Capítulo 31 - Socorro, mãe!

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Marília precisava de uma distração, tinha que por a mente em ordem para que as palavras que ela ouviu de Luna parassem de ecoar em sua cabeça, por isso a loira se animou ao ouvir seu despertador tocar às cinco da manhã anunciando que este era seu primeiro dia trabalhando no hospital da Califórnia, João Gustavo acabou adormecendo na cama da irmã então ela teve que levantar com bastante cuidado para que ele não acordasse.

Ela teria um plantão de trinta e seis horas, entraria no hospital às seis da manhã de domingo e sairia às seis da tarde de segunda, o entusiasmo para o novo trabalho era grande, Marília gostou de conhecer um novo local, novos colegas, novos pacientes e sentia que aquela nova fase de sua vida seria bom apesar de no momento tudo estar meio bagunçado. Seu primeiro dia poderia ser julgado como perfeito, não teve problemas com a adaptação já que a estrutura do lugar era boa, não perdeu nenhum paciente, o que já era vantagem devido ao seu estado emocional, e recebeu bastantes elogios das pessoas que trabalharam com ela.

Entretanto ao sair daquele hospital ela se viu novamente presa a sua tristeza, o tempo livre que teria agora poderia servir para o descanso, já que era isso que a maioria dos médicos faziam, ou poderia servir para ir atrás de Luna e Maraísa, tendo essas duas opções Marília resolveu ignorar ambas e caminhar para o bar mais próximo para engolir a coragem que precisava ou para afogar sua covardia.

[...]

Luna e Maraísa decidiram que também precisavam se distrair, aproveitaram a presença de Ellis e Stephany na casa para poderem passar o dia na piscina. Maraísa chegou a mandar algumas mensagens para Marília que foram ignoradas porém ela também não sabia o que fazer caso suas mensagens fossem respondidas. Foi decidido que aquele dia seria a continuação na festa da Luna, agora só com as pessoas mais próximas, apenas aquelas que Luna considerava suas melhores amigas e maiores confidentes: Ellis, Stephany e Maraísa.

Depois do pôr do sol e que todas saíram da piscina Maraísa temeu que Luna voltasse a pensar nas coisas que a magoava então não deu nem tempo para que as meninas respirassem e já deu a ideia de passarem a noite no shopping onde aproveitaram o cinema e jantaram também, era por volta das dez e meia da noite quando voltaram para casa pois no dia seguinte as meninas tinham aula e Maraísa não queria deixa-las faltar.

Luna estava entre amigos, na escola, apesar de algumas matérias entediantes ela se sentia em família com os amigos por perto e isso a fazia muito bem. Maraísa precisava ir trabalhar, encarar Letícia e Maiara e contar para elas o acontecido não era fácil mas as duas sempre estavam ali para apoia-la em qualquer situação, apesar de também terem um forte laço de amizade com Marília. Durante a noite Luna estava no lugar que mais amava: a quadra de basquete, naquela bola ela poderia descontar todas as suas aflições, mágoas, tristezas, tudo que a incomodava, a cada cesta ela se sentia mais livre.

O carro de Maraísa estacionou na quadra às nove da noite para buscar a filha, o sorriso radiante de Luna ao entrar no carro mostrava como o esporte a fazia feliz e a felicidade de Luna sempre era consequentemente a felicidade de Maraísa. Assim que entraram em casa a primeira coisa que pensaram em fazer foi jantar já que as duas estavam famintas e durante a refeição aproveitaram para falar detalhes da festa e Luna aproveitou para confessar coisas importantes para sua mãe

- Eu descobri muitas coisas nessa festa, em partes eu gostei, na verdade tenho que te contar algo - Luna contava entusiasmada

- O que é? - Maraísa perguntou curiosa

- Acho que sou bissexual - Luna soltou rapidamente

- Achei que ia me contar algo que eu não soubesse - Maraísa surpreendeu Luna

- Como?

- Eu tenho uma coisa chamada instinto materno e outra chamada gaydar, as duas sempre me dizem a mesma coisa, mas você sabe o que eu já disse para você sobre relacionamentos - Maraísa relembrou

Dear Destiny - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora