Chaeyoung faz trabalhos voluntários em hospitais de tratamento ao câncer. Myoi Mina descobriu a doença há pouco tempo e faz de tudo pra lutar contra a morte. Chaeyoung se torna a única pessoa a conseguir fazê-la sorrir enquanto tenta sobreviver.
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Na época do colegial, Myoi Mina era popular, capitã das lideres de torcida de sua escola e a mais desejada entre todos os garotos. Pelo menos era o que ouvia pelos corredores. Ela era feliz, tão feliz quanto alguém que tem a vida perfeita, e ela tinha.
A felicidade, no entanto, nunca durava muito, pensava ela, quando se estava sozinha, entre quatro paredes, parecia que a realidade a atingia. De alguma forma nunca fora boa com a vida real. Seu subconsciente a enlouquecia, fazia acreditar que estava só sendo um brinquedo para todos, que aquilo era só uma brincadeira, ninguém realmente gostava de quem ela era.
Por isso se arriscava, para sentir a adrenalina, para sentir que estava viva, que estava realmente viva e conseguia sentir tudo na pele. Fazia os passos mais perigosos na dança, apostava corrida de carro com idiotas que diziam ser seus amigos, praticava paraquedismo. Desafiava a morte. Porque não tinha medo dela.
Até ter a morte batendo em sua porta, pedindo para entrar ou atingindo sua família para atingi-la também.
Passou parte dos dois últimos anos se martirizando por uma morte que achava ter culpa.
E embora fosse a garota mais feliz e extrovertida na época do colegial, se fechou, se afastou de tudo, e nem a adrenalina podia ajuda-la mais.
Achou que tivesse perdido tudo.
Achou que tivesse perdido todos.
Talvez por esse motivo tenha ficado tão surpresa ao encontrar na porta de sua casa as duas garotas com quem costumava passar todos os seus finais de semana quando eram apenas jovens querendo descobrir o mundo.
— Jeongyeon? Nayeon? —sua voz claramente era de surpresa misturado com incredulidade, talvez por achar que elas nunca a perdoariam e nem ao menos iriam procurá-la depois de tanto tempo negando a companhia delas.
— Feliz em nos ver, Mina? — a de cabelos curtos e preto sorri, e Mina repara não apenas nos cabelos diferentes de Nayeon que costumavam ser longos e castanhos, mas também nos dedos entrelaçados ao de Jeongyeon, que mudando totalmente o visual que costumava ser tomboy, agora com os cabelos abaixo dos ombros e pintados de castanho escuro.
Com uma porção de imagens de quando era feliz ao lado delas entrando em sua cabeça, tomando todo o espaço em seu coração onde elas sempre tiveram, sentiu que seus olhos estavam molhados, deixando sua visão embaçada de repente. Andava tão emotiva. Provavelmente por causa do câncer.
Jeongyeon percebeu isso, porque a puxou pelos braços, fazendo com que ela enterrasse o rosto em seu pescoço e chorasse, como sempre ansiou chorar no ombro de suas amigas de novo, como sempre esperou por isso durante os dois anos que se seguiram, mas nunca teve coragem o suficiente para ligar e pedir desculpas ou pedir por um abraço delas.
— Mina... — Balbuciou Nayeon, esfregando suas costas enquanto suas lágrimas molhavam o sobretudo de Jeongyeon.
— Me desculpem — pediu, entre um soluço sôfrego, tremendo sob os braços delas, temendo que elas se fossem novamente, que a deixassem sozinha como ela tanto pediu há anos atrás.
