O Despertar de Um Sentimento

Capitulo 06-Desvelando O Obscuro

Anakin foi o primeiro a despertar. Com cuidado, se desvencilhou dos braços de Aefleda. Vê-la dormir inspirou nele sentimentos puros, mas em um grau perigosamente intenso. Ele queria devorar aqueles lábios, beijá-los até que ficassem inchados e... talvez quisesse algo a mais. Algo que envolvesse-na chamando seu nome de uma forma calorosa.

Tal pensamento o fez enrubescer. Anakin não podia dar vazão a tais sentimentos. Contemplá-la dormir era como admirar a visão da própria inocência. E saber que encontrou alguém assim em um mundo marcado pela polaridade acusada pela guerra contra os Separatistas o fez sorrir.

Voltou a deitar, cedendo à tentação que a presença dela o inspirava. No rosto de Aefleda nenhum sinal do terrível sonho que a assombrara como nunca a havia visto. Isso, no entanto, o fez pensar. Somos muito parecidos. Me pergunto se os sonhos dela são apenas sonhos ou contém algum traço de realidade nele...

Tinha em mente o pesadelo que o levou a tentar resgatar sua mãe, mas falhou no processo. Contudo, ao tentar entrar na mente de Aefleda, percebeu ter sido rechaçado pela Força. Surpreso, Anakin percebeu que ela era muito mais forte do que ele mesmo tinha pensado ser. Entretanto, isso somente o fez recordar das preocupações de Obi-Wan.

Anakin com gentileza acariciou o rosto angelical de Aefleda e ao fitar seus traços delicados, seu coração se esvaziou daquelas apreensões. Em verdade, ele sentia, por meio da Força, o amor que emanava dela. Outra vez, um sorriso perpassou seu semblante. Mas não podia evitar um olhar baixar para os lábios carnudos e avermelhados dela, dirigindo-se ao pescoço e aos seios que ameaçavam sair da blusa do pijama que usava... e teria continuado a admirar as curvas do corpo de sua amada se ela não tivesse me mexido, indicando que acordaria.

Anakin não tardou a acelerar o processo e Aefleda foi surpreendida com um doce, apaixonado beijo daquele que sempre foi o objeto das mais profundas atenções. E foi enquanto se beijavam que Anakin, ainda que sem qualquer intenção, teve acesso aos sentimentos que ela se esforçou por reprimir e camuflar nos últimos doze meses. Atração e desejo que se aprofundaram para afeições da alma, modificando-se em algo duradouro. Eram tão parecidos no modo de sentir, embora talvez Aefleda conseguisse ser mais fria em sua conduta emocional.

Nada disso era relevante para Anakin, porém, uma vez que saber o quanto era amado trazia júbilos ao seu coração e uma grande paz cobria seu espírito. E foi ali também que ele sentiu o equilíbrio na Força, o que o intrigou.

"Bom dia, Ani", ele foi tirado de seus pensamentos por Aefleda. Nada poderia assegurá-la mais do que sentir todo o amor que vinha de Anakin. Acordar ao lado dele era muito mais do que tinha sonhado. Contemplar aqueles olhos que espelhavam o céu a fazia suspirar.

Ergueu uma mão para colocar um dos cachos que saltavam a sua testa por trás de seu ouvido e inclinou-se para beijar seus lábios uma vez mais.

"Dormiu bem?"

"Com você ao meu lado, como poderia não dormir bem?" Anakin sorriu. Gostava de como ela o chamava carinhosamente. "E você, meu anjo?"

"Dormi bem melhor", ela o assegurou, mostrando-se aliviada, o que o deixou inquieto.

"Por que sinto que não tem dormido bem?", indagou Anakin. "Há quanto tempo tem sido assolada por estes pesadelos?"

Aefleda suspirou, desviando dele o olhar. Não poderia o momento idílico durar para sempre, não é mesmo? Mas o Jedi, preocupado com ela, a fez encará-lo novamente com delicadeza.

"Pode me contar as coisas, Aefleda", e dizendo isso tomou as mãos dela nas suas. "Quero que confie em mim."

"Eu confio", ela disse, a tristeza projetando uma sombra sobre a felicidade de antes, quase inspirando arrependimento em Anakin por ser ele aquele que rompia a paz entre os dois. "Mas sempre pensei que isso era um fardo meu a carregar sozinha. Não desejava incomodar a ninguém com essas questões... Pensei, confesso, que se tratava mais de um reflexo inconsciente dos meus sentimentos por você, meu medo em perdê-lo."