Chegamos na residência dos Festhus com um semblante diferente do de quando saímos. Pelo caminho, tentei recapitular as coisas que havíamos descoberto tentando não transparecer minha confusão interna com tudo aquilo.Ao sermos liberados pelos porteiros e entrarmos na casa, vimos Sirus conversando com um dos funcionários da mansão.
- Ei... Vá lá, depois me conte tudo. Vou tentar falar com Albedo. - Sucrose sussurou.
- Tudo bem... - Ela se afastou sumindo pelos corredores enquanto eu me aproximava de forma reciosa de Sirus. - Sr. Festhus, voltamos.
- Oh, Oliver. - Ele fez um sinal para que o funcionário saísse. - Como foi a caminhada?
- Foi... Boa, eu acho. - Abri um sorriso pequeno.
- Ótimo, então, acredito que veio para conversarmos certo?
- Sim, isso mesmo. - Ele colocou a mão em meu ombro.
- Certo, então, vamos para o meu escritório, lá teremos privacidade. - Ele sorriu e começou a caminhar. Eu suspirei discretamente e o segui pelos cômodos.
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Ao chegarmos em seu escritório, ele fechou a porta e se dirigiu até sua mesa. O escritório era aconchegante e possuía inúmeras estantes, todas com decorações ou diferentes tipos de coleções. Eu abracei meus braços me sentindo desconfortável.
- Sente-se, Oliver. - Ele apontou para a cadeira na frente de sua mesa. Caminhei silenciosamente até ela e me sentei. - Bem, diga-me. Você é um huncco?
- ... - Meu coração gelou naquele instante. - Eu... Sou, sou sim... - Apertei meus braços ainda mais.
- Hmph, entendo.
- É um povo bastante desconhecido, como o senhor...?
- Há outra pessoa aqui, uma huncca. Estamos trabalhando juntos. Vocês tem as mesmas características: Pele negra e acinzentada. Olhos azuis tão intensos e opacos. Longos cílios platinados e cabelos esbranquiçados. Além disso, a característica mais marcante, os dois emitem substâncias tóxicas.
- ... - Eu não soube reagir a aquela informação. Havia outro huncco vivo além de mim? Eu não era o último a sobreviver? Mas... Como? Mataram todos no ataque... A não ser que... As pessoas que ficaram aqui, não tenham morrido... Ou ao menos, não todas.
- Não foi difícil associá-los. Quando conversamos, ela também precisa utilizar um campo retentor, assim como você. - Ele apontou para o dispositivo ao redor de meu braço. - Apenas juntei as peças.
- Era... Isso que queria me falar?
- Haha, não. - Ele se levantou e foi até a janela com um olhar distante. - Como disse, nós dois trabalhamos juntos. Desde o início, nunca a vi como um experimento, ou algum tipo de "problema" que precisa de solução. Sempre tentei utilizar a sua condição para ajudar os outros e a si mesma. E... Bom, penso que poderia ser assim com você também. - Acirrei meus punhos por um instante mas logo os relaxei.
- Trabalham juntos? Como você usa nossa condição para algo benéfico?
- Você deve estar ciente, no nosso mundo, há pessoas com visões elementais, entrentanto, nem todas possuem uma. Algumas pessoas, são privilegiadas em relação a outras por conta deste detalhe importante. Então, eu comecei a fabricar visões artificiais para ajudar estas pessoas.
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Nossa Alquimia
FanficUm garoto misterioso surge inexplicavelmente em meio a uma nevasca na Espinha do dragão, para sua sorte, alguns alquimistas da região o encontram e o salvam daquela situação, contudo, para seu azar, o mesmo não se lembra de nada, nem de seu nome ou...