Pesadelos
Os primeiros dias foram difíceis, Alec passava o dia trancado no quarto, só saía para ir ao banheiro e fazer a refeição do almoço. Magnus trabalhou a semana inteira de casa durante o dia para observar e fazer companhia ao Ale até ele se adaptar.
Como prometido, Catarina tinha ido vê-lo no dia seguinte, levou algumas vitaminas e suplementos, fez orientações quanto a uma boa alimentação e um sono regular para sua saúde. E mesmo assim, Magnus notava as olheiras ainda profundas e que o rapaz mal estava alimentando-se, talvez estivesse com vergonha ou não se sentia confortável para isso. Contudo o que mais incomodava o Bane, eram os gritos de Alec todas as noites, acordou assustado, nos dois primeiros dias, ele descia, levava água para ele, porém sentia que o rapaz ficava cada vez mais recluso, após uma semana, decidiu falar com o jovem assim que acordou. Desceu as escadas em direção ao quarto do moreno, tocou na porta com algumas batidinhas, esperou alguns segundos e ouviu a fechadura sendo aberta, Alec arregalou os olhos ao ver o homem em frente o seu quarto, abriu a porta dando passagem para Magnus e voltou para cama, sentou ficou olhando para as mãos.
— Bom dia, Alexander. — Sentou na cadeira de frente para o jovem.
— Bom dia, Sr. Bane. — Disse baixo, tinha ouvido Rosa chamá-lo assim, e também não se sentia íntimo para chamá-lo por seu nome.
— Não precisa de tanta formalidade, pode me chamar de Magnus. — Sorriu falando de forma gentil. — E você me faz parecer um senhor de 50 anos, quando eu só tenho 24. — Viu Alec levantar o olhar e abaixar rapidamente ao perceber que era observado.
— Tudo bem, Magnus. — Sua voz era incerta e receosa.
O mais alto esperou um segundo, depois estendeu para Alec um elástico de cabelo preto. — Seus cabelos estão cobrindo seus olhos. — o mais novo pegou, passou a mão no cabelo, prendendo os fios com o elástico. — Precisamos ter uma conversa séria e quero fazer isso olhando em seus olhos.
Alec engoliu em seco, seu coração disparou, não sabia o que esperar nem qual o rumo da conversa, mas então ouviu:
— Você precisa de ajuda, Alexander. — viu a expressão do rapaz mudar para ansiedade, aqueles olhos falavam mais do que qualquer palavra. — Eu não sei o que fazer... eu não consigo te ajudar...
— Não se preocupe, eu vou embora. — Começou a levantar da cama. Magnus já tinha sido gentil e bondoso o suficiente, não queria preocupá-lo — Você não precisa ter mais trabalho comigo, eu entendo e agradeço...
— Não é isso, querido. — Fez sinal para ele sentar. — O que eu estou querendo dizer, — Suspirou procurando as palavras certas — você não tem se alimentado, continua muito magro, Alexander, e seus pesadelos são tão frequentes, eu quero ajudar, mas... — Levantou as mãos em sinal de rendição e viu Alec ficar mais quieto do que o normal, então continuou. — Eu preciso que me prometa que vai fazer todas as refeições.
— Eu estou acostumado com pouca comida.
— Eu sei meu anjo, mas eu gostaria que você tentasse fazer as três refeições.
— Acho que eu devo ir, você não precisa se preocupar comigo. — Tinha medo do que encontraria de volta às ruas, tinha medo do que Magnus pudesse fazer, sentia que ele era um homem bom, só que tinha tanto medo de ser magoado, machucado.
— Está um inverno agressivo lá fora e só vai aumentar... fique aqui até depois do Natal. — Ficou em pé para sair do quarto. — Você não precisa ir embora. — Parou na porta do quarto. — Vamos tomar café, depois vamos sair.
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Sweet Angel (Malec)-Finalista #thewattys2022
RomansaEm meio às gélidas ruas de Nova Iorque, vive uma alma solitária lutando para sobreviver. Durante seis meses implacáveis, ele conheceu a fome, o frio e a desesperança de uma vida sem lar. Seu nome é Alexander, um jovem destemido que se viu obrigado a...