A Donzela e os três mosqueteiros

17

  A muitos lugares no mundo que são extremamente lindos, e eu nunca vi, a muitas pessoas que eu poderia conhecer por ai mas nunca tive oportunidade.
Depois de tanto me cobrar pra ser uma excelente profissional assim como meu pai eu percebi que de fato nunca fiz aquilo que sempre foi meu sonho, viajar.
  Nao era um bom momento para pensar  meus sonhos perdidos, o melhor agora era focar em sair dessa situação e sumir daqui o mais rápido possível, e para o mais longe que eu pudesse ir Eu nunca odiaria os meninos, mas não vou conseguir perdoar eles, que mentiram e esconderam algo tão grande de mim pondo minha carreira profissional em risco esse tempo todo eu estava mais próxima do que eu imaginava dos piores criminosos, que eu tentava prender a tanto tempo, quem me garante se o que vivemos foi real, se eles mentiram até agora quem realmente eram, por que eu deveria acreditar que cada um daqueles momentos foi mesmo real.
    O dia se arrastava lentamente e eu trancada naquele quarto, tantas vezes um dos meus "sequestradores" que um dia fora meu amigos e as pessoas que eu mais amei de verdade, iam e tentavam conversar, eu não queria contato, não queria falar, ou abrir a porta, nem mesmo comer, nunca pensei que pensaria isso deles, mas não consigo confiar sequer em um copo d'agua oferecido por eles.
  Depois de tudo que eu ouvi horas antes de cada um, eu estava tao destruída e desconfiada.

— Gravida...?

Alguem volta a bater na porta, era quase hora do jantar por volta das oito da noite e eu já esperava que poderia ser.

— Por favor... Você pode abrir? - Dessa vez era Taehyung, sua voz triste e abafada  atrás da porta deixou que uma lágrima escapasse de meus olhos. Eu não o respondi  como tem sido durante todo o dia, antes vinheram Jungkook e Yoongi, mas só agora eu ouvia a voz de Taehyung, e dessa forma sôfrega e rouca, acho que querendo ou não criamos uma ligação maior, e involuntariamente, ele me afetava mais.

— Eu quero... Conversar com você sobre o que você ouviu... Me deixa explicar por favor, se você não abrir eu vou falar daqui mesmo sei que não quer olhar na minha cara...

Ele tava certo.

  Não o respondi de novo mas, me aproximei da porta, ouvi sua respiração pesada, me sentei no chão e me apoiei na porta, ouço uma pequena movimentação e e sinto a porta vir pra frente como se ele também estivesse sentado e apoiado na porta.

  — Eu não sabia que você estava grávida, até o dia em que... Você se Feriu com aquele tiro... Foi o que te salvou... O nosso filho te salvou, é estranho pensar nisso, não que seja possível diante das circunstâncias, mas depois de saber que que existia uma possibilidade de ter uma família com você, e ela se foi... - sua voz ficou ainda mais falhada. —  Eu fiquei tão irritado, tão triste que eu não conseguia pensar em você sem sentir cada pedaço do meu ser, se destruir lentamente, foi por isso que mesmo querendo muito, eu não fui te ver... Eu não consegui... Fui um covarde eu sei mas eu não sou de ferro...

O silêncio se instalou por alguns minutos, e ouvi um fugar do outro lado da porta, e logo ele volta a falar.

— Não quero que me perdoe, o que eu quero é só que me ouça... Eu morreria por você e a prova disso é que... Estou indo contra a minha família... Eu penso tanto em como isso poderia ser resolvido... Mas... Parece que esta tão longe de ser possível que dói...  Desculpa vir te perturbar minha princesa, eu te amo, lembre disso pra sempre ta bom? - ele solta um riso soprado entre o choro, minha mão tampava a minha boca para impedir que o som de meu choro fossem ouvidos por ele.
Cada palavra doeu como uma faca quente no meu peito, eu sei, ou sabia do que eu conheci de Kim Taehyung o quanto ele era sensível, e eu não era diferente.

  Eu senti aquilo me destruir, não só por que ele estava naquele estado, mas por não saber como reagir a isso, não saber ver essa possibilidade que existiu ser pra mim como pra ele, me senti tão culpada, quase um monstro em ficar aliviada de não ter  esse filho, o que eu mais queria ali naquele momento, abraçar ele e pedir desculpa por um sentimento que só eu to sentindo, pedir desculpas mesmo que eu nunca tenha coragem de falar a ele o que realmente senti sobre essa perda.
  Fechei meus olhos e tentei não gritar, meu desejo mais profundo e obvio naquele momento, era sumir, nenhum de nós merecia estar passando por isso, mas não foi uma escolha minha.

"A felicidade é egoísta"

Não me lembro a onde ouvi, ou li isso, mas eu sei que não a nada mais verdadeiro do que essa frase, se eu quisesse me livrar desse pesadelo, dessa confusão, eu tinha que me por em primeiro lugar mesmo que eu quisesse cuidar e abraçar Taehyung naquele momento, eu não poderia, o melhor a se fazer talvez fosse ir me desprendendo dele, e dos outros o quanto antes, cortar esses sentimentos pela raiz, a final nada disso foi escolha minha, eu não escolhi ser uma criminosa, eu não escolhi mentir, eu não escolhi fugir, minha escolha agora, era eu, por eu, e sair viva disso nem que isso custe a vida deles no lugar da minha.
  

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Ih gente... Fodeo...