Capítulo 05-Tatooine

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Quando Anakin enfim regressou a Mandalore a fim de buscar sua Padawan, seu sorriso orgulhoso se esvaeceu ao vê-la com o braço enfaixado. Obi-Wan sentiu a tensão enrijecer seus músculos ao ver a preocupação estampar-se no rosto. Ele colocou uma mão sobre seu ombro e disse:

"Tranquilize-se, meu amigo. Ela está à salvo. Ferimentos fazem parte do trabalho." Com um sorriso, ele acrescentou: "Ademais, Aefleda provou que seus treinamentos são bastante eficientes."

O Jedi sentiu seu rosto ruborizar.

"Mas pressinto que virá um "porém" nisso tudo", ele disse, desconfiado.

Obi-Wan riu.

"Será que não pode aceitar um elogio, Anakin? Relaxe, pelo amor de Deus."

Anakin não desejava nutrir esperanças de que a fala de seu Mestre indicava, talvez, a possibilidade de ser elevado finalmente ao cargo que tanto almejava. Entretanto, a sombra que brevemente pairou sobre seu coração foi dissipado quando Aefleda chegou a ele.

"Minha Padawan, meus parabéns pela missão!" ele exclamou, alegre. "Falei que você conseguiria ter sucesso nessa empreitada!"

Aefleda não vestia as robes de uma Senadora, mas de uma Jedi, como ele bem reparou. Ela inclinou a cabeça respeitosamente.

"Agradeço pelo reconhecimento, Mestre, mas o mérito é seu. Quem poderia me treinar melhor do que você?"

E o sorriso que espalhava-se pelos lábios dela fez Anakin rejubilar-se internamente. Inclinou-se discretamente e sussurrou:

"Não deixe que Obi-Wan escute isso."

Rindo, os dois adentraram a nave e preparavam-se para regressar ao Conselho Jedi, onde Aefleda era finalmente reconhecida como Padawan de Anakin. E também receberam a notícia de que, em Tatooine, identificaram espiões de Grievous com um trabalho em andamento. Como esperado, Aefleda o acompanharia.

"Quanto mais experiência tiver sua Padawan, tanto melhor será", dizia Yoda a Anakin. "Muito treinamento ela requisita."

Anakin detectou algo que não havia sido dito e que passou despercebido por Aefleda. No entanto, ele se curvou respeitosamente ao Conselho e nenhuma opinião manifestou até que Obi-Wan o puxasse para um canto para que tivessem uma rápida conversa.

"Tome cuidado com sua Padawan", alertou Obi-Wan. "Pressinto uma vasta quantidade de poder que deve ser bem canalizada."

O olhar que ele dirigia a Aefleda, distraída, se prolongou. Ela se reclinava contra a parede, absorta em seus pensamentos, concentrada. Mas um sorriso brincava naqueles lábios rosados, indicando que sua aprovação no Conselho Jedi elevava suas energias. Vestia trajes jedi e parecia confortável neles. Do alto da cabeça, pendia uma enorme trança prateada e a luz que vinha das lâmpadas faziam transparecer algo de azul em sua pele. Aefleda parecia não fazer ideia da beleza que a Força cada vez mais ressaltava.

E a Força que dela emanava era tão poderosa quanto no dia em que ele a encontrara meses antes nos desertos de Gyburg, seu planeta natal. Lembrou-se de ter se assustado ao pressentir um distúrbio poderoso e descontrolado que emanava dela. Teria sido sorte minha impedi-la de ser achada pelos agentes da Força Negra? Era uma pergunta que o assustava.

Virando-se a Obi-Wan, ele respondeu:

"Confie em mim, Mestre. Se ela foi capaz de resolver aquela situação em Mandalore sem o uso do sabre, tenho certeza de que dessa vez não será diferente."

O outro pareceu apreensivo, mas assentiu.

"É claro. Só estou dizendo para se precaver, sobretudo porque vão a Tatooine..." E aqui ele arqueou as sobrancelhas.

O Despertar de Um SentimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora