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O sol entrou de leve no quarto que dividia agora com Gavriel, me despertando. Presumi ainda estar cedo pois senti um peso incomum ao redor de minha cintura. Eu congelei ao me lembrar de quem estava dormindo e que consequentemente estava com o braço sob minha cintura. Virei minha cabeça lentamente até ver Gavriel ainda dormindo. Seu rosto parecia tão sereno e tão calmo enquanto dormia, que passei mais tempo que devia o observando, acho que estava parecendo uma psicopata louca.

Quando os olhos de Gavriel se abriram um pouco, me virei tão rápido que ele acabou percebendo, pois uma risadinha saiu dele, revirei meus olhos e esperei sua provocação estúpida.

— Bom dia, Celeste. — Sua voz rouca atingiu meus ouvidos, fazendo com que sensações estranhas surgissem em meu corpo.

Merda, merda, por que isso estava acontecendo comigo agora?

— Bom dia, Leãozinho. — Decidi fingir que não me importava ou afetava o fato que sua mão continuava em minha cintura e que aquela havia sido uma das melhores noites que tive em muito tempo. Para me virar completamente, minha bunda empinou mais do que necessário em sua direção, o que me fez sentir algo... grande.

Pelos deuses...

Era grande mesmo.

— Dormiu bem? — Falei inocentemente. Ele semicerrou os olhos e assentiu.
— E você?

— Também, igual a um anjinho. — Debochei. Um sorriso se curvou em seus lábios. Ficamos nos encarando por alguns segundos, apenas admirando um ao outro e me fazendo pensar em que droga eu fumei para estar acontecendo tudo isso com Gavriel agora, somente agora.

— Quer tomar café antes de partimos?
— Sim, mas antes queria tomar um banho. — Saí de perto dele, fazendo com que seu braço deslizasse pela minha cintura e caísse no colchão. Ele me observou até que eu fechasse a porta do banheiro.

...

Chegamos a famosa Baía das Caveiras, pegamos informações necessárias para encontrar enfim o capitão Rolfe. Rowan estaria lá. Vai ser um entretenimento interessante. O grunhido de Rowan nos recebeu quando ele nos viu.

— Eu gostava de seu cabelo mais longo. — Uma adaga enterrada na parede, a não menos de 3 centímetros da orelha de Fenrys, foi a única resposta do príncipe feérico. Fenrys deu um risinho para a arma que estremecia ao lado da própria cabeça.

— Isso vai ser mais complicado do que imaginei. — Murmurei.
— Essa mira de merda também estava ruim assim quando cortou o próprio cabelo? — Revirei os olhos para as provocações. Gavriel ergueu as mãos largas e tatuadas.

— Rowan, abaixe as armas. Não estamos aqui atrás de você. — Pois já havia mais armas nas mãos do guerreiro.
— Imagino que se conheçam — comentou o lorde pirata, sarcasticamente. Gavriel assentiu.

— Confesso que esperava uma recepção mais calorosa vindo de você, Rowan. Estou decepcionada. — Um sorriso malicioso surgiu em meu rosto e escutei Gavriel suspirar.

— Celeste, Gavriel e Fenrys costumavam... trabalhar comigo — respondeu Rowan, contido. Os olhos verde-mar de Rolfe percorreram todos nós, observando, considerando.  — Eles têm um juramento de sangue com Maeve. Como eu costumava ter — explicou Rowan ao macho que o acompanhava, o novo Rei de Adarlan. Rowan embainhou as armas, mas perguntou entre dentes: — Que negócios têm com Rolfe?

Rolfe gesticulou com a mão para os dois machos. — São os portadores das notícias que lhes prometi... entre outras coisas.

— E estávamos prestes a nos sentar para almoçar — comentou Fenrys, aqueles olhos castanhos dançando. — Vamos? —Gavriel suspirou baixinho.

𝐂𝐄𝐋𝐄𝐒𝐓𝐄 - GavrielOnde histórias criam vida. Descubra agora