- Dois; Born To Spy -

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— Eu vou pegá-la, Ryuko. Fica tranquila. - Chat Noir se ajeitou incomodado na cadeira estofada no interior de uma pizzaria de fachada para as reuniões secretas entre os agentes do Serviço de Inteligência Secreta Britânica, na França.

A sala parcialmente escura aos fundos daquele restaurante, que funcionava a todo vapor no andar de cima, escondia a tecnologia militar ilimitada das quais seus espiões necessitavam.

— Eu sei que você consegue, Adrien. Mas não deixe sua arrogância subir a cabeça. Você sabe com quem está lidando. Já lutou com ela há seis anos atrás e quase foi morto. - a mulher gesticulou com desdém.- Não sei até hoje o porquê você está vivo, se foi por pura piedade ou porquê você é um maldito de um sortudo.

Chat Noir sorriu ladino.

— Gatos pretos podem até dá azar, mas nunca são azarados. - ele cruzou os braços em convencimento.

Ryuko rolou os olhos, impaciente. A japonesa em pé ao lado de um telão contendo informações secretas e em frente a uma mesa lotada de documentos, esfregou a testa.

— É...com toda certeza ela vai acabar matando você.

— Você sabe que não. Eu...não posso morrer. - ele suspirou cansado.

A notícia de sua nova missão o abateu por pensar em todos os riscos atuais que sofria.

— Eu sei disso. Por isso como combinado, essa é a sua última missão, Agreste. Não ferre tudo e traga a cabeça da Ladybug para os superiores.

O rapaz de fios loiros rebeldes mordeu o lábio inferior em curiosidade.

— Vem cá, Kagami. Por que eliminar a Ladybug é tão importante? Só por causa do assassinato do Diplomata? O cara que financiava tráfico humano por debaixo do tapete?! Eu deveria dar um abraço na Ladybug e não apontar uma arma pra cabeça dela.

A mulher em sua frente de cabelos curtos e olhos acastanhados pincelados, massageou as têmporas, cansada. Ela puxou a cadeira estofada de frente para a mesa enferrujada, sentando-se sobre.

— Você sabe, politicagem e blá-blá-blá. Isso fere a bandeira inglesa. Um diplomata da nação morto por uma assassina qualquer em território estrangeiro. - ela gesticulou desinteressada. - Um prato cheio pra quem vê interesses em uma guerra.

— Eu já entendi. Vamos logo com isso. Me diga o que você tem. - ele bufou, ansioso.

A japonesa estendeu sobre a mesa um dossiê de papel parto.

— Tudo o que eu consegui e o que você precisa saber sobre ela.

Adrien levantou o corpo, desencostando as costas da cadeira, pegando o amontoado de documentos.

Se pôs a folhear.

— Hm...Bridgette, 29 anos. Organização; Miraculous. Ficha de operações. Ou seja, nada de muito novo.

Adrien comprimiu os olhos. Ele conhecia aquele nome.

Ryuko deu de ombros.

— Famosos. Você sabe, a maior rede de assassinos profissionais operando em toda a Europa. Todos, sem exceção, tem 100% de aproveitamento nas execuções.

O loiro suspirou, coçando a nuca.

— Eu sei, descobri isso de um jeito muito desagradável quando cheguei em Paris. São todos de primeira linha. Experientes, rápidos, furtivos e dificilmente erram. Eu sei de tudo isso.

Kagami se ajeitou na cadeira, pegou o controle do telão em cima da mesa, apertando uma das teclas.

— Esse é Wang Fu. Aposto que você já o conhece - Chat Noir assentiu. A foto do homem de cabelos grisalhos, já com certa idade e fortes traços chineses apareceu no telão. - Quem não o conhece?! Ele é o cabeça da organização. Escolhe a dedo cada um de seus assassinos. De preferência jovens. Pelo que descobri, o que não é muita coisa já que é informação de senso comum pra quem procura saber; ele é um benfeitor dos seus escolhidos; crianças carentes, sem família, com passados conturbados. Ele acolhe cada uma delas, oferece educação, moradia, bom tratamento e oportunidades. Aqueles que quiserem seguir a vida em frente sem sujar as mãos, podem ir sem represálias, mas aqueles que escolhem retribuir o favor se tornam seus "pequenos milagres" como ele costuma dizer, de acordo com a minha fonte.

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