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Hermione ainda estava trêmula, mas foi fortalecida pelo som de vozes amigáveis, conhecidas. A insuportável sensação de isolamento que ela sentia desde a morte de Moody desapareceu por um momento. Havia outros como eles – outros que corriam, se escondiam nas florestas, outros que resistiam. Ao som da voz de Dean Thomas, ela teve que se conter e não se atirar pela aba da barraca, para se lançar neles.

Casualmente Harry ou Ron sussurravam algo.

"O pai de Tonks!"

"Dirk Cresswell – trabalha no ministério. Papai o conhece!"

Mas, principalmente, eles ouviam em silêncio o desenrolar da história de Neville, Ginny e a espada de Godric Gryffindor.

Eles teriam escutado a noite inteira, mas começou a chover, e os viajantes seguiram em frente, aparentemente procurando por abrigo em uma parte mais densa da floresta. Suas orelhas extensíveis mal tinham sido enroladas quando Harry exigiu falar com Phineas Nigellus.

"Phineas Nigellus?" Hermione perguntou, estática, por um momento. Como ela falaria com o Diretor Black sem envolver Snape?

"Sim, Hermione! Phineas Nigellus! Ele fica no escritório do Diretor! Ele saberá o que aconteceu com a Ginny!"

"Harry, você a viu essa manhã no mapa. Você sabe que ela está bem"

Harry quase deu a ela um olhar que odiava, e Ron girou nos calcanhares para encará-la.

"Ela é minha irmã!", ele cuspiu, e Hermione cedeu.

"Eu... Eu não quis dizer isso..." protestou ela. "Eu apenas pensei que..."

"Pegue o retrato, Hermione."

Sua bolsa ainda estava na cadeira onde ela deixou. Ela a alcançou e puxou o retrato do diretor Black de suas profundezas.

"Se ele vier aqui", ela disse. "Ele saberá onde estamos e poderá contar para Snape!"

Harry hesitou por apenas um momento.

"Vamos vendá-lo."

"O que?"

"Cubra os olhos dele com suas mãos, Hermione. Eu não ligo. Quero vê-lo."

Hermione levantou a varinha, em relutância.

"Talvez seja melhor você o chamar, Harry. Ele é um sonserino, afinal, e eu sou apenas uma sangue-ruim. Mas você é famoso, ele te conhecerá. E você já o conhece, não é?"

"Sim, tudo bem...", disse Harry. "Erm... Phineas Nigellus?"

"Diretor Black!", Hermione sussurrou. "E peça por favor!"

"Diretor Black", disse Harry. "Eu queria saber se o senhor poderia, por favor, vir aqui? Gostaria de perguntar algumas coisas ao senhor."

.

Snape estava sentado em seu escritório, lendo; um fogo saudável rugia na lareira. Dumbledore estava fingindo dormir, e Snape aproveitava sua solidão. Ele virou uma página, distraidamente. Ele não estava realmente absorvendo as palavras, mas ouvindo a chuva que castigava o castelo e o crepitar e assobiar do fogo.

Quando Phineas Nigellus quebrou o silêncio, ele quase deu um pulo.

"Diretor, Harry Potter está me chamando."

"Harry Potter?" Snape perguntou, incrédulo.

"De fato. Devo ir até ele?"

Snape hesitou. Ele não tinha dúvida que Potter ainda o considerava culpado de assassinar Dumbledore a sangue frio. Mas era possível que ele tivesse, de alguma forma, descoberto – Merlin sabia, ele esperava que Hermione não o tivesse revelado – sobre o casamento deles? Hermione estava com Potter? Seria uma conversa que poderia ser realizada na frente de Dumbledore? Ele olhou para o retrato do ex-Diretor. Dumbledore estava sentado agora, com as mãos nos joelhos, parecendo alerta e talvez um pouco... animado?

Second Life | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora