Velhos sonhos não morrem. Voltam em novas formas, embora se poderia questionar se realmente se apresentavam sob roupagens diferentes. Talvez somente mudasse a perspectiva daquele que sonha, a ótica pela qual se via os acontecimentos comumente fictícios transcorrerem em um mundo diametralmente oposto à realidade.
Aefleda não saberia dizer. Os pesadelos a atormentavam de quando em quando, tornando-se, porém, cada vez mais reais. O cenário costumava ser o mesmo. No planeta vulcano conhecido pelo nome de Mustafar, cuja principal atribuição era a morte que o cercava como imã para os ousados, quatro pessoas ali se achavam.
Uma delas estava prostrada sem vida e Aefleda não teria a reconhecido inicialmente até se aproximar. Gritou diante do corpo de Obi-Wan Kenobi, o mestre Jedi que tinha treinado Anakin. Ele, por sua vez, pairava do lado dele, angustiado, sofrendo em terríveis queimaduras. A beleza e a formosura de Anakin deram lugar ao monstro que nele tinha encontrado lar somente no âmago de seu ser. E agora sem braços e sem pernas era resgatado por um ser encapuzado cujos olhos amarelados Aefleda conhecia bem.
"Anakin, não!"
Movida pelo desespero, tentou resgatá-lo da posse dos Sith, mas quanto mais tentava, mais fracassava. No esforço de salvá-lo, perdia-se nas trevas que a cercavam.
E mais uma vez, o encapuzado a afastava dele. Novamente, ela fracassava e todo o ar que saia de seus pulmões se dissipava até que a fraqueza a tornava impotente demais para ser combatida. Foi quando despertou.
Aefleda sentiu o coração bater contra o peito, um estranho peso esmagava-o enquanto se dava conta de que nada daquilo podia ser verdade. Ela estava bem e, em sua meditação, constatava que Anakin também. Todavia, nunca antes sentia tanta falta dele.
Precisava vê-lo, sentir seu cheiro e me certificar de que ele estava bem.
Foi com esses pensamentos que Aefleda encontrou coragem para o dia que despontava no horizonte. Não era o momento de se deixar abalar por ilusões, ela decidiu, mesmo que elas contivessem algum grau de veracidade que ainda estava a investigar.
***
"Pelo Criador!" Obi-Wan exclamava no holograma. "Nunca pensei que essa missão fosse resolvida rapidamente, menos ainda que apresentasse eventos com os quais não contávamos. Mas, Ahsoka e Aefleda, as ordens não eram as de resolver tudo isso por si próprias. Deveriam ter nos contatado."
Aefleda detectou um brilho de orgulho no olhar de Anakin. Talvez por isso se sentisse movida a dizer:
"Mas, Mestre, se fizéssemos desta forma, Darth Maul teria obtido sucesso em sua missão."
"Ele era um Sith, Aefleda." Obi-Wan sacudiu a cabeça, assombrado. "Espanta-me saber que conseguiram a proeza de derrotá-lo."
"Não sei se chamaríamos de derrota, uma vez que ele está à solta", disse ela.
"Mas está enfraquecido", acrescentou Ahsoka. "E tudo por conta de Aefleda."
Aefleda ruborizou e teria protestado se Anakin não tivesse se intrometido.
"O mais importante é que a missão foi cumprida com sucesso. E nada nos alegra mais do que recebê-las em segurança em Coruscant."
Uma rápida troca de olhares bastou para que Aefleda sentisse seu rosto queimar mais do que antes, como se fosse possível. O orgulho no olhar de Anakin a fez esquecer de todo o resto.
***
Ele estava lá para recebê-la. E Anakin teve de conter o sorriso quando sentiu a alegria irradiar no coração de Aefleda, descompassando-o no instante em que se reencontraram.
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O Despertar de Um Sentimento
FanfictionAnakin Skywalker é designado a uma missão em um planeta rochoso e distante da Galáxia que lhe é tão familiar. A fim de impedir que os Separatistas dominem aquela região, sua missão consiste em derrotá-los. No entanto, uma surpresa virá a modificar o...