, vimos uma enorme mesa se estender por todo espaço comportando uma quantidade incontável de cadeiras. Ao fundo da mesa sentado, estava um senhor com cabelos grisalhos, pele enrugada e esbranquiçada, olhos esverdeados e um sorriso discreto. Ele fez um gesto no qual nos pedia para sentar.

       - Oh, é uma pena que Hastrid não possa estar aqui esta noite. Faz tempo que não recebo visitas. - Ele sorriu enquanto dava um gole em sua bebida. - Aliás, visitas tão honrosas. É um prazer tê-lo aqui, Mr. Kreideprinz.

       - Boa noite, Sr. Festhus. Creio que Albedo seja o suficiente. - O mais velho apoiou seu queixo nas costas de sua mão.

       - Haha, certo, jovens não costumam gostar de tantas formalidades, afinal. - Seus olhos caíram sobre mim por um instante. - Vejo que trouxe em sua viagem seus assistentes, é um prazer conhecê-los também.

       - É um prazer, Sr. Festhus. - Sucrose sorriu.

       - Oh, você deve ser Sucrose, ouvi falar de suas experiências com o Hypostasis Beth. Possui muita coragem ao trabalhar nesta área, lhe admiro por isso. Por favor, espero que possamos ser amigos, então, á todos, chamem-me apenas de Sirus. - Ele continuou. - E seus nomes são...? - Ele olhou para mim, Arlo e Edith.

       - Aqueles são Arlo e Edith, este aqui é o Oliver. - O cumprimentamos.

       - Ótimo. - Ele sorriu. - Sr. Kreideprinz... - Ele tosse. - Albedo. Acredito que sua vinda a Liyue não seja por acaso.

       - Não, realmente não é, são apenas alguns planejamentos.

       - Algum projeto? Deve haver um bom motivo para querer as ervas que importamos.

       - Não chamaria de projeto, mas de fato tenho grande interesse nas ervas.

       - Entendo. Não querendo ser incoveniente, mas seus planos envolvem aquele jovem? - O Sr. Festhus olhou para mim supreendendo a todos na mesa.

       - O que o leva a pensar isso?

       - Oras, sou um homem de feitos afinal? Não é difícil reconhecer certas coisas com base em minhas experiências. Oliver é o único no momento com um campo elemental e retentor ativo. Não seria por acaso, acredito eu.

       - Não... Não é por acaso. De certo modo, o envolve. - Albedo suspirou e bebeu a água que estava em seu copo.

       - Interessante. - Mais uma vez, seu olhar me fitou.

       - Com licença, Sr. Festhus. Oliver não é um "projeto" ou um"plano", com todo o respeito, entretanto, ele possui uma condição em seu corpo que nos leva a querer meramente ajudá-lo. - Sucrose o respondeu.

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