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SN P.O.V

Minha cabeça estava doendo, me sentia fraca de tanto chorar, eu nem me lembro como vim parar nesse quarto escuro, mas sabia que estava ali a muito tempo, vez ou outra vinha alguem me trazer comida, o ranger da porta acelerou meu peito, senti algo escorrendo no meu rosto, provavelmente suor pelo calor estranho daquele lugar tão abafado que não dava pra respirar.

— Eii... Você ta acordada? - Uma voz desconhecida pergunta de forma gentil.

— Quem é você? - perguntei, ainda no escuro senti o dono da voz se aproximar.

— Calma sou eu... Trouxe seu café da manhã...

— Por que sempre essa escuridão eu não aguento  mais não poder ver... Quem é você afinal?

— Eu não posso dizer...

— Ele vai chegar daqui a pouco não é?

— Vai sim...

— Por favor, não parece uma pessoa ruim, por favor eu te peço me ajude a sair daqui!

— Se alguma coisa der errado eu morro...

— Então foge comigo! - Disse um pouco mais alto.

— Não é tão simples! - Ele diz.

— Então me ajuda a pensar!

— O único jeito de sair daqui, é libertando todos do Kwan... Se ele morrer, toda essa escuridão morre com ele... Eu preciso ir! Coma tudo e fique bem, eu volto a noite...

Ele sai, e ouço a chave trancar a porta pelo lado de fora. Desde que cheguei aqui, eu vivo no escuro, como no escuro, uso o banheiro no escuro, tomo banho no escuro, não a lâmpadas em nenhuma parte, não tenho noção de quanto tempo aqui mas sei que tem tempo suficiente pra eu ja ter ficado louca.

Fico sozinha por horas, o lugar tem isolamento acústico e todo esse silêncio é realmente de enlouquecer, mas bem, eu optei por usa-lo ao meu favor, eu sento e medito, antes e depois de comer, antes de dormir e assim que eu acordo, tento ir atrás das lembranças com luz, o mundo como eu via antes e agora não posso mais.

Em mais um dia longo de meditação antes de cair no sono, tentei lembrar dos meninos, mas o rosto deles estavam borrados como se eu tentasse ve-los no escuro.

"Por favor, isso não"

(...)

Algumas horas depois ele chegou, sentou ao meu lado, totalmente inconveniente eu tinha raiva e tinha nojo.

— Boa tarde pra voce também policial! Porque todo esse silêncio, o escuro... Comeu a sua lingua?

— Por que você não se fode hein?

— Uuh alguem esta de mal humor, posso resolver isso se voce quiser... - chegou perto de mim, e sussurrou no meu ouvido.

— Fica longe de mim! - o empurrei com força.

— Calma, calma, só ia te oferecer algo melhor pra comer, mas se não quer... - 

— Eu quero ir embora!

— Ja conversamos sobre isso, você é minha prisoneira, não esta aqui pra fazer passeios!

"Passeios"

— Nem aqui por esse lugar, eu só não consigo mais ficar nesse escuro é agoniante... Por favor eu estou enlouquecendo!

— Isso não é problema meu, seus amigos me devem se eles não me pagarem logo vai ficar aqui por mais dois meses!

— Você é um monstro...

— Obrigado! Mas não foi nada de mais, você não faz ideia do que eu sou capaz de fazer! - me arrepiei, realmente não sei, e não quero descobrir.

— Eu vou matar você! - o que eu to fazendo? Bom tentando provocar.

— Quero ver você tentar... Vai ser interessante.

— Por quê? Acha que eu não consigo?

— Vai la então, to aqui tentei me matar, nem sabe onde eu estou, não tem visão noturna até onde eu sei, e nem armas...  Eu tenho mais o que fazer, ja que não da pra conversar com você, até amanhã!

Não sei onde ele esta, mas ele sempre sabe onde eu estou, assim como o moço que me trás comida, o isolamento acústico e estofado então não tem como eu bater a cabeça dele na parede.
  E por que, se eu não posso ver nenhum deles, o moço da comida não diz quem ele é? Por que ele não me ajuda se também não queria estar aqui?

(...)

Algumas horas passaram, e ele o homen de voz estranha veio me Trazer a ultima refeição do dia.

— Posso entrar?

— Como você me vê?

— O que?

— Parece que sou a unica topeira nesse escuro!

— Ah isso...

— E por que você não diz quem você é, se eu não vejo seu rosto?

— Isso aqui é, um isolamento para prisioneiros, e pra vir aqui todo o corredor é escuro, temos acesso a muitos equipamentos tecnológicos, e temos os óculos noturnos para missões que são feitas a noite, usamos eles pra descer aqui.

— Você só respondeu uma pergunta...

— Não faço parte da equipe, também sou um prisioneiro, não como você, eu ja fui parte da equipe, também sou um deles, mas estou sobre vigia, fui pego como traidor faz alguns dias depois que você chegou aqui, por que eu vim atrás de você, eu tentei te soltar....

— O que? mas,  por que você faria isso? Nem te conheço...- Ele solta um riso nasal.

— Vou  por uma pecinha na sua mão, ela serve pra mudar a voz, não deixa totalmente diferente mas altera o suficiente pra conseguir passar um trote sem ser pego...

— Que referência específica... Espera, então eu conheço você? ...- Ele colocou a pecinha em minha mão, era redondinha e achatada como um mini biscoito.

— Eu não sei, me diz você...- Ouço a sua voz verdadeira. Meu coração se apertou, um choque percorreu meu corpo..

" não pode ser..."

(Cap não revisado)

A Donzela e os três mosqueteiros Onde histórias criam vida. Descubra agora