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A claridade aos poucos iluminava o meu redor. A consciência voltava de leve, e com ela, uma dor insuportável em minhas costas, foi então que lembrei de tudo que aconteceu, lembrei de cada maldita chicotada que Gavriel foi obrigado a me dar. Um gemido de dor escapou de mim assim que tentei me mexer, o que fez alguém vir em minha direção.

Gavriel.

Ele estava aqui.

— Celeste? — Aquela mão enorme se pôs em minha testa — Deuses você está queimando. — Ele se levantou e foi procurar algo nos armários. Aos poucos minha vista foi voltando completamente, então percebi que não estava no meu quarto, e sim no dele.

— Porra. — Falei assim que coloquei força para me sentar na cama e desencostar minhas costas dela. Uma risadinha saiu de Gavriel ainda de costas para mim, ele ainda estava com a mesma roupa, então supus que não dormi por tanto tempo.

— O quê? — Coloquei a mão na minha testa e realmente estava queimando e me sentia tonta.

— Não me surpreende a primeira coisa que você fale é um palavrão. — Eu tentei rir mas isso só fez meu corpo inteiro doer.
— Eu me sinto tonta. — Meus olhos estavam quase se fechando novamente. Eu só queria dormir mais um pouco.

— Beba isso, Celeste. — Tinha algum líquido muito fedorento em uma colher que ele estendeu em minha direção, minha careta fez ele arquear a sobrancelha e um dos lados de seu lábio se levantaram — Por favor, isso vai aliviar sua dor, confie em mim.— Ele colou aquela coisa nojenta na minha boca já que eu não conseguia nem mexer minha mão sem sentir dor. Porém, quando tomei aquilo, uma onda de alívio varreu meu corpo. — Você precisa lavar seus ferimentos... eles vão demorar mais para curar já que o chicote tinha a ponta de ferro. — Ele não conseguia falar olhando nos meus olhos, sabia que ele sentia vergonha por aquilo.

— Gavriel...

— Me desculpe, Celeste... eu... você sabe que eu nunca faria isso com você, nunca. — Um leve sorriso leve subiu em meus lábios. Ele estava sentado na beira da cama virado para mim, coloquei minha palma da mão ao lado de seu rosto e dei uma carícia de leve.

— Eu sei, Gavriel... eu sei.

— Você precisa lavar os ferimentos, eu preparei um banho para você, a água está fria para melhorar na cura e nessa sua febre. — Meu corpo formigou ao ouvir aquilo.

— Eu não vou conseguir sair daqui sozinha nem tão cedo, Maeve me fudeu dessa vez. — Ri fraco, porém Gavriel não.
— Eu tentei muito não fazer aquilo forte... eu...

— Gavriel, por favor, não se sinta mal por isso, ok? Por favor, não quero te ver assim, não foi sua culpa. — Tentei me levantar, mas meus joelhos fraquejaram. — Merda.

— Quer... quer que eu te ajude? Eu chamaria Fenrys já que vocês são mais próximos, porém ele e o gêmeo estão a serviço de Maeve e acho que Lorcan não gostaria muito de vir aqui. — Ri fraco e novamente aquela dor subiu em mim.

— Eu agradeceria muito, não tenho vergonha, relaxe enquanto a isso, não há nada que você nunca tenha visto, apesar que meus seios são mais bonitos que a da maioria das mulheres. — Dei um sorriso e ele gargalhou.

— Não duvidaria disso. — Meus olhos arregalaram de leve. Ok, ele conseguiu me deixar sem palavras. Esperaria uma resposta dessas de Fenrys, não dele. Eu gostei daquilo.

Com dificuldade levantei meus braços, a pele cortada de minhas costas eram repuxadas e me fez sibilar de dor.

— Não precisa levantar muito, como não é uma blusa é mais fácil de tirar. — O vento soprou em meus seios nus e pude apostar que vi Gavriel prender a respiração por alguns segundos. Minha pele arrepiou de leve ao ver Gavriel ficando de joelhos em minha frente, senti suas mãos abrindo o botão de minha calça. Coloquei minhas mãos em seu ombro, enquanto Gavriel ajoelhado tirava minha calça.

𝐂𝐄𝐋𝐄𝐒𝐓𝐄 - GavrielOnde histórias criam vida. Descubra agora