e p í l o g o

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Maya Ferreira

— A gente vai pra onde? — Encarei o meu pai confusa.

— Além de pilantra é surda... — Ele sussurrou negando com a cabeça e eu arregalei os olhos ofendida.

Tudo culpa do Jp que jogou água direto no meu ouvido enquanto eu dormia.

Eu já falei pra ele que não roubei a maconha...

Ou será que foi porque eu fiz ele ser levado de novo para o centro de reabilitação de drogas?

De qualquer jeito, eu culpo o meu pai por continuar acreditando nas minhas palhaçadas.

— Ou seja, além de ser vivo é um ser vivo? Pilantras também são pessoas. — A Julia ergueu uma sobrancelha para o meu pai e a Camden prendeu a risada.

Eu continuava encarando todo mundo confusa.

To mais perdida que surdo no tiroteio.

— Você anda muito militante. — O Jp semicerrou os olhos para a Julia.

O Jp usava uma camiseta com a foto da Carol cheia de corações em volta.

Ele também fez uma com a cara do Matteo e uma com a minha.

Eu vi ele transformando a minha cara em pano de chão.

— Quer dizer que militantes não podem andar agora? — A Julia levantou da cadeira que ficava na frente do balcão na cozinha, em choque, e observou o meu irmão com as mãos na cintura.

Uma xícara.

— Vai querer um bolinho? — O meu pai ofereceu para a Julia e ela abriu um sorriso gigante, digno do Coringa, voltando a se sentar.

— Então... — Mordi meu lábio inferior nervosamente. — Aonde a gente vai mesmo? — Sorri sem graça.

— Como você não escutou quando eu disse? Eu repeti umas 3 vezes pro seu irmão porque ele ficou tão animado... — O meu pai protestou.

— A gente vai pra Cracolândia? — Arregalei os olhos.

— Não! — O meu pai arregalou os olhos também.

— Mas esse é o único lugar que o Jp ficaria feliz em ir. Pra se reunir com a família, sabe... — Sorri igual um capeta e o Jp me encarou indignado.

De repente, senti o meu rosto ser atropelado por uma almofada.

Me virei pro Jp com raiva, me perguntando de onde ele tirou aquela almofada.

— Sem agressão! — O meu pai soltou.

— Seu bocó. — Insultei o meu irmão que abriu a boca ofendido.

A boca dele abriu tanto, que só faltava 1 cm pro pau do Matteo encaixar perfeitamente.

— Eu vou fazer pipoca. — O meu pai sorriu. — Adoro brigas... — Soltou animado igual uma criança.

— Primeiro me fala aonde a gente vai. —  Pedi. — Eu tenho que saber se vou precisar levar uma faca ou uma arma. — Justifiquei.

O Melhor Amigo Do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora