- Três; A Family To Defend -

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Marinette passou pelo corredor do terceiro andar do prédio residencial pequeno de apenas quatro andares. Parou em frente à porta de madeira envernizada de estilo moderno pegando as chaves no bolso do casaco bege. Segurando a maçaneta ela abriu a porta, dando de cara com o sorriso no rostinho de sua primeira e única filha;

Emma.

— Mama!

A pequena loirinha de dois anos com olhos azuis brilhantes e redondos, correu desajeitadamente com as perninhas gorduchas para abraçá-la.

— Emma...

Marinette tombou a cabeça com um sorriso verdadeiramente alegre no rosto, por ver ali em sua frente o que ela imaginava ser aquele dia ensolarado de primavera que ela tanto imaginava.

Ela segurou a menininha em seus braços, distribuindo selares pelos bracinhos e bochechinhas, ouvindo-a rir e se remexer em seu colo.

A Dupain-Cheng elevou o olhar vendo o responsável por sua menina ser loirinha. O homem sorriu para ela encostado na pilastra do arco que dividia o pequeno hall de entrada do apartamento para a sala de estar.

Ele se aproximou a passos largos, abraçando o corpo pequeno de sua esposa, e beijando a testa da filha.

— Eu posso participar desse abraço em grupo? - brincou com o nariz da loirinha. - Acho que eu também mereço uns beijinhos, Marinette. - um bico pidão ornou os lábios do mais alto.

A franco-chinesa soltou uma risada fofa. Ela levou a mão para o rosto do marido acariciando a região com carinho.

— Não seja bobo, Adrien. - ela sorriu ainda mais aproximando seus rostos. Os narizes se encostaram e ela selou seus lábios com ternura.

Emma no outro braço, se distraía animadamente mordendo seus dedinhos pelos dentes de leite que nasciam na arcada.

Os mais velhos se separaram do selar rapidamente.

— Vem com o papai, princesinha. Vamos deixar a mamãe descansar. - o loiro estendeu os braços gesticulando com as mãos para que Emma fosse para seu colo.

A loirinha sorriu com o olhar azul cintilante jogando-se para o colo do pai, que a abraçou com carinho acariciando seus lisos fios dourados presos em duas maria chiquinhas altas.

Marinette sorriu com amor para a cena. As íris tão azuis brilharam emocionadas ao ver Adrien ninar Emma em seus braços, balançando-a com suavidade. Um sorriso amoroso ornou a feição de papai orgulhoso de Adrien.

Aquela era sua família. A vida que ela queria ter para sempre.

Aquele era seu dia de sol. O homem que ela amava e o fruto de seu amor, aqueciam seu coração a tanto tempo frio e abatido, fazendo o bater latente de paixão e clemente por mais daquela sensação tão aconchegante que a preenchia e enriquecia seu ser com esperança.

Esperança, de que uma mulher como ela, cheia de cicatrizes pudesse amar alguém com tanto anseio, que uma mulher como ela pudesse gerar vida ao invés de tirá-las.

Seu passado, quem ela escondia ser, não poderia manchar Adrien e Emma.

Ela os amava demais para perdê-los.

Suspirou com desânimo. Emma era pequena demais para que sofresse com o passado sanguinário da própria mãe. E Adrien era a única pessoa capaz de puxá-la para fora do abismo escuro e sem fim que ela caia há tantos anos, quando lhe estendeu a mão para ajudá-la a levantar por tropeçar em seu salto alto no meio do aeroporto de Paris há seis anos atrás, sendo o primeiro rosto amigável, de sorriso amável e ternos olhos verdes que ela encarava logo após voltar da exaustiva viagem à China, onde sua última missão se encontrava completa com o morte de um rico empresário franco-chinês que abusava de suas funcionárias. 

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