O Despertar de Um Sentimento

Capítulo 1-Em uma nova galáxia...

De longos cabelos azul-prateados trançados e pele como a neve, olhos de cor diferentes (azul coloria a irís esquerda e castanho, a direita) e boca avermelhada, Aefleda um dia impressionava pela beleza atípica entre os habitantes daquele planeta rochoso. Mas os dias de sua glória ficaram pra trás. Se é que podia colocá-los desta forma.

De todo modo, era na luta pela sobrevivência que o lado feroz vinha à tona e nenhuma beleza poderia mascarar a guerreira que emergiu de Aefleda. Vestida em couro, foi em uma explosão na cidade onde residia com a família, resultado de poderosa bomba jogada pelos Separatistas, que ela descobriu seus poderes. Não sabia o que eram, mas as ajudou a sobreviver e alguns dos seus também. Foram anos no descontrole, muitos dos quais Aefleda sentia ser movida pela raiva e vingança.

Contudo, não fosse pelos amigos que encontrou no caminho, talvez o destino de Aefleda a levasse para outros rumos... E era nisso que refletia enquanto poderosas correntes a aprisionavam em montes de areia. O sol naquele dia queimava e a sede tornava-se insuportável. Buscava resgatar na raiva que ameaçava borbulha dentro de si a solução para seus problemas, ainda que sua intuição pedisse para não seguir aquele caminho.

Mas que opção tenho? Não há outra solução que não seja essa. Já perdi tanto e desistir não é a alternativa que devo seguir. Não posso partir deste mundo sem vingar os que me foram tirados...

As correntes pesavam sobre seu corpo, mas não era isso que lhe infligia dor física: era saber que seu espírito estava aprisionado. Enquanto contemplava todos os últimos anos que passara em um cenário catastrófico, no qual a liberdade de ser quem era, expressar sua essência junto aos amigos e à família lhe foi tirada, uma onda de frustração rugia por dentro. Existia, na verdade, um conflito que Aefleda se sentia impelida a combater: deveria alimentar sua vingança ou buscar pela paz que encerrasse isso?

Mas a frustração aumentava, uma vez que não existia realmente uma resposta para suas questões internas. Com o deserto a cercar-lhe, sentia uma vibração estranha mergulhar em si mesma.

"Por que essa porcaria de poder que, sabe-se lá como, recebi destas invasões não pode me ajudar quando preciso?" Ela gritou.

Não houve resposta, naturalmente. Mas mal ela sabia que uma logo chegaria. Assim que Anakin pousou a nave naquele planeta, sentiu um distúrbio na Força.

"Muito estranho", ele pensou em voz alta. R2-D2 fez um barulho em resposta. Anakin virou-se para o droide e disse: "Você também sentiu, não é? Há algo aqui diferente. Não sei dizer se é pacífico ou não, mas há quem possua a Força aqui. Vou desvendar isso agora mesmo. Fique aqui."

R2-D2 protestou, mas Anakin não lhe daria ouvidos como de costume. Ao contrário, seguiria seu próprio instinto. Após distribuir as ordens aos seus homens, Anakin jogou o capuz sobre a cabeça e seguiu sozinho deserto avante. Mas, ao contrário do que indicavam os montes de areias, aquele não era um espaço vazio. Prédios, casas, jardins... tornaram-se resquícios do que um dia foi.

"A destruição aqui é muito pior do que temíamos", pensou Anakin, empalidecendo conforme passava por testemunhas da dominação brutal dos Separatistas. "A que ponto tinham chegado?"

Mas o distúrbio na Força o distraiu outra vez da sua investigação. Uma mão instintivamente foi levada ao bolso onde se encontrava seu sabre de luz e sua respiração ficou entrecortada. Como isso se explicava? Anakin não sentia nenhuma presença... e, entretanto, ele pressentia sentimentos que flertavam com o Lado Negro. De onde vinha?

Entre a curiosidade e a inquietação que mexia com ele, Anakin moveu com cautela em rumo ao desconhecido. Vários planetas de outras galáxias ele conhecia, mas aquele era o primeiro em que punha os pés sem informações prévias. Tentou não se concentrar nisso enquanto cruzava aquela região fantasmagórica. No entanto, aquele distúrbio na Força inspirava-o a não desistir. Havia algo...