Sentado no sofá da sala de estar escura, iluminada apenas pelas luzes dos prédios vizinhos e pela luminária na mesa de canto, com Marinette recostada em seu peitoral, Adrien lhe contava a história de como havia se tornado um espião, depois de ouvi-la como entrou na Miraculous.
— Então, aquela história do seu pai, foi você que prendeu ele?
O Agreste balançou a cabeça.
— Ter que fazer isso você mesmo, deve ter sido tão difícil. Eu sinto muito. - ela o encarou com certa trsiteza.
Ele sorriu pelo olhar carinhoso que ela o lançava.
— Tá tudo bem. Eu fiz o que era preciso pela memória da minha mãe e por mim mesmo. - Marinette o puxou para ela, fazendo com eles trocassem de posição, com ele recostado em seu peito, acariciando os fios loiros do marido. - Eu vou sempre carregar a imagem da minha mãe naquele dia, mas eu me lembro como alguém que a Emma iria adorar chamar de vovó. E ela amaria conhecer você. Conhecer a mulher que me fez voltar a amar, porque eu finalmente via você, quando tudo o que eu via e vivia antes era morte. Encontrar você foi como voltar depois de muito tempo longe de mim mesmo.
Marinette soltou um sorriso amoroso.
— Lembrar da Brid também é assim pra mim. - ela desviou o olhar, olhando para fora pela janela, para a noite brilhante. - A cicatriz sempre vai estar aqui, a saudade que eu sinto sempre vai existir. Mas eu vou me lembrar do jeitinho dela. Ela era só uma criança, que perdeu os pais, mas ainda assim sempre mantinha o mesmo sorriso alegre no rosto. E quando ela se foi, eu me perdi por tanto tempo, cega por uma vingança. - ele olhou para ela, levando a palma para a rosto que encarava o lado de fora. Ela o olhou com tamanha sinceridade que o fez errar uma batida do coração. - Mas agora, desde que eu te conheci naquele aeroporto, eu sabia que você estava abrindo uma porta dentro de mim, entre todas aquelas que eu tranquei, que eu impedi que entrassem.
Adrien piscou surpreso, os lábios entreabriram. Marinette se afastou para olhá-lo melhor.
— Eu me sinto finalmente em casa. Eu me sinto a Marinette que a muito tempo atrás eu fui. Você me trouxe de volta quando eu estava perdida. Você abriu a porta do quarto escuro, onde eu me tranquei por tantos anos. Você estendeu a sua mão sorrindo desse mesmo jeitinho naquele dia. - ela sorriu boba e emocionada, com as mãos no rosto do maior, vendo os olhos verdes brilhantes de Adrien, que sorria para ela. - Mesmo que você também estivesse sofrendo. E eu nunca vou me esquecer disso.
Adrien puxou Marinette para seu colo, firmando a palma em sua cintura, para beijá-la com deleite de maneira doce.
Ele se afastou, colando a testa na dela, enquanto Marinette apenas sentia a respiração quente dele em seu rosto.
— Acho que é isso o que importa; contra todos os segredos, todo nosso passado, nós salvamos um ao outro e não há nada nesse mundo que eu me arrependa de ter feito, se tudo isso só me levou até você.
— Eu também, Adrien. - ela o afastou com apreensão. - Mas ainda não acabou, Ladybug e Chat Noir ainda estão vivos. Nos estamos correndo perigo. - levantou-se de sue colo. A respiração pesada refletia seus pensamentos conturbados. - Meu Deus, a Emma...isso...isso... pode respingar nela.
Marinette andou de um lado para o outro agitada, tentando pensar em algo que pudesse livrá-los daquilo.
Adrien caminhou até ela, segurando-a pelos ombros.
— Marinette. Nós vamos ficar bem. E principalmente a Emma. Nunca vou deixar ninguém tocar num fio de cabelo da nossa filha. - ela suspirou nervosa. - Eu tenho uma leve ideia do que fazer. E eu conheço alguém de dentro que pode nos ajudar.
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Kill or Die
FanfictionMarinette sabia que não poderia esconder para sempre seu trabalho escuso como a famosa assassina, Ladybug. E aquilo se confirmou uma verdade incontestável quando ela é chamada para um novo serviço contendo um único nome; Chat Noir. Um espião ingl...