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Taehyung P.O.V

Em tantos anos vivendo com a vida que me foi designada, sendo sucessor de uma marca criminosa, e até a primeira vida que eu tirei, a sensação de algo se partindo morrendo dentro do meu peito, nada disso doeu tanto quanto perceber que eu tinha perdido ela.
Meu pequeno desabafo naquela porta foi o suficiente pra me por novamente em estado de crise, abafava meu choro na almofada do sofá.
O tiro que levei na perna com certeza doeu menos do que essa dor que eu sentia agora, eu tive a chance de fazer tudo diferente eu tive a chance de ser alguém melhor por nós de sair de uma vida que foi escolhida em meu lugar pra seguir meu próprio caminho mas deu tudo errado...

— Será que ela me ouviu? - Sussurei baixo.

~ Taehyung... - A doce voz que me chamou me fez levantar de pressa.
Os olhos marejados tanto quanto os meus me assusto ao ver marcas das unhas nas laterais de sua bochecha.

— Princesa... O que...

— Eu te ouvi... Ouvi cada palavra eu... Eu também preciso que me ouça!

— Fala por favor... Eu ouço você... Pode me xingar se quiser, me bater te deixo me dar uma facada por que não tem como mais nada me machucar! - Sorri entre as lágrimas, ao ver a expressão no rosto da mulher a minha frente, desmanchei o sorriso forçado.

— Eu sinto muito que tenha me amado tanto... Eu sinto muito que eu tenha te ferido dessa forma... Mas eu nunca pedi por nada disso, eu não vi o que você viu nessa situação... Eu fiquei feliz, puta merda melhor dizendo aliviada em saber que eu não vou ter um filho Taehyung... Uma parte de você, eu nunca quis ter filhos de qualquer forma mas pra piorar... Filho de um criminoso... Alguém que mentiu pra mim!

Senti um frio se alastrar em meu peito, o nó em minha garganta ainda mais sufocante me matando a cada palavra.

— Não.. Não por favor não diga isso, meu bem... Olha eu...

— Não! Você vai me ouvir! - Ela gritou.

Vejo Yoongi e Jungkook na porta do corredor.

— Sn... Por favor... - Tentei dizer entre os soluços mas sequer sabia organizar as palavras.

— Eu queria nunca ter conhecido nenhum de vocês, eu já perdi tudo não é? Não vou poder voltar pra minha vida de qualquer forma! - Ela cuspia as palavras como facas afiadas.

Sua fala estava embaraçada e arrastada, tinha algo errado.

~ uma hora antes ~

Sn P.O.V

A felicidade é egoísta"

Não me lembro a onde ouvi, ou li isso, mas eu sei que não a nada mais verdadeiro do que essa frase, se eu quisesse me livrar desse pesadelo, dessa confusão, eu tinha que me por em primeiro lugar mesmo que eu quisesse cuidar e abraçar Taehyung naquele momento, eu não poderia, o melhor a se fazer talvez fosse ir me desprendendo dele, e dos outros o quanto antes, cortar esses sentimentos pela raiz, a final nada disso foi escolha minha, eu não escolhi ser uma criminosa, eu não escolhi mentir, eu não escolhi fugir, minha escolha agora, era eu, por eu, e sair viva disso nem que isso custe a vida deles no lugar da minha.

— Quem eu estou tentando enganar a final? - Falei contra o travesseiro.

Só de pensar que algo pudesse acontecer a eles meu coração se partia, eles mentiram e me colocaram em perigo e mesmo assim, eu só quero que tudo acabe bem, e se eu... Fizesse com que eles me entregassem, não tenho mais o que perder.
Tentei secar meus olhos mas as lágrimas teimosa se recusavam a parar de cair, vi no canto daquele quarto algo que me faria melhorar, ou piorar, eu só queria descansar à cabeça, tentar dormir, era uma garrafa de whisky entre outras bebida no pequeno móvel com portas de vidro.

Andei em passos vacilantes até a porta, enxergar com exatidão onde estava a maçaneta.
Vi Taehyung chorar encolhido no sofá e me aproximei.
(...)
Me doeu tanto dizer cada palavras apesar da maresia causada pelo o whisky, a dor não me deixava parar de chorar.
  Eu era um fardo desde o começo, fiz eles se arriscarem, e agora estou em perigo também então eu sou o único problema aqui, eu os machuquei antes, eles mentiram para me proteger e eu sequer vi isso.
   Minha cabeça doía, meu estômago estava queimando e quanto mais eu me mantinha em pé, mais eu sentia que iria cair.

— M-me desculpa... - Tentei dizer vendo os olhos vermelhos de Taehyung, e seu desespero em não conseguir me responder mais.
  Olhei novamente a porta do corredor vi me encarando Yoongi e Jungkook, prestes a chorar também.

— Ah .. vocês aí, oi desculpa tá bom? Vamos acabar com isso logo pode ser... - Ri, não conseguia manter os olhos focados em nenhum dos três aquela tontura só piorava.

— Não importa o que você disser... Te magoamos e você tem o seu direito de se expressar! - Jungkook diz se aproximando.

— Não chega perto de mim! - Falei alto. - Ele me encarou e vi uma lágrima solitária rolar de seu olho esquerdo.

  — Eu quero ir embora! Me deixem ir embora... Eu não ligo se me acharem! - Falei após um longo silêncio.

— Isso não! - Taehyung diz se levantando.

— Não vamos deixar você fazer isso. - Yoongi diz sem sair do lugar em que estava.

— Legal agora eu sou uma prisioneira também? - Falei.

— Estamos protegendo você!

— De quem, de vocês? Era disso que deveriam me proteger, me deixem ir embora!
Procurei meu celular nos bolsos e fiz uma chamada de discagem rápida.

— Oi meu amorzinho, me trás uma pizza tá bom? Só você mesmo

~ Tá bêbada Sn? - Ouço a voz de Jimin do outro lado da linha com sono.

— O que você acha? Trás a pizza! - Desliguei.

— Está com fome meu bem? A gente pode cozinhar pra você... - Taehyung tenta se aproximar mas sinto novamente meu peito se rasgar lembrando de seu abraço.

— Não... Por favor fica longe! - Gritei.

— Ela não pediu pizza... Isso é um código da polícia... - Ouço a voz de Yoongi.

— Muito bem, muito esperto...

— Você fez o que? - Jungkook me olha assustado.

— Sai eu tô tonta! - Me joguei no sofá sentindo que vomitaria meus órgãos.

(...)

A campainha tocou, e levantei ainda um pouco tonta.

— Sn... Aí caramba que cheiro é esse?

— Chim me leva com você... Eu não tenho mais casa sabe... E esses belos cavalheiros me trouxeram aqui, mas eu acho que prefiro ficar com você! - Disse rápido para evitar tropeçar nas palavras.

— Certo... Tudo bem... É só isso mesmo? - Ele encarou os três.

— Sim... É só isso... - Senti meus olhos fecharem aos poucos, e levei um pequeno susto ao sentir que meu corpo estava indo ao chão e abri os olhos novamente.

— Opa... Calma meu bem, vamos... É, obrigado... - ele diz aos meninos e fecha a porta.

  Após um sonho longo e confuso, sinto minha cabeça latejar, ao abrir aos poucos meus olhos e logo notei que eu estava novamente naquele mesmo quarto.

"Eu sonhei tudo aquilo?"


A Donzela e os três mosqueteiros Onde histórias criam vida. Descubra agora