Por Danilo
Eu estava drogado! Não havia outra explicação lógica para isso que estava sentindo que não fosse o uso de substâncias ilícitas. Eu havia acabado de entrar no trailer de Maraísa, nossos lábios se tocaram e, eu pude ter provas de seu gosto, embriagando-me com seu cheiro próximo a mim. Tê-la colada ao meu corpo fazia com que eu esquecesse de tudo e, me concentrasse apenas em nós dois.
Entretanto, ela parecia nervosa, dizendo que, eu era como os outros. Eu não conseguia imagina-la, ou melhor, não queria imagina-la com os tais outros, era como se inconscientemente, eu ignorasse essa parte. Como se o passado dela fosse apenas um borrão e, o que importava era o presente.
Ela era minha agora e, eu não precisava pensar nos outros. Todavia, uma mulher como aquela, tão bela e sedutora deveria ter recebido a presença de diversos homens em seu trailer, tantos, que eu não gostaria nem de pensar!
Agora, eu fui jogado de maneira sutil para um canto do trailer, por uma Maraísa nervosa, seu rosto estava vermelho, seus lábios, mais carnudos do que nunca, e ela expressava um olhar que misturava desejo e ódio, o que fazia com que eu tivesse ainda mais vontade de me aproximar.
Aquela mulher poderia muito bem fazer parte do filme atração fatal! Pois todos cairiam aos pés dela, como eu estava caindo. Bastava ela me dizer que queria toda a minha fortuna que eu abriria minha carteira e, despejaria tudo ali, aos seus pés, apenas para tê-la.
Droga! Eu precisava prova-la, mas minhas respostas anteriores, as suas perguntas despertaram sua fúria interna.
"Eu te amo" Disse sem pensar, essa era uma frase comum, que todos diziam a pessoas que haviam acabado de conhecer, todavia, por mais que fosse clichê, era isso que eu sentia por aquela morena. Um sentimento tão forte, que nem todos os anos ao lado de Maggie fizeram despertar todo aquele turbilhão de emoções.
Ela pareceu render-se as minhas palavras, ficando estática, sem entender o motivo daquela declaração repentina. E eu decidi que era hora de me reaproximar novamente. Ela poderia me morder como uma cobra, que destila veneno em sua presa, mordendo-a e, levando-a diretamente a morte, mas eu não estava me importando com isso. Aquela morena me causava tudo, menos medo! E eu não iria embora dali sem cumprir o meu objetivo.
Senti-la novamente presa a mim como um ser indefeso, necessitando de afeto fez com que meu desejo aumentasse, ela parecia mais dócil aos meus carinhos, como se entendesse que tudo que eu queria com ela, era apenas a sua presença. O eu te amo fez com que ela relaxasse e, percebesse que eu não era como os outros homens.
Contudo, eu não conseguia entender, porque repentinamente soltei um "Eu te amo" e um "Nunca te vi antes mas sempre te amei" entretanto, aprendi com um dos muitos escritores que havia lido, que a boca fala o que o coração está cheio e, sinceramente, eu estava cheio de sentimentos por Maraísa e, nada nem ninguém iria conseguir fazer com que eles se esvaíssem!
Talvez, alguém se pergunte se eu pensei em Maggie nesse tempo, se tive remorço por estar de certa forma traindo-a, todavia, ela sempre soube que eu nunca a amei e, que nosso envolvimento era convencional para ambas as partes. Eu não a amava e, ela me correspondia da mesma forma e, estávamos bem desse jeito. Pelo menos até eu ter Maraísa em minha frente.
"Eu não sei o que dizer" Ela disse me encarando "Quem é você? Não acha cedo para dizer um eu te amo? Dizem que temos que esperar para falar palavras tão fortes assim!" Ela disse séria, mas percebi que não estava mais zangada e, sim compenetrada em me compreender. O que eu esperaria? Um eu te amo de volta? Ela provavelmente não estava sentindo o turbilhão de emoções que eu sentia.
"Eu não sei explicar, só sei que, é mais forte do que eu. Todo esse sentimento, essas sensações que você me provoca, parece que eu te conheço há anos, há vidas atrás. Por favor, não me julgue um louco, não pense que eu sou um doido, porque eu não costumo ser assim, pelo menos não costumava ser até conhecer você" Falei sincero arrancando tudo que eu tinha dentro do peito, sentindo uma paz imensa ao colocar para fora tudo que estava preso em minha garganta.Maraísa pareceu perceber e, deu um leve sorriso.
"Eu sinto a mesma coisa" Ela disse me olhando nos olhos, seus lábios carnudos e vermelhos demonstrando todo o desejo que ela tinha em me beijar. Eu não me contive e me aproximei dela, o coração batendo forte e, a tomei em meus braços.
"Não sou como os outros. Não é meu objetivo te levar para cama, mas se você quiser eu adoraria. Pra ser sincero, o que eu quero vai muito além disso" Disse, sua cabeça colada a minha. Fechei os olhos e senti o odor de seu perfume se misturar ao cheio de seus cabelos. E quando eu me dei por mim estávamos com os lábios colados como há minutos atrás, todavia, dessa vez, ela os abriu e, eu pude explorar aquela terra até então desconhecida.
Fogos de artifício deveriam estar sendo explodidos no céu, e a lua deveria ter a coloração mais linda de todas, pois naquela noite, eu finalmente havia entendido o que era ser um homem verdadeiramente apaixonado. Sabe aqueles filmes que o homem fica bobo pela protagonista como se tivesse 3 anos de idade? Então, era desse jeito que eu me portava em frente aquela mulher, mas eu não estava nem aí.
Minha língua queria passagem de todas as formas, não dando tempo para que Maraísa pudesse pensar em me largar, enquanto a sua língua passeava levemente sobre minha boca, acarinhando-me, como se dissesse "Ei eu estou aqui".
Nossos suspiros eram evidentes, o sentimento reinava naquela sala e, eu queria ir além, eu necessitava ir além, contudo, apesar disso, estava diante de uma desconhecida. Uma desconhecida que eu amava, mas uma desconhecida.
"Você quer...." Ela disse quando nos separamos e eu entendi a referência, ela perguntou se eu queria ir adiante, entretanto, eu não sabia muito bem o que dizer. Por que estou agindo pela emoção? Cadê o Danilo racional que dirige uma empresa? Onde está o advogado de prestígio? A razão estava longe de mim e, eu não tinha vontade de encontrá-la.
"Eu quero, mas você quer?" Eu respondi baixo, o corpo dela colado ao meu em um abraço único, cheio de sentimentos e emoções. Éramos almas se encontrando e, ela parecia entender isso, pois, não largava o meu corpo em um momento sequer.
"Eu quero"Ela disse em um sussurro, notei que ela tinha algo a acrescentar, todavia, permaneceu calada.
"O que foi?"Perguntei preocupado "Está com medo?"
"Vai ser a minha primeira vez" Ela disse tímida "Não quero te decepcionar" Finalizou e eu suspirei levantando seu rosto com os dedos. Agora ela olhava para mim, os olhos negros brilhantes de desejo.
"Não me decepcionou até agora" Disse baixo e ela sorriu "Não vai me decepcionar nunca" Finalizei e ela me beijou, consentindo.
Eu sabia o que fazer, mas não queria ir rápido, precisava fazer com que aquele momento durasse.
"Vamos para o meu quarto" Ela disse baixo afastando-se de mim, meu corpo já sentia falta do dela. E eu me sentia febril. Meu pênis latejava e, eu sentia que quando entrasse naquele quarto protagonizaria uma das cenas mais belas da minha vida.
Ao chegarmos diante de seu quarto, ela deitou-se puxando-me para que eu deitasse junto dela, suas mãos ágeis iam desabotoando cada um dos botões da minha camisa social azul e, eu podia sentir suas mãos tremendo a cada botão desabotoado. Ajudei-a tirando seu vestido e, ele foi jogado em algum canto do quarto. Eu ainda estava de calça e, ela estava com um sutiã negro e, calcinha da mesma cor. Sua pele branca contrastando com o tom negro das peças fez com que eu gemesse baixo. Aquela mulher era simplesmente perfeita demais para ser real!
Ela sorriu ao ver que eu olhava seu corpo com desejo e, continuou desabotoando os botões da minha calça, enquanto eu beijava seu pescoço, sentindo seus pelos eriçados a cada toque que meus lábios faziam em sua pele macia.
Quando ela terminou todo o trabalho eu a beijei, um beijo calmo, sem muitas delongas, estávamos quase nus deitados em sua cama, rolando de um lado para o outro, deixando que nosso amor nos guiasse.
O beijo que, antes era calmo, mostrou-se intenso e, tanto eu quanto ela parecíamos necessitar de algo mais carnal, meu corpo pedia pelo dela e, ela pedia pelo meu em uma súplica silenciosa. Sem mais delongas eu tirei sua calcinha e, ela gemeu ao estar tão exposta a mim. Eu sorri ao vê-la molhada e, eu senti que ela corou ao perceber meu desejo.
"Eu preciso de você, como nunca necessitei de ninguém. Isso é uma droga Maraísa! Você é uma droga, a minha droga! E eu estou viciado em você! Nem te provei direito e já me sinto viciado" Sussurrei em seu ouvido lambendo-o, fazendo com que, ela se tornasse mais molhada e, mais receptiva ao que iríamos fazer.
Eu mesmo tirei minha cueca jogando-a em qualquer canto do pequeno quarto, posicionando-me em cima dela , ela tremia, mas eu não sabia se era de medo ou de desejo. Fiz carinho em seus cabelos negros que agora estavam bagunçados e, beijei-lhe a testa, descendo com meus beijos até a sua boca, beijando-a. Entrelaçamos nossas mãos e, eu a penetrei como nunca havia feito antes.
Os clarins do céu tocaram e, era como se os anjos abençoassem o que estava ocorrendo entre nós. Finalmente eu me sentia no paraíso! No início, entre uma estocada e outra ela parecia nervosa, sem saber como se portar e, entre um beijo e outro eu sussurrava palavras doces em seu ouvido.
"Não tenha medo" Dizia "Você está indo bem" Completava "Eu me sinto completo dentro de você"
O que fazia com que ela se sentisse mais confortável e confiante.
Sentindo que ela já estava acostumada ao meu tamanho, sem toda aquela euforia, aumentei minhas estocadas, levando-a ao ápice, ela nunca havia experimentado algo desse tipo e, eu me sentia feliz em proporcionar isso para alguém.
Estar dentro dela era uma sensação inexplicável que ia além do prazer, era algo, que me completava, que me fazia bem, como se todas as mulheres que tivessem passado em minha vida fossem apenas borrões e, Maraísa a única que havia restado e, consequentemente a mulher certa.
Seus gemidos ecoavam pelo quarto misturados aos meus, o que faziam a cena ser mais excitante. Eu não sabia se alguém poderia entrar ali naquele quarto, mas algo me dizia que, ninguém teria a coragem de atrapalhar aquele momento.
Eu havia me encontrado nela e, ela parecia ter se encontrado em mim. Eu não sabia que almas gêmeas existiam até conhecê-la.
O orgasmo demorou a vir e, consequentemente, tivemos mais tempo para curtir aquele momento, Maraísa havia ido muito bem para uma primeira vez e, eu me sentia orgulhoso por ter feito parte desse momento em sua vida. Queria participar de outros, se ela me permitisse.
Ao terminarmos eu deitei-me na cama exausto, o suor escorrendo por toda a extensão do meu corpo, os cabelos desgrenhados e, o corpo vermelho. O estado dela era semelhante, a única diferença era que ela não parava de sorrir, como se tivesse ganhado na loteria.
"O que houve?" Perguntei aproximando-me dela, sentindo o cheiro de lavanda exalar de seus cabelos negros.
" Nem nos meus melhores sonhos, Danilo" Ela disse sincera e eu entendi o que ela queria dizer. Nem nos seus melhores sonhos ela havia imaginado algo assim, uma entrega tão perfeita como a nossa.
Ela se aproximou ainda mais, aconchegando-se em meu peito, eu conseguia sentir sua pele quente e molhada de suor.
"E Maiara?" Perguntei "E se ela entrar aqui?" Continuei preocupado
"Ela vai dormir com Marília, as duas tem muito que conversar" Ela falou como se não se importasse e, eu vibrei internamente. Teríamos a noite toda, apenas eu e ela. Minha desconhecida favorita até o momento.
[...]
Não sei precisar ao certo quando tempo ficamos em um jogo de carícias, fizemos amor mais algumas vezes, até que nós dois estávamos exaustos e, cheirando a sexo. Maraísa ria como nunca havia visto e, eu sentia uma paz muito grande dentro de mim.
"Agora não sou mais um desconhecido" Disse tocando o seu nariz com a ponta dos dedos
"Depende" Ela disse "Ainda não sei nada sobre você, além do seu nome e da onde veio" Ela disse
"E o que quer saber?" Perguntei
"Não sei, conte-me sua história. Quem é Danilo Gentili?" Ela perguntou me encarando, nossas mãos entrelaçadas, enquanto a cabeça dela estava fixa em meu peito. Eu suspirei pensando nas palavras certas para começar aquele diálogo.
"Bem, eu sou filho de um homem chamado Danilo" Ele disse entre risos "Ele era um advogado que montou uma empresa de cosméticos em sociedade com um amigo, chamado Gabriel, a empresa deu muito certo e, logo se expandiu gerando filiais em todo o Brasil"Ele explicou "Esse amigo decidiu levar a empresa para os Estados Unidos, enquanto meu pai ficou no Brasil. Devido a essa mudança para outro país, a empresa gerou lucro internacional" Contou "Desde criança meu pai me levava a empresa, eu fazia meus deveres de escola ao lado da mesa do meu pai e, consequentemente peguei gosto pela coisa, por isso, quando eu fiz 18 anos, prestei vestibular para Direito e, comecei a trabalhar de estagiário lá. Quando terminei a faculdade, meu pai que já havia se aposentado deu-me um cargo na área jurídica da empresa, que atualmente é presidida por um amigo dele, o Senhor João Mesquita" Expliquei. Maraísa me olhava atentamente, como se tentasse entender toda a história.
"E sua mãe?" Ela perguntou "Minha mãe é uma socialite da capital paulistana, ela comparece há algumas festas beneficentes, e vez ou outra participa de alguns chás em companha das amigas" Expliquei.
"Você os vê com muita frequência?" Ela perguntou
"Não tanto como eu gostaria, vejo o meu pai algumas vezes quando temos que resolver algum negócio, entretanto, é raro eu ir até a casa deles, já que estou sempre ocupado" Contei.
"Então você mora sozinho?" Ela perguntou e eu senti um frio percorrer minha espinha, como explicar para ela que eu morava com uma mulher que não significava nada para mim?
"Sim, moro sozinho" Menti e, ela nem pareceu notar. Estando compenetrada demais brincando com os pelos de meu peitoral. "E você, conte-me sua história" Falei louco para mudarmos de assunto, afinal de contas, recordar-me de Maggie a essa hora da madrugada não ajudaria em muita coisa. Ela suspirou pesadamente e, parecia pensar em algo.
"Não tenho uma história tão legal quando a sua" Ela disse baixo "Minha vida é esse circo" Continuou "E seus pais?" Perguntei e senti que ela esmoreceu, provavelmente se recordando de uma lembrança ruim.
"Minha mãe morreu e, meu pai se perdeu por aí. "Ela disse sem dar muita importância "Se não fosse Tonho, eu e Maiara estaríamos jogadas em alguma esquina" Falou calma, mas notei que uma lágrima solitária escorreu de seu rosto, deixando-o vermelho. Apressei-me em limpa-la e abracei-a.
"Você não precisa falar disso se não quiser" Falei calmamente acariciando seus cabelos negros, ela fechou os olhos e, pareceu acalmar-se.
"A verdade Danilo é que por mais que nós os artistas de circo fazemos as pessoas rirem, a nossa vida não é uma festa. Todo dia é um problema novo, uma situação para resolver, as contas estão sempre atrasadas, as vezes falta o básico, temos necessidades que não conseguem ser supridas com o mísero salário que ganhamos. Entretanto, por não termos outra ocupação, continuamos aqui, nessa vida medíocre" Ela disse séria e eu notei um pingo de magoa em sua voz.
"Você tem vontade de ser uma cantora famosa?" Eu perguntei e ela suspirou
"Sinceramente, não é isso que eu tinha em mente, eu só queria ter uma família, marido, filhos. Queria que minha vida fosse tipo um filme da sessão da tarde, onde tudo é lindo" Disse sincera "Entretanto, a vida não é assim" Finalizou. E eu ponderei por um instante pensando em tudo que ela havia falado.
"Você quer se casar e ter uma vida ao lado de alguém, certo?! E por que o circo te impediria de seguir esse caminho?" Perguntei já com medo da resposta
"Por que daqui há duas semanas eu não estarei mais aqui" Ela disse em um sussurro "Estarei em outro estado, sabe lá Deus onde" Completou
Meu mundo pareceu cair de repente, afinal de contas, fui lerdo o suficiente por não pensar que ela não seria minha por muito tempo, pois, teria que seguir o circo para outro lugar, deslocando-se consequentemente para longe de mim. Eu estava tão centrado em meus próprios sentimentos, cultivando minhas próprias dúvidas que esqueci que ela não ficaria muito tempo ali. Uma súbita vontade de jogar as coisas no chão tomou conta do meu ser, eu era alguém impulsivo, que não estava acostumado a perder, todavia, eu sabia que, dali há 2 semanas o amor da minha vida iria para longe.
E como eu ficaria longe dela? O que faria? Sobreviveria? Novamente toda aquela sensação de abstinência voltou e, eu me senti como um viciado. Droga, eu precisava dela em minha vida!
Maraísa pareceu notar meu desespero, mas acredito que ela estava tão focada em pensar em sua vida medíocre e todos os seus problemas que, preferiu ficar calada.
E ficamos assim, eu criando todas as cenas catastróficas na minha mente, imaginando como seria a minha vida sem aquele ser moreno que repousava em meus braços. E ela pensativa em tudo que havia me dito, provavelmente remoendo um passado negro que ela gostaria de esquecer.
E saímos de um filme de romance onde o mocinho beija a mocinha e, fomos direto para um drama, onde o casal principal descobre que não pode ficar juntos, por estarem a quilômetros de distância! Eu odiava filmes de drama! Deus, eu só queria poder resolver tudo isso, poder curar a dor dela, realizar os seus sonhos, ser o parceiro ideal e, ao mesmo tempo continuar cultivando meu sentimento por ela, estando ao seu lado dia após dia.
Entre um suspiro e outro, eu percebi que nossos sonhos se encaixavam como peças de um quebra cabeça, ela queria uma família, um lar estável, marido e filhos e, eu queria alguém que pudesse me satisfazer e, ao mesmo tempo, uma pessoa que sentisse amor por mim e, não apenas desejo. E ela parecia sentir isso, quer dizer, eu não havia a questionado sobre isso e, em nenhum momento ela havia dito que me amava, todavia, suas atitudes demonstravam que ela tinha mais do que um simples carinho por mim.
E eu sorri como um bobo, pensando como eu era idiota por não ter pensando nisso antes, as coisas eram mais simples do que eu pensava, todavia, como ser humano, eu queria complica-las. Eu poderia pedi-la em casamento e teríamos o lar mais feliz da face da terra, realizando nossos sonhos mutuamente.
Uma taquicardia tomou conta de mim ao imagina-lá como minha esposa, sei que seria algo novo, que nos conhecemos há pouco tempo, todavia, essa era a única forma de tê-la junto a mim, sem a necessidade de deixá-la ir. Feliz com a minha mais nova ideia, dei um longo suspiro, arquitetando tudo. Eu a pediria em casamento! E nada nem ninguém me faria desistir dessa ideia! Eu só precisava de um par de alianças e, de expulsar Maggie do meu apartamento!
Olhei para Maraísa que me encarava "Um dólar por seus pensamentos" Ela falou brincalhona e eu sorri
"Não posso falar sobre isso, é segredo" Disse sincero e ela olhou-me com os olhos negros demonstrando uma curiosidade imensa.
"Conte-me, ou não me terá outra vez" Ela falou e eu senti um pingo de tristeza em sua voz "Lembre-se que só temos 13 dias para viver isso" Finalizou e, eu entendi o motivo de sua tristeza.
"Estava pensando em transformar esses 13 dias em uma eternidade" Falei e ela suspirou pesadamente.
13 dias, esse era o tempo que faltava para que ela fosse embora. Eu tinha pouco tempo para agir, entretanto, se tudo desse certo, em uma semana conseguiria resolver tudo.
"Sabe os contos de fadas?" Perguntei e ela assentiu positivamente com a cabeça "Você acredita neles?" Perguntei
"Por que?" Ela me respondeu com outra pergunta
"Por que essas histórias sempre tem um final feliz" Disse e ela deu de ombros, como se dissesse "Ei idiota, esqueceu que eu acabei de falar que minha vida não é um filme?" Eu ri com essa constatação e, ela continuou me encarando interrogativa. "A vida é real, Maraísa, mas isso não quer dizer que não podemos construir o nosso próprio final" Falei olhando nos olhos dela "E ao seu lado, qualquer história tem um final feliz"Disse beijando a ponta do seu nariz, fazendo com que ela estremecesse.
"Você é doido?" Ela pergunto enquanto eu continuava beijando seu rosto
"Só se for por você" Disse e ela calou-se. Nossos lábios se encontraram e, tudo pareceu acalmar-se. Eu já tinha o meu plano, agora era só executa-lo.
[...]
Não sei bem por quanto tempo dormi, mas acordei no dia seguinte inebriado por uma sensação estranha, como se tivesse sonhado com algo bom e, diferente. Meus olhos demoraram a se acostumar com a claridade e, eu tentei me recordar do que havia acontecido na noite anterior. Eu havia sonhado que havia ido para cama com Maraísa e fora algo fantástico demais para ser escrito, aquilo era uma coisa que necessitava ser sentido para que houvesse a compreensão adequada.
Como se tivesse despertado de um transe, cocei os olhos, adaptando-me a claridade e, quando finalmente consegui mantê-los abertos, não reconheci o local onde estava. Será que ainda estava no sonho onde eu e Maraísa dormíamos juntos?
"Você ronca enquanto dorme" Fui despertado de meus pensamentos por uma voz rouca "E baba também" A voz continuou. Eu olhei para o lado e uma Maraísa nua estava em pé a minha frente. Os seios eriçados, os cabelos soltos caídos sobre eles, os olhos vermelhos, provavelmente de quem acabou de acordar e, a boca carnuda. Ah! Pelo jeito não havia sido apenas um sonho!
"Não se belisque" Ela disse como se lesse meus pensamentos e eu sorri gostosamente "Eu já fiz isso e é real" Ela disse se aproximando de mim, agora nossos lábios estavam próximos e, eu fechei os olhos, a respiração dela estava calma e lenta, enquanto a minha estava ofegante e rápida.
O beijo foi inevitável e, todas as células do meu corpo desejaram intimamente acordar com essa mesma cena por todos os dias da minha vida.
12 dias, esse era o tempo que eu tinha para agir se quisesse que meu sonho se realizasse, caso contrário, estaria fadado a viver uma vida medíocre ao lado de Maggie.
Um simples beijo se transformou em um desejo súbito de sexo de ambas as partes e, quando dei-me por mim estávamos novamente na mesma posição da noite anterior, ela com os dedos entrelaçados nos meus, enquanto eu a estocava freneticamente. Nossas bocas unidas como, se alguma super cola as tivesse colado.
Eu precisava aproveitar todos os momentos, pois não sabia se eles voltariam a ocorrer e, ela parecia pensar o mesmo.
"Mai....Ara" Ela gemeu e eu não fui capaz de compreender, ela riu de si mesma e eu fui contagiado pela sua risada. "Vai entrar aqui a qualquer momento" Ela disse unindo todas as forças que tinha para falar.
"Só deixe o orgasmo vir e, eu libero você" Disse a encarando. Não que fosse fácil liberar uma mulher daquela. Ela pareceu entender os meus pensamentos, como se de alguma forma ela pudesse ler minha mente.
"Você volta hoje a noite? Ela perguntou olhando firme em meus olhos, o olhar de cachorro molhado.
"Com toda certeza" Disse acariciando sua face, os olhos dela agora estavam fechados, como se estivessem se preparando para o orgasmo que iria vir.
E ele veio, trazendo consigo uma paz de espírito, que nem todos os mantras presentes no Spotify podiam trazer.
"Ter você é simplesmente maravilhoso!" Disse mordendo seu nariz como se ela fosse um bebê recém nascido.
"Eu não sou comestível para você ficar me mordendo!" Ela me repreendeu e eu a mordi novamente apenas para provocá-la. Ficaríamos nesse jogo o dia todo se não ouvíssemos batidas na porta.
"Maraísa!! Posso entrar?" Uma Maiara perguntou e eu senti o corpo da morena gelar. Como se perguntasse a si mesma o que fazer.
"Só um minutinho, Maiara" Eu mesmo disse e, ela suspirou aliviada, todavia, o rosto adquiriu uma coloração avermelhada. "Ela é só sua irmã" Disse "Não vai nos zoar" Completei
"Você não conhece a metade" Ela disse se levantando dali e pegando todas as suas roupas espalhadas no chão. Vestindo-se com elas. "Ela vai me fazer todas as perguntas possíveis" Disse vestindo uma camiseta preta velha. Eu a olhava como se estivesse em frente a uma miragem.
"Hello! Hora de levantar!" Ela disse estalando os dedos em minha frente de um jeito mandão, eu me levantei correndo, vesti minhas roupas em segundos e, em pouco tempo arrumamos a cama.
Ao abrir a porta uma Maiara e uma Marília estavam na espreita, fingindo estarem completamente desinteressadas ao que estava ocorrendo dentro do quarto.
"Bom dia fofoqueiras!" Uma Maraísa disse para as duas enquanto caminhava em direção a porta.
"Não sou famosa para ficar sendo espionada" Ela completou, eu caminhava atrás dela, olhando fixamente para o chão, como se tivesse perdido algo nele.
Paramos em frente a porta. Era hora da despedida, mas sentia que nenhum de nós queria isso. Sem entender muito bem, eu a abracei forte e, ela correspondeu na mesma intensidade.
"Tchau" Disse baixinho olhando para os olhos dela.
"Obrigada pela melhor noite da minha vida" Ela disse em um sussurro e eu beijei sua testa.
Ela abriu a porta e eu fui embora, sem olhar para trás, pois se eu fizesse, com toda certeza iria querer voltar.
[...]
Fui para casa ainda em transe pelo que havia acontecido, eu não era capaz de colocar em palavras tudo que estava sentindo e, caminhada curta até o local onde estava auxiliou a colocar meus pensamentos em ordem.
Estaria indo rápido demais?
Aquilo era realmente a coisa certa a fazer?
Independente das respostas as minhas perguntas, eu decidi que faria o que meu coração estava pedindo naquele momento, mesmo que isso fosse emocionado demais. Eu já havia visto casais que passaram anos juntos e, quando decidiram se unir legalmente, com uma cerimônia religiosa, e tudo que tinham direito, não conseguiram passar nenhum ano ano juntos.
Amor era questão de sorte, e não de tempo. Eu tive sorte de encontrar Maraísa e, sentia que aquilo era verdadeiro.
E, como diziam os poetas românticos do século passado: Que seja infinito enquanto dure!
[...]
Durante todos os dias que eu passei naquela cidade, eu ia vê-la, depois ia para o seu trailer, a gente se amava, eu dormia por lá e, no dia seguinte éramos acordados por uma Maiara e uma Marília curiosas, as quais nos obrigavam a interromper o que estávamos fazendo. Eu ia embora e, quando a noite chegava voltava e tudo se repetia.
Todavia, no meu último dia na cidade, nós dois parecíamos sentir a distância, mesmo que, eu tivesse prometido a ela que voltaria em breve e, que aquilo não era um adeus definitivo. Entretanto, ela parecia desconfiar das minhas palavras, como se elas fossem uma mentira.
Naquele domingo á noite, quando ela entrou no palco, percebi que seus olhares eram direcionados única e exclusivamente para mim, como sempre foram, desde o dia em que nos conhecemos. Todavia, mesmo com a luz baixa, era possível perceber seu olhar triste, como se ela entendesse que nos despediríamos e que eu só voltaria na próxima semana.
Seu canto era triste e, eu percebi que a música se tratava de uma partida, todavia, ela dizia que esperaria uma vida a mais se preciso fosse. Dessa vez, eu entendi a indireta e, algo se aqueceu no meu coração. Ela me esperaria, mesmo que eu demorasse mil anos!
No meio do seu canto, sai do meu lugar, indo em direção a saída do palco, eu precisava espera-la ali, para lhe fazer uma surpresa.
Ela terminou a música, uma ovação deu início e, eu senti como se ela ela me procurasse, olhando para todos os cantos. Vendo que eu não estava ali, ela se retirou, tímida.
"Flores para uma flor" Disse chegando de surpresa e, ela pareceu realmente se surpreender. O rosto triste dando lugar a um sorriso feliz.
"Aceita namorar comigo, por enquanto?" Perguntei enquanto ela pegava o buquê de flores, a admirando. Ela sorriu, sendo novamente pega de surpresa.XXXXXX
Oi meninas, primeiramente obrigada por me acompanharem nessa história. Uma pergunta, queria a opinião de vocês, o que vocês estão achando?
Curtam para eu postar mais.
Obrigada ❤️
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O circo [DANISA]
FanfictionAté onde você iria por uma artista de circo? Danilo, 30 anos, advogado, cansado da vida atribulada da cidade de São Paulo, decide passar uma semana longe da vida urbana, em uma cidade do interior, onde tudo parecia parado no tempo. Sua vida antes me...