❤ CAPÍTULO 22 ❤

794 89 5
                                    

Hana acabou ficando para o jantar e depois que parou de chorar, pude ouvir suas risadas causadas pela companhia do Adam. Ele fazia por ela o mesmo que fazia por mim.

— Meu pai vai me matar! — a garota se assustou quando checou as horas depois de comer.

— Não se preocupe! — Nicolas falou. — Posso levá-la em casa!

— Não... — ela gaguejou nitidamente nervosa. — É melhor que eu vá sozinha.

Me levantei rapidamente para lhe preparar uma marmita.

— Você mora somente com seu pai? — perguntei, mas ela parecia muito aflita em recolher suas coisas para ir embora. — Hana, espere!

Coloquei a vasilha em suas mãos trêmulas.

— Aceite a carona do Nicolas, por favor, ou vou ficar preocupada de se machucar no caminho — pedi tentando tranquilizá-la. — Tenho mais uma coisa a dizer. Se alguma coisa estiver acontecendo, fale comigo! Vou tentar ajudá-la!

Adam ficou cabisbaixo quando a garota partiu em silêncio, mas pelo menos conseguimos convencê-la a aceitar a carona. Consegui adormecer depois que Nicolas me ligou e avisou que estava tudo bem.

Fiquei tão concentrada no Adam e Hana, que deixei os preparativos do casamento totalmente de lado. Nicolas tocava no assunto vez ou outra, mas meu coração quis ser evasivo quanto àquilo. Continuava me questionando sobre aquele medo. Por mais que enxergasse enorme felicidade ao lado daquela pessoa, algo me fazia hesitar, e minha mente ainda evitava lidar com aqueles gatilhos.

— Não devíamos ao menos escolher uma data? — Nicolas perguntou depois de caminharmos pela vila até seu carro.

Eu podia afirmar que ele era um homem sensível, e muitas vezes tive medo que pudesse realmente ler minha mente. Era como se estivesse prevendo meu desconforto e me dando todo espaço que pudesse, e mesmo assim se mantivesse presente à minha disposição.

— Ou a senhorita mudou de ideia sobre se casar comigo e esqueceu de me contar?

Ele torceu seus lábios cheios, mas depois sorriu expondo que o sentido da sua pergunta era mais uma de suas brincadeiras.

— Você quer mesmo se casar comigo, não é? — murmurei vagando meu olhar pela fisionomia brilhante da pessoa em minha frente.

— Sim! Foi por isso que propus esse contrato — sorriu me envolvendo num abraço. — Eu não vejo a hora de poder acordar ao seu lado todos os dias.

Nina uma vez perguntou por que Nicolas e eu não começávamos a morar juntos simplesmente. É claro que todos os empecilhos e inseguranças vinham da minha parte. Apesar de amá-lo e querer que ele estivesse em minha vida, continuava hesitando como se tudo pudesse acabar.

— Vamos pensar numa data — murmurei melancólica.

— Adam pode nos ajudar!

— Certo.

Seus olhos escuros e estreitos me analisaram mais profundamente, o que me fez ficar retraída.

— Tem alguma coisa acontecendo? — perguntou preocupado. — Eu sei que está preocupada com Adam e Hana, mas...

Mordi o lábio observando o homem refletindo. Eu precisava admitir que era covarde, e desejei poder contar-lhe sobre minhas inseguranças naquele momento, mas não queria incomodá-lo com meus pensamentos inconstantes.

— Deve ser coisa da minha cabeça, não é? — sorriu sem graça.

Sorri de volta sem coragem de estender o assunto.

AméliaOnde histórias criam vida. Descubra agora