012.

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— Cacete que vestido perfeito. — Caminhamos conversando sobre nossas vidas, e cada vez que Aelin falava pelo que ela passou, minha admiração aumentava, e acho que o mesmo acontecia com ela, pois em pouco tempo nos ficamos totalmente confiáveis com a presença da outra. Passamos na frente de uma vitrine, um vestido verde metalizado, ele possuía um decote que ficaria perfeito para mostrar minhas tatuagens, suas mangas iam até os pulsos e seu comprimento abraçava as pernas e se abria como uma grande cauda.

— Ele é lindo mesmo, saudades dos meus vestidos. — Falou Aelin, admirando o vestido.
— Nem me fale, faz anos que eu não me vejo em nada mais do que meus trajes, o máximo que usei parecido foram minhas camisolas. — Aelin deu um risinho, arqueei a sobrancelha para que ela falasse.

— Estou lembrando da vez que usei uma camisola dourada e Rowan quase morreu do coração. — Gargalhei junto a ela.
— Temos que ter cuidado com esses velhotes, eles podem morrer do coração. — Ela fez uma cara maliciosa.

— Temos? Então quer dizer que você também já fez isso para algum velhote? — Minha pele ficou vermelha e ela gargalhou novamente — Deixe me adivinhar, ele é um certo loiro...

— Fenrys? Não, Pelos deuses... — Voltamos a andar.

— Não, não... Deixe me comprovar minha teoria, esses óleos de massagem são para quem? — Merda. Merda, merda, merda.

— Merda. — Falei rindo também.
— Pensando aqui, se ele é pai do Aedion, que é meu primo, acho que posso chamá-lo de "tio gatinho" — gargalhei tão alto que pessoas nos encaravam

— Tio gatinho? Pelos deuses, eu nunca vou me esquecer desse apelido, ele vai adorar, pode confiar.

— Mas então vocês tem algo?
— Para ser sincera, não faço a mínima ideia. Por que somos amigos há tanto tempo e nunca cheguei a pensar nele dessa forma, ainda mais por ele ter passado muito tempo apaixonado pela mãe de Aedion. — Aelin me olhou chocada — Pois é, garota, então assim, agora surgiu essa vontade em mim, sabe? Como se algo me chamasse sempre a ele, é um sentimento estranho, não sei explicar. Mas sinto que com ele está sendo diferente, não houve uma simples foda e pronto, a gente nem chegou a se beijar. Apenas nos provocamos, sabe? E as camisolas ajudaram bastante. — Rimos.

— Sei exatamente como é. Perguntei por que eu vi a forma como você o acalmou com um simples toque. Não é qualquer um que faz isso, entende? E Rowan foi um péssimo fofoqueiro nesse quesito, disse que não sabia mas que desconfiava também. — Rimos.

Em poucos minutos chegamos nas estalagem e nos despedimos. Foi algo totalmente inusitado mas que eu gostei muito, ela falou que precisávamos tirar um tempo daqueles machos e que deveríamos sair eu, ela e Lysandra para um dia somente das garotas.

Quando entrei no quarto de Gavriel, para minha grande surpresa, parecia que ele havia saído do banho naquele momento, pois estava somente com uma toalha enrolada em seu corpo.

— Você só saiu do banho agora? Eu demorei mais que o planejado. — Fechei a porta e coloquei a sacola com as coisas que comprei na cama, tentando ignorar o fato dele estar somente de toalha.

— Você pediu para relaxar, então acho que levei muito ao pé da letra por que acabei dormindo na banheira. — Rimos fraco, quando ele pegou algumas roupas para voltar ao banheiro e se trocar, eu o segurei pelo braço.

— Minha ideia vai precisar que você fique assim, só que deitado. — Um sorriso malicioso se formou em seu rosto e eu revirei os olhos. — Pelos Deuses, Gavriel!

— Celeste, você quer desfrutar do meu corpo ou é impressão minha? — Ele já estava com um sorriso arrogante naquela cara linda. 

  — Para de ser besta — bati em seu corpo brincando, mesmo aquilo sendo uma verdade — mas bem que você queria, que eu sei. — Minha vez de estampar um sorriso malicioso. — Apenas se deite de costas para cima e cale a boca. — Enquanto ele foi se ajeitar eu troquei de roupa, para um short de pijama e uma blusa que roubei dele.

— Agora sei onde minhas blusas vão parar. — Disse quando me viu com sua blusa.
— Que pena não é mesmo? Agora vamos ver... — Abri a sacola e dentro havia vários óleos de massagem, cada um com cheiro diferente. Murmurava os nomes e cheirava em seguida, na loja peguei os mais cheirosos segundo a mercante.

— Quero esse. — Ele apontou para o que tinha aroma de baunilha e cítricos...

A porra do meu cheiro.

Deuses me ajudem.

— Ok... — Ele se virou e ficou com aquelas costas enormes para cima. Eu não ia deixar barato, sabia que ele havia feito aquilo para me atingir, ele sabe perfeitamente que sempre foi meu cheiro.

Ele iria se arrepender.

Derramei o óleo em suas costas, mas primeiro somente da sua dorsal para cima, por que em seguida montei em suas costas.

Ele estremeceu.

— Espero que não se incomode que eu fique por cima de você, sabe, fica melhor para fazer a massagem. — Sussurrei em seu ouvido. Ele ficou rígido embaixo de mim, um sorriso surgiu em mim. — Fique relaxado, Leãozinho, se não, não vai funcionar. — Quando senti seu corpo relaxar mais, minhas mãos começaram a espalhar por todas as partes livres de suas costas.

As tatuagens brilhavam com o óleo sob elas, minhas mãos deslizavam facilmente por suas costas, o que pareciam ser gemidos de satisfação saíam de Gavriel, o que me incentivavam a colocar mais pressão em minhas mãos.

Aqueles malditos sons que saíam dele estavam me afetando mais do que eu permitia. Sem querer, eu fiz mais pressão em meus quadris do que nas mãos, o que fez com que Gavriel falasse pela primeira vez.

— Celeste? — sua voz rouca, fez minha mente girar e meu corpo esquentar completamente.
— Sim? — Saiu mais como um sussurro.

— Se levante, por favor. — Eu estranhei sua reação, mas saí de cima dele. Porém assim que ele se virou, com sua força anormal, me puxou pela cintura.

Com ele em cima de mim.

Meu corpo parecia que entraria em combustão, parecia que eu estava me tornando a própria portadora de fogo selvagem.

Com sua respiração ofegante a poucos centímetros de mim, seu hálito misturado com cheiro forte de baunilha, eu me sentia desnorteada demais.

— Acho que você não tem um pingo de noção do que faz comigo, Celeste. — Sua voz estava tão cheia de luxúria e prazer que eu achei que fosse enlouquecer ali mesmo.

Eu queria tacar o foda-se para tudo. Para a guerra que estava prestes a acontecer. Para o que os outros iriam achar. Para as consequências que aquilo trairia para nós.

Eu só queria ele.

Eu só queria Gavriel.

— Celeste... — Ele inspirou meu cabelo e minha nuca, fazendo com que os pelos dela se arrepiassem. E então eu segurei seu rosto e o beijei.

Seu corpo ficou imóvel.

Algo estava errado.

Ele saiu de cima de mim, desnorteado.

— Isso... isso não está certo... eu... — Não sei o porque, mas aquilo me deixou...

Magoada.

Me levantei rapidamente da cama e fui até a porta, mas antes de sair, parei ainda de costas para ele e falei quase em um sussurro:

— Me desculpe.

E então saí dali. Com uma sensação ruim dentro de mim.

𝐂𝐄𝐋𝐄𝐒𝐓𝐄 - GavrielOnde histórias criam vida. Descubra agora