Déspota Remanescente

Capítulo 10: A Ambição

E lá estava ele, o líder da Facção Primária, em uma base da Legião Zero recém-conquistada pela Facção Primária. O ser milenar estava sentindo falta de alguém. Exato, Christopher Murray sentia falta da poderosa e implacável Déspota Remanescente. Avistando o Capitão Moore do lado de fora da base, Christopher se dirigiu até ele, dando um leve tapinha em seu ombro enquanto o mesmo conversava com alguns oficiais no local quando finalmente o alcançou.

— Com licença, estou interrompendo alguma coisa, cavaleiros? — Indagou Murray, tentando ser educado ao se intrometer na conversa.

— Não, não está, meu senhor. Por que? Gostaria de dizer alguma coisa? — Respondeu Moore, um homem cujo bigode cobria quase o rosto inteiro.

— A Déspota Remanescente, onde ela está?

— Chefe, o caça dela foi atingido, e pelo que parece, os destroços podem estar no Distrito de Elma. Era o local com terreno firme mais próximo dela desde que o caça dela foi atingido.

— Ah sim, muito obrigado. — Disse Murray, se virando de costas e caminhando para frente, com passos curtos.

— Você vai procurá-la?

— Irei.

— Boa sorte. — Disse o Capitão Moore, acenando com a mão após ver que Murray usou seus poderes de manipulação de vento para se erguer no ar e começar a voar em direção ao tão pequeno e afastado Distrito de Elma.

Enquanto isso, Dorothy treinava com seu sabre, desferindo alguns golpes em um fino e pequeno crucifixo de madeira preso ao solo arenoso. A jovem dos cabelos prateados segurava firmemente seu sabre com a mão direita, realizando movimentos com sua mão em adjunto com seu braço direito para movimentar a lâmina do sabre, fazendo-a se chocar múltiplas vezes contra o crucifixo. Dorothy queria testar sua precisão e velocidade com o sabre, e estava orgulhosa de seu desempenho. Atrás dela estava o xerife Chuck Dean, e um pouco mais ao fundo da paisagem arenosa, seca e árida, estava o Capitão Lac, tentando entrar em contato com a Legião Zero através de um comunicador. Chuck Dean deu alguns passos à frente, observando a jovem garota grisalha mais de perto.

— Você é muito boa com isso. — Disse o xerife enquanto a observava. — Você seria muito bem-vinda no Distrito de Elma. Uma soldada como você cairia bem aqui.

— Está me oferecendo um trabalho? — Disse a garota, focada em seu treinamento.

— É, quase isso. Estou te oferecendo uma nova vida, Dorothy, uma vida em meio aos cidadãos do Distrito de Elma. Eles confiam em mim, e quando verem que você está ao meu lado, para ajudar eles, eles passarão a confiar em você. Esqueça a Facção Primária e venha se juntar à nós, Dorothy.

A pequena Dorothy continuou com seu treinamento, mantendo seu foco, um recurso essencial em um duelo, por exemplo, mas ela não deixou de prestar atenção nas palavras de Chuck Dean. Mantendo sua movimentação ativa, a jovem garota continuou desferindo alguns golpes com seu sabre contra o crucifixo.

— Eu até aceitaria... — Deu um último e potente golpe contra o crucifixo de madeira, guardando seu sabre na bainha que ficava na cintura e olhando para o crucifixo à sua frente, visualizando as marcas de impacto provocadas pela lâmina de seu sabre. — Eu ainda tenho coisas a fazer.