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>> Uma semana antes<<

°•° Jungkook P.O.V °•°

O chão macio do tatame, colava em meu rosto mais uma vez, o suor pelo meu corpo e o sangue pintavam o chão, eu poderia derrotar qualquer um desses imbecis facilmente, mas ainda estava me castigando.
Todo o caos que a minha vida virou, minha rotina perdida, meus amigos me odeiam e a mulher que eu amo quase foi morta por conta da minha estupidez, eu merecia cada golpe cada gota de sangue naquele ringue, e cada corte, eu merecia.
A luta acabou, quem apostou em mim me vaiava intensamente, me desejavam a morte e as vozes misturadas me causavam dor de cabeça. Me levantei, alcancei minha água e minha toalha, tomei um gole e despejei todo conteúdo da garrafa da garrafa em minha cabeça vendo o sangue ser lavado escorrendo por meus braços e abdômen.
O dono do ringue apareceu sorridente, me deu o envelope com dinheiro, um sorriso simpático acompanhado de um "boa noite".

Lembro bem que quando cheguei aqui disse a ele que seria um perdedor, desde então ele vende essa informação só a quem lhe interessa, enquanto outros perdem dinheiro apostando em mim ele ganha cada vez mais apostando nos meus oponentes.
Peguei minhas coisas e comecei a minha caminhada de volta para casa, meu carro esta totalmente fodido graças a minha embriaguez, e não tenho como arrumar, o dinheiro das lutas não é o bastante e só quero sumir daqui o mais rápido possível, preciso economizar.

Minha rotina agora É dormir acordar apanhar, comer e dormir, para apanhar de novo e tudo se repete.
E pensar nisso me deixa maluco, sou um fracassado e consegui me ferrar na única coisa em que sou bom de verdade, ou o que acho que sou, eu gostava da minha vida fora da lei, mesmo sendo o caos que era, sempre foi um caos em que eu me sentia em casa. Agora sinto que não pertenço a nada e nem a lugar nenhum.
Sempre que penso nela, meu estomago revira, não pude ser e nem dar o que eu tinha de melhor a ela, e quando tive chance já era tarde de mais ela ja estava ficando as escondidas com o meu melhor amigo, que Agora me odeia, no fim isso tudo só serviu pra isso, para nos odiarmos.

O longo e cansativo caminho até minha casa, me fez desacelerar os passos, meu corpo todo com dor e com frio.
Ouvi um carro se aproximando o que era muito incomum as duas da manhã nessa rua onde não leva pra qualquer residência ou comércio e sim para um lago.
Olhei para trás e o carro parecia estar muito rápido e a medida em que se aproximava ficava mais perto da calçada.
Notei o que estava acontecendo e me joguei para fora da calçada, para o meio do mato e o carro deu meia volta e foi embora.

Liguei a lanterna do celular e tentei procurar a trilha que leva para minha casa, acho que não seria seguro continuar pela estrada.

Depois disso o resto da semana foi pegando a trilha para ir embora, sentia sempre que alguem estava me seguindo ou me observando.
(

...)

Mais um dia olhando para todos os lados, passei a andar com a minha arma nas mãos ao entrar na trilha se tem alguém me caçando é melhor ser mais rápido que eu atirando.

Andei atento, olhando para todos os lados menos para o chão, acabo tropeçando em uma pedra e caindo de frente para uma corda, usei a lanterna para ver melhor, me levantei de vagar e vi que tinha um sino, apaguei a lanterna e usei um galho que esta por ali para acionar a armadilha, uma flecha foi disparada na altura da minha cabeça e acertou uma arvore e o sino fez barulho. Me escondi atrás de Uma das árvores e vi alguém se aproximar.

- Te peguei...- Sussurrei e puxei o gatilho, acertando bem na lateral da barriga.

Me aproximei ouvindo pobre infeliz gemer de dor.

- Gosto das luas cheias, fica bem mais fácil acertar um alvo com a luz da lua cheia... - Falei pegando as armas e comunicadores presos ao homem caído.

- Vai se foder...- O homem fala entre dentes.

Apenas o ignorei o desmaiando com um soco.
Ja em casa, o meu mais novo companheiro amarrado em uma cedeira começava a despertar.

- Porra... Que sono hein?

- O que você quer?

- Quem te mandou me conte tudinho e eu te solto!

(...)

Depois de muita horas usando os métodos não convencionais para fazer aquele pela saco falar o que eu precisava saber, o poupei por mais um dia, um descanso pra ele um pouco da misericórdia que ainda tenho mas a minha paciência estava acabando, tinha algo faltando algo que ele não falava de jeito nenhum.
Esse tempo todo nem Yoongi e nem Taehyung entraram em contato comigo, o que me deixa na dúvida se eles não acharam ela ou não querem me falar que acharam, talvez ela tenha escolhido um dos dois e estão vivendo juntos por ai, coisas assim.
Senti que perdi ela, senti agora como ja senti antes, como se eu não tivesse valor algum, como se eu fosse só um estranho que ela fingiu gostar, antes de apagar de vez aquele dia, depois do maior erro que cometi que foi acertar a droga daquele tiro na minha pequena, eu lembro do olhar dela, esticava sua mão na minha direção lembro dela chamar meu nome em seu quase leito de morte que eu causei, ela ainda estava ali preocupada comigo depois do que eu fiz, não só perdi uma pessoa que amo, perdi a chance de merecer esse sentimento estranho e pegajoso que me faria mudar a mim mesmo por inteiro.
Isso queima, é como ver alguém destruindo aquilo que você lutou tanto pra construir mas foi eu mesmo que destruí tudo. A amizade que eu levei por todos esses anos e cuidando para não deixar nada a magoar, passando noites em claro com ela, por alguma crise que creio eu ela não contou para os outros, me ligava no meio da madrugada chorando porque se lembrou de seus pais, ou por ter algum sonho relacionado a eles, chorava e repetia que doía de mais não ter ninguém, e eu sempre lá, a lembrando que ela tinha a nós tinha a mim e que sempre seríamos uma família.
Agora somos quase inimigos, amor pode ser um sentimento romanticamente descrito como pressagio de coisas boas, mas pode ser tão mortal quanto bonito.
Voltar a minha rotina sem tentar procurar ela parecia ser um pensamento egoísta e dramático, mas o que eu faria? Que esperança eu tenho? ficar no meu canto e esperar isso passar é tudo que eu posso fazer, como um olho roxo, é só esperar que o tempo cura Não tem mais o que fazer.
Infelizmente não é o mesmo pra quando o coração clama um alguém, não da Pra esquecer não da pra esperar curar, tento incansavelmente lembrar das palavras ditas por ela que mais me feriu para afogar esse sentimento para tentar esquecer tudo, claro que se isso ja tivesse resolvido pelo menos um pouco eu ja estaria seguindo em frente, talvez seja só recente de mais e tudo vai passar, talvez não passe nunca e eu tenha que viver com isso.

A Donzela e os três mosqueteiros Onde histórias criam vida. Descubra agora