Capítulo 9: O Reconhecimento

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Boa parte dos habitantes de Elma puderam ouvir aquele disparo. Para a sorte deles, seu xerife e protetor ainda estava vivo. O projétil foi disparado para os céus. Por ordens do xerife, a Déspota Remanescente continuou no bar, apenas observando alguns dos habitantes do Distrito de Elma. À primeira vista, se pareciam com humildes e pacíficos camponeses, mas também, bravos guerreiros e defensores. Pisando em solo arenoso, Chuck Dean e o outro sujeito ficaram se encarando friamente. O sujeito até então não identificado estava com seu revólver em uma de suas mãos, apontando ele para os céus, mas após o disparo previamente citado, ele mirou para Chuck, que apenas manteve a calma e a postura atenciosa. O homem decidiu falar.


— Até que enfim, xerife Chuck... Eu esperei muito por esse momento. — O homem possuía uma voz ardente, densa e muito grossa, mas nem um pouco intimidadora para Chuck.


— Saiba que se for me enfrentar, sairá com um tiro no peito, velho amigo. — Chuck Dean afirmou, mantendo sua mão próxima ao seu revólver, ainda encarando seu "oponente".


— Sempre confiante, não é mesmo? Saiba que eu estou aqui por uma recompensa...


— Então é isso o que você se tornou depois de tanto tempo? Um caçador de recompensas?


— Não é tão simples assim, eles me ofereceram uma grande recompensa.


— É mesmo? Eles quem? E recompensa pelo quê? Pela minha cabeça?


— Não pela sua amigão, pela cabeça da Déspota Remanescente. Tem muita gente interessada por ela.


A conversa era audível para as pessoas que estavam no bar. Quando Dorothy ouviu o que aquele sujeito disse, ela percebeu que todos os cidadãos ali presentes a encaravam com desdém. Dorothy apenas olhou para baixo, não querendo chamar a atenção de ninguém, mas ela recebeu diversos maus olhares dos cidadãos do Distrito de Elma presentes naquele bar. Enquanto isso, Chuck Dean continuava encarando seu velho conhecido, respirando profundamente ao ouvir sua fala. Chuck Dean teria que defender uma procurada agora. Havia um peso em sua consciência por ter salvado uma pessoa procurada.


— Você pode pisar no Distrito de Elma, pode entrar em um bar aqui, ou pode até mesmo entrar em um posto comercial, mas enquanto eu ainda estiver vivo, e com meu corpo em plenas condições, ninguém fará mal a ninguém que estiver pisando no Distrito de Elma. Se você está atrás dela então saia, o Distrito de Elma foi feito para ser um local pacífico. Morte, violência, agressão... Nada disso será tolerado neste distrito. Saia, velho amigo, ou serei obrigado a tolerar o que não toleramos aqui...


Chuck Dean encostou sua mão em seu revólver, preparado para pegá-lo a qualquer momento e disparar contra seu amigo. O forasteiro apenas riu em um claro e explícito gesto de zombação, mas Chuck permanecia com seu semblante sério e atencioso. Após longos segundos rindo, o homem decidiu disparar contra Dean. Graças à sua psicometria, Chuck meio que previu aquilo, e em frações de segundo, pegou seu revólver e deu um tiro contra a bala do forasteiro. Inacreditavelmente, ambos os projéteis se colidiram, e tanto Chuck como o forasteiro não foram atingidos pelos projéteis disparados. Aquilo era simplesmente inacreditável. O xerife Dean conseguiu disparar contra a bala do forasteiro.


— Uau... Onde aprendeu a fazer isso? Duvido fazer de novo! — Dito isso, o forasteiro disparou novamente, mas Chuck conseguiu fazer o inacreditável outra vez. Sua bala se chocou com a bala de Chuck de novo, o que surpreendeu o forasteiro. — Impossível...

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