❆Capítulo vinte: Conflito final.

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      Antes de qualquer outra sensação, senti o gélido chão em que estava jogado. Meus olhos começaram a se abrir morosamente e uma dor aguda se espalhava por toda a minha cabeça. Eu me sentei e encostei-me em uma das paredes do lugar em que estava. Haviam pedras e outros tipos de materiais empilhados pelo local, era como se estivesse em uma caixa de metal. Sucrose estava em um canto ainda desacordada, mas parecia relativamente bem. Minhas mãos estavam presas em correntes, tentei me soltar, mas foi em vão. Lembrava aos poucos dos acontecimentos anteriores, mas tudo ainda estava muito confuso.

       - Ei, Oliver...! - Meu olhar instantaneamente se levantou em direção a voz que ouvira. - Está me vendo?

       - A... Albedo?! - Ao esfregar meus olhos com os pulsos, enxerguei Albedo há poucos metros preso em uma cela. - Ah! Você está bem! - Minha expressão se tornou melancólica. Tentei ir em sua direção mas as correntes me lembraram de que não poderia.

       - Estou sim, não se preocupe. - Ele sorriu brevemente.

       - Espere... - Sua camisa estava rasgada. Reparei em marcas roxas que se espalhavam por todo o seu corpo, além disso, havia um corte em seu braço. - O que... O que fizeram com você? - Meus lábios ficaram trêmulos.

       - Oliver, ei, não se preocupe comigo agora, ouviu? Eu posso te explicar o que aconteceu mais tarde, mas antes precisamos sair daqui. - Ele prendeu seu cabelo em um rabo. - Preciso que tente me passar uma dessas pedras empilhadas, qualquer uma. - Olhei para a pilha de pedras não muito longe de mim.

       - Tudo bem, vou tentar. - Eu estiquei ao máximo meu corpo para que conseguisse uma mísera pedra, mas por fim, consegui apenas uma pequena lasca. - Me desculpe, essa é a única que alcancei.

       - Não, tudo bem, é perfeita. - Ele se agachou dentro da cela e colocou sua mão por baixo das grades. - Jogue ela para mim, tente passá-la por baixo das grades ou mire em minha mão. - Eu posicionei a pedra em frente a ponta de meus pés e a chutei para dentro da cela. - Ótimo! - Ele começou a riscar o chão de metal com a pedra.

       - Oh... É um desenho, certo? Vai aplicar sua visão nele?

       - Exatamente. - Eu gostava da forma em como ele pensava em planos rápidos.

       - Chegamos aqui há muito tempo?

       - Hm, faz umas oito horas, creio eu. Não dormi durante um minuto depois que os vi passarem pela porta.

       - Queríamos ter percebido que foi preso mais cedo... Fomos inocentes.

       - Não se preocupe, a culpa não é de vocês, eu não deveria ter ido checar o grito sozinho. Inclusive, eles vieram de uma garota...

       - Méhr, conheci ela... Também é huncca. - Ele não pareceu surpreso.

       - Eu imaginava, vocês são muito parecidos. - Ele continuou a desenhar.

       - É, duas pessoas que não sabem lidar com o passado... - Ele olhou para mim durante um instante.

       - Ei... - Repentinamente uma voz surgiu no corredor interrompendo Albedo, e pouco tempo depois, a porta de onde estávamos foi aberta.

       - Ótimo, acordou. - Um dos guardas da mansão entrou na sala e se aproximou de mim. Albedo rapidamente escondeu a pedra por trás de suas costas. - Você vem comigo.

       - Onde vai levá-lo? - Albedo perguntou aflito.

       - Não se preocupe, ele vai adorar. - O guarda abriu um sorriso cínico.

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