- Quatro; We Need To Die -

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Marinette parou em frente à porta com design tipicamente chinês. O dragão de alto relevo desenhado no centro revelava para a Dupain-Cheng o que ela já sabia; alguém poderoso ocupava aquela sala.

De braços cruzados, apoiando as costas na parede em frente, a mulher suspirou cansada olhando para o visor do relógio digital que brilhava os números daquela hora; 5:37 da manhã.

Os pensamentos voltaram para sua família; Adrien dormia tranquilamente ao seu lado, fazendo-a repensar se iria mesmo aquela reunião que Alya havia lhe alertado por mensagem na noite anterior.

O corpo quente e aconchegante do marido era tentador. Se pudesse jamais sairia dos braços do homem que amava. Mas ela precisava ir. Precisava ir para que no fim daquele dia nunca mais precisasse voltar a ser Ladybug.

Verificou a filha em seu quartinho, dormindo com tranquilidade no berço coberto, enquanto balbuciava pequenas palavras incompreensíveis para a mãe.

Saiu do apartamento com pesar, rezando para que naquela noite ela pudesse voltar sã e salva para casa.

Saindo de seus devaneios a porta foi aberta. A voz masculina com certo sotaque pode ser ouvida dentro do recinto;

— Entre, por favor.

Séria, Marinette suspirou, erguendo a cabeça e adentrando a sala com firmeza ao andar.

Observando o ambiente tradicionalmente chinês, ela sabia que seu contratante não deixaria para trás suas verdadeiras raízes orientais. A decoração dourada e avermelhada, contemplavam a sala moderna com toques rústicos pela mesa central de madeira polida

— É muito bom vê-la novamente, meu pequeno milagre. - o senhor sentado na cadeira estofada, trajando um Han-fu preto, roupa tradicional chinesa da Dinastia Xia sorriu tranquilamente. - Sente-se. - ele indicou a poltrona de tom terroso em frente a mesa.

— Mestre. - Marinette se curvou em respeito tradicional ao seu mestre treinador, aquele que a transformou na famosa assassina que era.

Ela sentou-se.

— Pegue. - ele estendeu sobre a mesa um envelope preto.

— O que é isso, Mestre? - a mestiça tombou a cabeça em dúvida.

— Abra e veja por si mesma. - com a feição tranquila e intocável, ele gesticulou para que ela seguisse em frente.

Marinette pegou o envelope, abrindo-o com receio, retirando de dentro um documento, no qual ela correu o olhar, antes de entreabrir a boca em surpresa e arregalar os olhos.

— Isso é... - ela o encarou em choque.

Wang Fu sorriu em contemplação pela reação de sua assassina.

— Sua certidão de óbito, claro. - ele deu de ombros.

— Isso significa...

— Bridgette Allaire-Liu precisa morrer para que Marinette Dupain-Cheng possa continuar vivendo, estou certo?!

A franco-chinesa ofegou, como se finalmente estivesse voltando a respirar depois de sufocar por tempo demais.

— Você está livre para ir. Só termine aquilo que começou, para que Ladybug possa morrer junto. - ele uniu as mãos tombando as costas na poltrona. - Você não será perseguida, todos acharão que morreu em alguma missão. Ladybug e Bridgette deixarão de existir.

Ela respirou fundo, colocando os pensamentos em ordem. Devolveu o documento para o envelope.

— Obrigada, Mestre. - ela sorriu realmente agradecida.

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